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sábado, 23 de março de 2013


A Força do Amor

Preparavam-se os noivos para os esponsais, quando os pais da jovem descobriram que o pretendente à mão da filha era frequentador assíduo de uma casa de jogos. Decidiram então se opor tenazmente à realização do matrimônio, a pretexto de que o homem que se dá ao vício do jogo jamais pode ser bom marido.

Mas, a jovem, obstinada em desconhecer as razões invocadas pelos pais, acabou por vencer-lhes a resistência e casou-se.

Nos primeiros dias de vida conjugal, o homem portou-se como um marido ideal. A pouco e pouco, porém, renascia lhe, cada vez mais irrefreável, o desejo de voltar à mesa de jogo. Certa noite, incapaz de resistir a pressão do vício, retornou ao convívio de seus antigos companheiros.

No lar, a esposa, sentada em uma cadeira de balanço, aguardava o regresso do marido, que tardava. Embora ocupada com alguns trabalhos de bordado, tinha a mente presa aos ponteiros do relógio, cujas horas pareciam suceder-se cada vez mais lentas. Já era quase uma hora da madrugada, quando o marido abriu a porta da sala. Visivelmente irritado com o surpreender a companheira ainda em vigília, pois via nisso ostensiva censura à sua conduta, interrogou-a asperamente:

- Que fazes aí, a estas horas?

- Entretenho-me com este bordado, respondeu ela, imprimindo à voz um acento de ternura e bondade.

- Não vês que é tarde?

- Sinceramente, distraída como me achava, não havia atentado para o adiantado da hora...

E, sem dar maior importância à ocorrência, foi ela deitar-se.

No dia seguinte, à noite, repetiu-se a cena. O marido ausentou-se e a esposa, já ciente do que se passava, pôs-se de novo a esperá-lo. Quando ele chegou, já pelas duas da madrugada, encontrou a companheira de pé. Então, num assomo de cólera, bradou:

- Que é isto? Outra vez acordada?!

- Sim, não quis que fosse deitar-te, sem que antes fizesses um ligeiro repasto. Preparei-te um chá com torradas e aqui o tens quentinho! Espero que o aprecies.

E, sem indagar do marido onde estivera e o que fizera até aquelas horas, a boa esposa beijou-lhe carinhosamente a fronte e recolheu-se ao leito.

Na terceira noite, nova ausência do marido e nova espera da esposa. Lá por volta de uma e meia da madrugada, entrou ele e, antes que se insurgisse contra a atitude da companheira, esta se lhe prendeu ao colo, num afetuoso abraço, e exclamou:

- Querido, D. Antonieta, nossa vizinha, ensinou-me a receita de um bolo delicioso e eu não queria que te deitasses, sem que antes provasses dele.

A ocorrência repetiu-se por várias vezes, com visíveis e crescentes preocupações para o marido. Na mesa de jogo, tinha o pensamento menos preso às cartas do que à esposa que o esperava pacientemente, como um anjo da paz.

Começou, então, a experimentar uma sensação de vergonha, ao mesmo tempo que de indiferença e quase de repulsa por tudo quanto o rodeava, porque já era mais forte do que o vício o amor por aquela criatura que nele operava tão radical transformação.

De olhar vago e distante, como se tivesse diante de si outro cenário, levantou-se abruptamente, cedendo a um impulso quase automático, e retirou-se, para nunca mais voltar...

Transcrito de "O Primado do Espírito" por: Rubens Romaneli.

Fonte da imagem e texto: Internet Google.

domingo, 3 de março de 2013


Na Estrada de Emaús

Cleofas e um companheiro caminhavam por uma estrada que conduzia a uma aldeia chamada Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. Faziam o trajeto a pé, como era costume naquela época entre as pessoas sem recursos.

Enquanto caminhavam, eles iam conversando. Sentiam-se amargurados. Jesus tinha sido crucificado e eles comentavam sobre os trágicos acontecimentos que tinham ocorrido e lamentavam a morte do Mestre que nunca mais poderia estar com eles.

Assim falavam, quando se aproximou um homem e começou a caminhar ao lado deles, mas eles estavam tão angustiados que não se preocuparam em olhar direito para ele e por isso não perceberam que era Jesus.

Então, o homem lhes disse:

— Sobre o que vocês estão conversando? E por que estão tristes?

Cleofas, tomando a palavra e até um pouco irritado pela intromissão do desconhecido, disse-lhe, surpreso:

- Pois quê! O senhor é tão estrangeiro em Jerusalém que não sabe o que se tem passado ali nestes últimos dias?

— O quê? — indaga o estranho.

E os dois seguidores do Mestre responderam:

— Sobre Jesus Nazareno, que foi profeta poderoso diante de Deus e de todo o povo, e de que modo os sacerdotes e nossos senadores o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Ora, esperávamos que fosse ele o Messias e que resgatasse Israel. Entretanto, depois de tudo isto, este é o terceiro dia que estas coisas sucederam. Por outro lado, algumas mulheres, seguidoras do Mestre, foram até seu túmulo e não o encontraram, declarando que tinham visto anjos que afirmaram estar ele vivo.

Então, o homem lhes disse:

— Ó insensatos e lentos de coração, para crer em tudo o que os profetas disseram! Não era preciso que o Cristo sofresse todas as coisas e que entrasse assim na sua glória?

E, começando por Moisés e depois por todos os profetas, ele lhes explicava o que tinham dito dele as Escrituras.

Quando estavam perto da aldeia para onde iam, ele deu mostras de que ia mais longe.

Os dois amigos, porém, o convenceram a parar, dizendo:

— Fique conosco. Já é tarde e o dia está terminando. É perigoso andar por estas estradas à noite.

O desconhecido, achando que tinham razão, decidiu-se a ficar com eles.

Sentaram-se para cear. Estando com Cleofas e seu companheiro à mesa, ele tomou o pão, abençoou e, tendo-o partido, lhes deu.

Nesse momento, sentados diante dele, à luz de uma tocha, puderam vê-lo melhor. Seus olhos se abriram e eles o reconheceram.

— É Jesus! — disseram a um só tempo.

Seus corações batiam descompassados, e uma grande alegria inundava-lhes o íntimo. Mal podiam acreditar em tamanha felicidade!

Todavia, foi um momento só. Logo em seguida, o Mestre desapareceu diante deles.

— Como não o reconhecemos? — disse um ao outro.

— Contudo, a verdade é que sentimos o coração se nos aquecer enquanto ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras.

Estavam eufóricos. Levantaram-se no mesmo instante e voltaram para Jerusalém.

Precisavam contar a todos o que lhes tinha acontecido em caminho e como eles reconheceram Jesus no partir do pão.

Um grande bem-estar os dominava. Sentiam-se agora confiantes e seguros como jamais estiveram. O Mestre estava vivo! Ele não morrera na cruz. Retornara para lhes dar a derradeira lição da imortalidade da alma, confirmar tudo o que lhes tinha ensinado, mostrando aos seus discípulos que a morte não existe.

(Adaptação do cap. 24:13 a 35 do Evangelho de Lucas.)

Por: Célia Xavier Camargo - Fonte: O Consolador - Revista Semanal de Divulgação Espírita.

Fonte da imagem: Internet Google.