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sábado, 23 de novembro de 2013

O POTE DE BARRO

Um pote de barro, velho e sujo, fora jogado ao chão por ser considerado imprestável.

Já conhecera momentos felizes, fora jovem e bonito, e sua pintura atraía os olhares de admiração de todos.

Passara por mãos respeitáveis e tivera muita utilidade. Mas agora, depois de servir durante muitos anos com lealdade e firmeza, ele fora considerado lixo e atirado ao monturo. Só não se partiu, porque caíra em meio à macia vegetação, que lhe amortecera a queda.

Triste, o velho pote de barro lamentava-se da sua sorte e da ingratidão dos homens. Sentia saudade das mãos amigas que o acariciavam, e a inatividade a que fora relegado lhe doía por dentro.

Logo ele que desejava tanto servir e ser útil!

O tempo passava e ele continuava ali, jogado ao chão.

A chuva o castigava e o vento o enchia de terra. Veio o inverno e ele tiritava de frio sem poder se proteger.

Um dia, trazida pelo vento que soprava forte, uma sementinha caiu sobre seu dorso e, tremendo de frio, suplicou-lhe:

— Oh, meu amigo pote, posso abrigar-me dentro de você? O vento me arrasta e o frio me castiga. Não tenho onde ficar!

Feliz por poder ser útil, o velho pote respondeu gentil:

— Com todo prazer, minha pequena amiga! Entre no meu bojo e fique à vontade.

E a sementinha ali ficou protegida do vento e do frio, quietinha..., quietinha...

Sem ter o que fazer e cansado da vida, o pote adormeceu esperando a estação mudar e o tempo melhorar.

Certo dia acordou ao perceber passos de alguém que se aproximava, e ouviu uma exclamação:

— Mas que lindo pote de barro!

Olhou dos lados para ver sobre quem falavam, mas admirado notou que era a ele que se dirigiam!

Surpreso, só então notou que se transformara num belo vaso de flores!

A sementinha que ele permitira se alojasse em seu interior germinara e, no meio de verdes e brilhantes folhas, lindas flores desabrocharam enchendo-o de perfume e cor.

E o pote sorriu satisfeito da vida e muito orgulhoso da sua nova e útil ocupação.

Também assim acontece conosco na vida, meus amiguinhos. Sempre poderemos ser úteis para alguma coisa. E quando tivermos real desejo de servir e ajudar o nosso próximo, seremos mais felizes porque também seremos auxiliados.

Jesus, que é Nosso Mestre, sempre nos recompensará pelo bem que fizermos aos outros.

Pois não foi ele mesmo que disse: “A cada um segundo suas obras”?

Autor: Célia Xavier Camargo – (Tia Célia) - Livro: O Consolador - Revista Semanal de Divulgação Espírita.

Fonte do texto e imagem: Internet Google.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

A Lição do Escravo

Há muito tempo, quando ainda existia a escravidão no Brasil, um negro velhinho, de cabelos de neve, chamado Bastião, vivia numa fazenda grande e bonita.

O senhor, dono das terras, era mau e prepotente. Por qualquer coisa, chicoteava os escravos; e, se suas ordens não fossem obedecidas ou se o negro tentasse fugir, era colocado no tronco, onde ficava acorrentado sem comer e sem beber por muitos dias.

Por isso, os escravos eram revoltados e não gostavam do patrão. Mas Bastião era diferente. Dono de coração bom e generoso estava sempre contente da vida e tentando ajudar a todos.

A filhinha do fazendeiro, menina meiga e gentil, se afeiçoara ao velho Bastião e passava o tempo junto do escravo, ouvindo suas histórias.

Certo dia, um dos escravos, não suportando mais os maus-tratos, tentou fugir. Encontrado pelo feitor e aprisionado, foi acorrentado ao tronco.

O filho do escravo fujão, menino de apenas cinco anos, vendo o pai amarrado, aproximou-se em lágrimas, agarrando-se nas pernas dele.

Irritado com os gritos do pequeno, o senhor mandou que o atirassem no meio do mato para não mais ouvir seu choro.

O fazendeiro não percebeu, porém, que sua filhinha Ana, condoída da sorte do negrinho, embrenhara-se também pelo mato para fazer-lhe companhia.

Ao perguntar pela menina, que era a luz dos seus olhos, sentindo sua falta, lhe disseram que ela fora procurar o pequeno escravo.

Assustado, o patrão chamou alguns homens e foi atrás dela. Contudo, o velho Bastião, que percebeu o que estava acontecendo, já se adiantara e tinha ido procurar as crianças.

Quando o fazendeiro e seus homens chegaram, o encontraram com uma cobra venenosa morta nas mãos, e as crianças abraçadas e em segurança, encolhidas atrás de um tronco caído, trêmulas de medo.

Bastião matara a cobra, mas fora picado por ela.

Vendo o que tinha ocorrido, o senhor não sabia como manifestar sua gratidão, pois era evidente que o escravo defendera as crianças com a própria vida.

Abraçando a filhinha, que estava muito assustada, o patrão perguntou, pela primeira vez denotando gentileza no trato com um escravo:

— O que você deseja, Bastião, pela bravura que demonstrou salvando a vida da minha filha? Seja o que for que pedir, lhe será concedido.

E o velho escravo, em cujo organismo o veneno da cobra já fazia efeito, respondeu com os olhos úmidos de pranto, muito emocionado:

— Não salvei apenas sua filha, senhor, mas também a vida de um pequeno escravo, pois toda vida vem de Deus e é igualmente importante. Já que me permite externar um desejo, gostaria de lhe pedir que todas as criaturas fossem tratadas como seres humanos, sem distinção, uma vez que somos todos filhos do nosso Pai Celestial.

E percebendo o olhar de espanto do senhor perante seus conceitos, que não julgara possível encontrar num velho escravo, Bastião concluiu:

— Isso eu aprendi com Jesus Cristo.

Diante daquelas palavras que representavam uma lição para ele, uma vez que o escravo poderia ter-se vingado dele na pessoa de sua filha Ana, e não o fizera, o fazendeiro abaixou a cabeça, envergonhado, e concordou:

— É verdade. Você tem razão, Bastião. Seja assim como deseja. De hoje em diante eu prometo-lhe que os escravos serão bem tratados, com todo o respeito que se deve a seres humanos.

A partir desse dia, o fazendeiro melhorou consideravelmente a vida dos escravos, dando-lhes condições dignas de existência, melhorando suas moradias e fornecendo-lhes alimentação mais saudável.

Com a melhoria nas condições de vida, ele percebeu que o tronco não era mais necessário, pois os escravos passaram a gostar dele e do serviço na fazenda, e tudo o que faziam era de boa vontade e com um sorriso nos lábios.

Alguns anos depois, com o crescimento da ideia abolicionista no Brasil, esse fazendeiro foi dos primeiros a libertar seus escravos, transformando-os em trabalhadores assalariados.

E nunca mais o fazendeiro se esqueceu do velho escravo Bastião que, na sua simplicidade, dera um exemplo de amor tão grande, que modificara sua vida e a de todos quantos residiam naquela propriedade.

Célia Xavier Camargo - Fonte: O Consolador.

Fonte do texto e imagem: Internet Google.