tag:blogger.com,1999:blog-64832221724361570012024-03-26T10:01:32.565-03:00Espiritismo Estórias e ContosCarlos Espiritahttp://www.blogger.com/profile/03598748437007348501noreply@blogger.comBlogger369125tag:blogger.com,1999:blog-6483222172436157001.post-61749779939779349742024-03-15T09:00:00.001-03:002024-03-15T09:00:00.132-03:00O Sapo Sabido<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgx8epLe2Y3OpFgqX0Wh-TNLz4Sm1fmq9-2pivcu4nvZeBXymzZNJNIztbAH6XC_4iCRJM6phYnvlFf-eU61_8qoSKPn1lwB-PvYwpD9xHgUmVTQRo0P-Mi005HJQAwwvmte9aqdUlddZdqRBzMjqojOOy26CZXXzYe_Qlnb-YKXkpJnri2sGDOMH_y-0E/s300/O%20Sapo%20Sabido.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="168" data-original-width="300" height="168" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgx8epLe2Y3OpFgqX0Wh-TNLz4Sm1fmq9-2pivcu4nvZeBXymzZNJNIztbAH6XC_4iCRJM6phYnvlFf-eU61_8qoSKPn1lwB-PvYwpD9xHgUmVTQRo0P-Mi005HJQAwwvmte9aqdUlddZdqRBzMjqojOOy26CZXXzYe_Qlnb-YKXkpJnri2sGDOMH_y-0E/s1600/O%20Sapo%20Sabido.jpg" width="300" /></a></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Quac era um sapo muito sabido e todos o admiravam pela sua inteligência e sabedoria.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Na lagoa onde residia, era ele quem ensinava outros sapos e rãs, fazendo às vezes de professor.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Mas, justamente por ser sábio, havia aqueles que tinham inveja dele e desejavam o seu mal.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Croc era um desses. Orgulhoso e egoísta, sentia-se enciumado toda vez que seus irmãos, os outros sapos, demonstravam afeição por Quac, pois não admitia que ninguém fosse melhor do que ele.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Por isso, resolveu dar-lhe uma lição.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Croc sabia que no tronco de certa árvore, um pouco distante da lagoa, habitava uma serpente.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Certo dia convidou Quac para darem um passeio e, perto da árvore onde sabia morar a serpente, parou e disse:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Ali no tronco daquela árvore existem minhocas muito apetitosas.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Aos pulos, Quac para lá se dirigiu e, qual não foi sua surpresa quando, de dentro do buraco, surgiu uma cobra de cabeça erguida e de língua de fora, pronta para dar o bote.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Ele levou um susto danado! Deu um pulo para o lado e escapou por pouco, desaparecendo no meio do mato.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Croc ficou muito decepcionado porque o sábio Quac escapou do bote da serpente.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Alguns dias depois, Quac andava procurando comida pela mata, quando viu alguns homens que, munidos de faroletes e redes, dirigiam-se para a lagoa. Eram caçadores de rãs. Esperavam a noite cair para, sem piedade, dizimarem seus irmãos sapos.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Rapidamente, aos pulos, Quac voltou para a lagoa e, encontrando Croc, avisou-o do perigo que estava correndo, e notificou também os outros do grupo, alertando-os para que se escondessem o mais depressa possível.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">E assim eles fizeram, escondendo-se bem. Em pouco tempo os homens chegaram e não encontraram nenhuma rãzinha.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Procuraram... procuraram... mas as rãs tinham sumido, então os caçadores foram embora muito irritados por não terem conseguido caçar nada.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Aliviados, os sapos saíram de seus esconderijos e comemoraram a vitória, agradecendo ao querido Quac por salvar suas vidas.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Croc estava pensativo. Aproximando-se de Quac, perguntou por que ele os alertara do perigo, especialmente ele, Croc, quando teria sido mais fácil fugir, abandonando-os à própria sorte.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Arregalando os grandes olhos, Quac respondeu:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Porque eu aprendi que devemos fazer aos outros o que desejamos que os outros nos façam!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Croc meditou sobre estas palavras e sentiu-se envergonhado da atitude que tivera.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Pediu perdão a Quac, afirmando:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Você é realmente um grande sábio e muito bom também. Agora compreendo porque todos o admiram.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">E, a partir desse dia, tornaram-se verdadeiros amigos e a paz voltou a reinar na lagoa.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Autoria: Célia Xavier Camargo</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><i>Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.</i></span></div> <p></p>Carlos Espiritahttp://www.blogger.com/profile/03598748437007348501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6483222172436157001.post-66251659329207135202024-03-01T09:00:00.001-03:002024-03-01T09:00:00.164-03:00O Remédio<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUB4Cn9EstgTSGVyfhJXESls0aK-8QD0dK1SqMt2AZefTHvp53nXpVBGDT6u0ti12kdlV_aLfSO7jncp0RkJrgcvpIsNvn1cMg4b4t9-KZMv34ExFQN2d7yUZyYoBFYXpVhOnf-kfKY9dzAdIDkexMhd4H9e_-Mb_DnDne78SqpoK0oa876Inqnp89gbM/s242/O%20Rem%C3%A9dio.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="208" data-original-width="242" height="208" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUB4Cn9EstgTSGVyfhJXESls0aK-8QD0dK1SqMt2AZefTHvp53nXpVBGDT6u0ti12kdlV_aLfSO7jncp0RkJrgcvpIsNvn1cMg4b4t9-KZMv34ExFQN2d7yUZyYoBFYXpVhOnf-kfKY9dzAdIDkexMhd4H9e_-Mb_DnDne78SqpoK0oa876Inqnp89gbM/s1600/O%20Rem%C3%A9dio.jpg" width="242" /></a></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Dentre todos os garotos da vizinhança, Juquinha era o mais levado.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Cheio de energia, estava sempre inventando algo para fazer.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Quando não estava no telhado da casa, arriscando-se a cair e quebrar o pescoço, ele estava em cima do muro do vizinho mexendo com as pessoas que passavam na rua.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Gostava também de apanhar, às escondidas, frutos no pomar do senhor José. De outras vezes, ele subia nas árvores arrancando dali ninhos de pobres aves indefesas, destruindo-os depois, pelo simples prazer de destruir.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Os garotos da rua o temiam e muitos não brincavam com ele para evitar brigas e encrencas.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">A mãe de Juquinha dava-lhe sempre bons conselhos, mas ele ria, e saía de perto sem lhe atender aos apelos.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Dona Joana tentava fazer com que Juquinha se interessasse em mudar de vida, e explicava-lhe que não devia agir de maneira maldosa, causando confusão e inimizades.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Quando era dia do Evangelho no Lar, dona Joana procurava atrair Juquinha para a reunião singela, ciente de que as preces e leituras das passagens evangélicas poderiam auxiliar poderosamente na mudança de atitudes do filho, mas qual nada!...</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Juquinha alegava obrigações inadiáveis e fugia ao convívio carinhoso da família.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Triste, dona Joana elevava o pensamento em prece e, com o coração repleto de emoção, suplicava a ajuda de Jesus. Não desejava que seu filho persistisse no mal e temia, com justa razão, que com o passar do tempo, ele se tornasse cada vez pior.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Sabia que, se não conseguisse incutir nele ideias sadias de amor, trabalho, devotamento, respeito, piedade, etc., enquanto ainda era um garoto, depois seria mais difícil.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">E atendendo às súplicas do seu coração generoso, a resposta do Alto não se fez esperar.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Certo dia, enquanto fugia do proprietário de uma chácara aonde fora roubar frutas, Juquinha caiu do muro, fraturando um osso da perna.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Como consequência, ele, que nunca parava em casa e estava sempre inventando alguma arte, foi obrigado a permanecer preso a uma cadeira de rodas sem poder caminhar por quarenta dias.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">E, quando Juquinha reclamava da inatividade forçada, dona Joana respondia-lhe com um sorriso:</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— Tenha paciência, meu filho. Este foi o remédio que Deus encontrou para que você pudesse dar um novo rumo à sua vida e repensar suas atitudes.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">E, com um suspiro aliviado, completava satisfeita:</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— Podia ser pior!...</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Autoria: Célia Xavier Camargo</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><i>Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.</i></span></div> <p></p>Carlos Espiritahttp://www.blogger.com/profile/03598748437007348501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6483222172436157001.post-91513553899241227212024-02-15T09:00:00.001-03:002024-02-15T09:00:00.152-03:00O Intruso<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG5mSK6G5g8qLcHQXuaR8OPS8XOYvlD6RFFULAUv7bqzZZP2tloRGo8eOmWI0AP9v2gOUdCTgvQzOQ6PfBkl5vA9q-dgxt2kFc4ERNBd3g79XiJE0fs9Tk4C17SbQyULHmQcD6tzV9XOiq8i5RGbLKu-Phxhrw4SW4KfAuL9Ns8XT7_raUpjvX4odV8Ww/s251/O%20Intruso.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="251" data-original-width="201" height="251" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG5mSK6G5g8qLcHQXuaR8OPS8XOYvlD6RFFULAUv7bqzZZP2tloRGo8eOmWI0AP9v2gOUdCTgvQzOQ6PfBkl5vA9q-dgxt2kFc4ERNBd3g79XiJE0fs9Tk4C17SbQyULHmQcD6tzV9XOiq8i5RGbLKu-Phxhrw4SW4KfAuL9Ns8XT7_raUpjvX4odV8Ww/s1600/O%20Intruso.jpg" width="201" /></a></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Alberto era uma criança muito feliz. Tinha apenas quatro anos e sentia-se o centro do Universo. Rodeado pelo amor de quantos conviviam com ele, bastava que manifestasse um desejo e logo os pais se apressavam em satisfazê-lo.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">O quarto de Alberto, decorado especialmente para ele, era cheio de brinquedos.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Certo dia a mamãe informou, com lindo e doce sorriso:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Alberto, você vai ganhar um irmãozinho!</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">O menino sentiu que o mundo desabava sobre sua cabecinha. Não sabia bem o que era isso, mas percebeu que sua vida ia ser invadida por um estranho. Ouvindo a mãe referir-se ao intruso com amor, dentro dele acendeu-se uma luz de alerta que parecia dizer:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— PERIGO! PERIGO! PERIGO!...</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Com o passar dos dias, suas suspeitas se confirmaram. Um dia a mamãe convidou:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Vamos sair e comprar roupinhas para o bebê?</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">E lá foram eles percorrer as lojas e escolher roupinhas e presentes para o intruso.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">E dali por diante era sempre assim:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Temos que comprar móveis para o quarto do bebê!</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— O bebê vai precisar de uma banheira!</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Que tal comprar ursinhos de pelúcia para enfeitar o quarto do bebê?</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Que tal comprar isso, que tal comprar aquilo... Era sempre assim.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">E não parou por aí. Um dia a mamãe chamou Alberto e perguntou com delicadeza:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Filhinho, quer trocar de quarto?</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Por quê?</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Porque eu e seu pai achamos que será melhor montar o quarto do bebê ali.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Por quê?</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Você ficará com um quarto maior e mais bonito. Você se incomoda?</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Alberto não se incomodou e mudou de quarto. Mas só por fora. Por dentro, a cada dia gostava menos desse “irmãozinho” que nem chegara e já fazia tanta confusão em sua vida.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">A barriga da mamãe começou a aumentar, e ela falava com carinho:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Veja, Alberto, o nenê está se mexendo. Coloque a mão na minha barriga e sinta.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Não. Não quero.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Então venha almoçar, meu filho.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Não.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Por que não quer comer?</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Porque não gosto dessa comida.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">E Alberto, num repente, empurrou o prato que caiu ao chão em mil pedaços, espalhando comida para todo lado.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Ele mostrava-se irritado, nervoso, e a mãe perguntou:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Por que fez isso? De uns tempos para cá, você está ficando insuportável, meu filho. Está manhoso e chorão, coisa que nunca foi. Se continuar assim, vai levar umas boas palmadas no bumbum.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Alguns meses depois, a mãe foi para a maternidade, e Alberto ficou a sentir-se sozinho e abandonado, em casa. Na verdade, ficou com a vovó, enquanto o pai acompanhava a mamãe até o hospital.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Quando sua mãe voltou, trazia um embrulho nos braços. Alberto, saudoso, correu para abraçá-la, gritando de alegria:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Mamãe! Senti muito a sua falta! Que bom que você voltou!</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Em vez de abraçá-lo com carinho, ela disse:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Cuidado, meu filho! Não faça barulho. Vai acordar o bebê. Veja, Alberto, é seu irmãozinho! Não é lindo?</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">O garoto contemplou o pequeno rosto vermelho que saía do meio das roupas e deu sua opinião:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Não. Ele é feio. Muito feio.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Se Alberto achava que antes o bebê ocupava muito o tempo e as atenções da mãe, agora então nem se fala! Ele desejava ficar junto da mãe, mas o colo dela estava sempre ocupado. Lidava o dia inteiro com o bebê. Dava de mamar, trocava as fraldas, dava banho, fazia dormir.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Nem durante a noite “aquela coisinha” dava sossego. Ninguém mais dormia naquela casa. O intruso chorava o tempo todo.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">E as visitas? Gente que nunca tinha aparecido na sua casa, agora vinha visitar e trazer presentes. Sabem para quem? Para o bebê, é claro!</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Cada vez mais Alberto sentia-se infeliz e descontente. E cheio de raiva, também.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Enquanto a mãe conversava com as amigas, ele aproximava-se do bebê fingindo abraçá-lo. Apertava suas bochechas. No fundo, gostaria mesmo é de machucar aquele intruso.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Veja como ele gosta do irmãozinho! Não sai de cima dele! — dizia a mãe, convicta.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Alberto está com ciúmes porque perdeu o colo!</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">O menino olhou para a mulher que tinha dito aquelas palavras, fez uma careta e saiu da sala, emburrado.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Ele não sabia o que fazer. A cada dia o “inimigo” ganhava mais espaço e ele era deixado de lado.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">A mamãe, percebendo o que estava acontecendo com Alberto, tomou-o no colo com muito carinho e disse:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Meu filho, nós o amamos muito. Não é porque ganhamos um outro bebê que deixamos de amar você. Os pais amam os filhos da mesma maneira e com o mesmo amor. Deus, que é Pai de todas as criaturas, nos deu a vida e nos colocou em famílias para que pudéssemos viver juntos nos ajudando mutuamente e aprendendo uns com os outros. Seu irmãozinho é um espírito que o Papai do Céu mandou para que nós cuidássemos dele, protegendo-o e educando-o de forma a se conduzir bem na vida. Entendeu? Você não precisa ficar com ciúmes dele. O que acontece é que, no momento, ele precisa mais de mim. Como você, quando era bebê!</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Alberto ficou mais tranquilo depois dessa conversa e, com o passar do tempo, foi prestando mais atenção no bebê, até que, um dia, ele sorriu! Aquela coisinha feia e desengonçada, abriu um lindo sorriso.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Foi tão inesperado que deixou Alberto surpreso e encantado.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Mamãe! Veja, ele sorriu para mim. O bebê é meu amigo!</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Viu? Ele gosta de você, meu filho. O primeiro sorriso dele foi para você!</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">A partir desse dia, Alberto passou a ver o irmão com outros olhos. Já não o achava tão feio. Até que era engraçadinho!</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">A mãe agora tinha mais tempo para Alberto e, sempre que necessário, pedia sua ajuda para cuidar do bebê, enquanto fazia os serviços domésticos.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Sentindo-se mais seguro e feliz, Alberto esperava ansiosamente que o irmãozinho crescesse para poderem brincar juntos.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Afinal, o bebê não era mais um intruso. Era seu amigo!</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Autoria: Célia Xavier Camargo</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><i>Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.</i></span></div> <p></p>Carlos Espiritahttp://www.blogger.com/profile/03598748437007348501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6483222172436157001.post-91320804525170801462024-02-01T09:00:00.001-03:002024-02-01T09:00:00.134-03:00O Tesouro do Cristo<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf5nFx5zQtM9F-QOm9mgJATfuu-13v5fIzW2eih8bJZ5k4txQjfPYAKWF9fUDY9TJpX4d0EHrUE_mWnY3OPEDhA4uJvmY7mEXr0zgW85TPXSVil-MbPeH_9uCnDEAybTR2RqwOG6a1BdAey0fkSF9p-P7cph0RnuHXLXJPIGizV0V15hg_MCg8-gpirWU/s259/O%20Tesouro%20do%20Cristo.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="194" data-original-width="259" height="194" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf5nFx5zQtM9F-QOm9mgJATfuu-13v5fIzW2eih8bJZ5k4txQjfPYAKWF9fUDY9TJpX4d0EHrUE_mWnY3OPEDhA4uJvmY7mEXr0zgW85TPXSVil-MbPeH_9uCnDEAybTR2RqwOG6a1BdAey0fkSF9p-P7cph0RnuHXLXJPIGizV0V15hg_MCg8-gpirWU/s1600/O%20Tesouro%20do%20Cristo.jpg" width="259" /></a></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">Conta-se que há muito tempo atrás, Paulo de Tarso e seu amigo Barnabé estavam viajando a serviço da divulgação da doutrina cristã.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">Levavam a palavra do Mestre, pregando o seu Evangelho para povos incultos e rudes, mas necessitados de Deus. Viajavam com muita simplicidade, geralmente a pé, levando o mínimo indispensável para sua sobrevivência.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">Certa vez, estavam passando por regiões desertas, cheias de precipícios e de florestas infestadas de bandidos. Seu destino era a cidade de Antioquia da Pisídia, que ainda estava longe. Pela primeira vez, foram obrigados a dormir ao relento, no seio da natureza.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">Venceram precipícios, atravessaram rio caudaloso e, do outro lado, encontraram uma caverna nas rochas, onde se acomodaram para descansar o corpo exausto e dolorido.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">Quase não tinham o que comer, mas estavam animados, vencendo obstáculos com otimismo e coragem.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">A solidão lhes sugeria belos pensamentos.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">Ao cair da tarde e após uma refeição frugal, passaram a comentar animadamente sobre as excelências do Evangelho, exaltando a grandeza da missão de Jesus Cristo.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">– Se os homens soubessem... – dizia Barnabé, fazendo comparações.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">– Todos se reuniriam em torno do Senhor e descansariam – rematava Paulo cheio de convicção.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">– Ele é o príncipe que reinará sobre todos.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">– Ninguém trouxe a este mundo riqueza maior.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">– Ah! – comentava Barnabé. – O tesouro de que foi mensageiro engrandecerá a Terra para sempre.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">E, assim, continuaram conversando, quando singular movimento lhes despertou a atenção. Dois homens armados precipitaram-se sobre ambos, à fraca luz de uma tocha acessa com resinas.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">– A bolsa! – gritou um dos malfeitores.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">Barnabé empalideceu ligeiramente, mas Paulo estava sereno e impassível.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">– Entreguem o que têm ou morrem! – exclamou o outro bandido, alçando o punhal.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">Olhando fixamente o companheiro, Paulo ordenou:</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">– Dá-lhes o dinheiro que resta. Deus suprirá nossas necessidades de outro modo.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">Barnabé esvaziou a bolsa que trazia entre as dobras da túnica, enquanto os malfeitores recolhiam, ávidos, a pequena quantia.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">Reparando nos pergaminhos do Evangelho que os missionários consultavam à luz da tocha improvisada, um dos ladrões interrogou desconfiado e irônico:</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">– Que documentos são esses? Falavam de um príncipe opulento... Ouvimos referências a um tesouro... Que significa isso?</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">Com admirável presença de espírito, Paulo explicou:</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">– Sim, de fato, estes pergaminhos são o roteiro do imenso tesouro que nos trouxe o Cristo Jesus, que há de reinar sobre os príncipes da Terra.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">Um dos bandidos, grandemente interessado, examinou o rolo de anotações do Evangelho.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">– Quem encontrar esse tesouro – prosseguia Paulo, resoluto – nunca mais sentirá necessidades.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">Os ladrões guardaram o Evangelho cuidadosamente e, apagando a tocha bruxuleante, desapareceram na escuridão da noite.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">Quando se viram a sós, Barnabé não conseguiu dissimular o assombro:</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">– E agora? – perguntou com voz trêmula.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">– A missão continua bem – disse Paulo, cheio de ânimo. – Não contávamos com a excelente oportunidade de transmitir a Boa Nova aos ladrões.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">Admirando-se de tamanha serenidade, Barnabé considerou, um tanto preocupado:</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">– Mas levaram-nos, além das moedas, os derradeiros pães de cevada, bem como as capas com que nos agasalhávamos...</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">– Haverá sempre alguma fruta na estrada – esclarecia Paulo, decidido – e quanto às coberturas, não tenhamos maior cuidado, pois não nos faltarão as folhas das árvores.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">– Mas, como recomeçar nossa tarefa, se não temos sequer as anotações do Evangelho?</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">Paulo, todavia, desabotoando a túnica, retirou alguma coisa que guardava junto ao coração.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">– Enganas-te, Barnabé. – disse com sorriso otimista. – Tenho aqui o Evangelho que ganhei de meu mestre Gamaliel e que guardei sempre comigo com muito carinho.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">O missionário apertou nas mãos o tesouro do Cristo e o júbilo voltou a iluminar lhe o coração.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">Aqueles homens valorosos poderiam dispensar todo o conforto do mundo, mas a palavra de Jesus não poderia faltar.</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;">Autoria: Célia Xavier Camargo</span></div><div><span style="color: #783f04; font-family: verdana;"><i>Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.</i></span></div> <p></p>Carlos Espiritahttp://www.blogger.com/profile/03598748437007348501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6483222172436157001.post-31628053365983368242024-01-01T09:00:00.001-03:002024-01-01T09:00:00.143-03:00Presente Para Jesus<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvp6ZlVJBUn_g9dTDVNklQcyLies2ZagU_gBYV-Wfl0pmqpDjkZGS8uecSk6CH_gCzWu4sFn7q0vhzKVzByn6JuTvnNx2nUtV7Akse-jVMrrMk_BRTWrs_95bqy9yWRLEoiqlrmX9afsH0g4iZvDfxCPMZzlOteU7-wVexu572Ehxpn0d_-pDqE25RplI/s331/Presente%20Para%20Jesus.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="152" data-original-width="331" height="147" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvp6ZlVJBUn_g9dTDVNklQcyLies2ZagU_gBYV-Wfl0pmqpDjkZGS8uecSk6CH_gCzWu4sFn7q0vhzKVzByn6JuTvnNx2nUtV7Akse-jVMrrMk_BRTWrs_95bqy9yWRLEoiqlrmX9afsH0g4iZvDfxCPMZzlOteU7-wVexu572Ehxpn0d_-pDqE25RplI/s320/Presente%20Para%20Jesus.jpg" width="320" /></a></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Quando a professora entrou na sala, os alunos estavam conversando entre si e cada um falava do presente que iria pedir no Natal.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Aproveitando a oportunidade, já que este seria o último dia de aula antes do encerramento do ano letivo, a professora lembrou aos seus alunos:</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">— Na Festa de Natal comemora-se o nascimento de Jesus. Então, o aniversariante é Jesus e não devemos ficar tão preocupados em ganhar presentes. Ao contrário, devemos nos lembrar das palavras do Mestre quando disse que tudo o que fizermos aos mais necessitados será a ele mesmo que estaremos fazendo.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">— Mas então o que podemos fazer, professora? — perguntou um dos garotos.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">— Isso é vocês que devem resolver. Pensem e decidam.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">De toda a classe, somente Vera, Carla e Raul ficaram preocupados com as palavras da professora.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">A caminho de casa eles iam conversando. Eram vizinhos e amigos, e estavam sempre juntos.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">— O que podemos dar de presente de Natal para as pessoas, como se o estivéssemos dando ao próprio Jesus? — perguntou Carla, pensativa.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">— Que tal dar balas e doces? Cada um de nós pedirá dinheiro à sua mãe e compraremos as guloseimas. Depois, sairemos distribuindo às pessoas! — sugeriu Raul.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Vera, porém, ponderou:</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">— Desse modo, na verdade serão nossas mães que estarão dando os presentes, não nós, porque não temos dinheiro! Então, penso que não podem ser coisas que precisamos comprar. Que tal darmos nossas roupas?</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Carla e Raul ficaram pensativos durante alguns instantes, depois Carla retrucou:</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">— Acho que não daria certo. Mesmo porque, se nós dermos nossas roupas, teremos que comprar outras! Ou então, daremos as que não usamos mais e que nem gostamos. Não seria um verdadeiro presente.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">— Já sei! — disse Raul — e se fizermos visitas às casas?</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">— Bem lembrado. Contudo, só a visita não é suficiente. Também precisamos levar “algo mais”. Mas, o quê?!... E não pode ser de comprar porque não temos dinheiro! — lembrou Vera.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Afinal, Carla, de olhos brilhantes, disse:</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">—Tive uma ideia! Se nós desejamos dar alguma coisa, e não pode ser adquirido com dinheiro, mas deve representar nosso esforço, nosso sentimento, que tal levarmos alegria e espírito natalino através da música? Olhem! Nós três gostamos de cantar. Podemos ensaiar algumas músicas natalinas e, na véspera do Natal iremos cantar para as pessoas! Que tal?</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Vera e Raul bateram palmas, aplaudindo a ideia.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Assim, os três amiguinhos escolheram as músicas e ficaram dias ensaiando.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Na véspera do Natal, se arrumaram direitinho e saíram de casa percorrendo as ruas do bairro. Paravam na frente das casas, começavam a cantar e, ao ouvirem as vozes infantis, os moradores abriam as portas, atraídos pelas belas melodias.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">E em cada casa que eles passavam, os moradores iam acompanhando o pequeno grupo, que crescia sempre. Percebendo o movimento, eles olharam para trás e perceberam, com emoção, que agora todas as pessoas do bairro os acompanham e cantavam junto com eles. A alegria, o entendimento e a fraternidade haviam dominado os corações de todos, graças àquelas crianças.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Como a noite avançasse, sorridentes e felizes, os moradores resolveram fazer uma grande festa no meio da rua.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Em pouco tempo, trouxeram mesas, cadeiras, toalhas e enfeites natalinos. Cada um colaborou com os pratos que havia preparado em casa para a sua ceia, e, juntando tudo, uma linda festa surgiu!</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Pessoas necessitadas, moradores de rua, se aproximaram, encantados, e também participaram, tornando-se a grande festa realmente uma comemoração digna do Aniversário de Jesus.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Vibrações de paz, amor e fraternidade envolveram a todos. Vizinhos que estavam brigados fizeram as pazes. Pessoas que não se conheciam, começaram a conversar e se tornaram amigas, aumentando os elos afetivos.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Estavam todos satisfeitos e abraçaram Carla, Vera e Raul, agradecendo-lhes pela excelente ideia.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Pela primeira vez na vida, sentiam-se mais perto de Jesus, comemorando a Festa de Natal como se o Divino Aniversariante estivesse ali presente!</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">FELIZ NATAL!</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Autoria: Célia Xavier Camargo</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><i>Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.</i></span></div> <p></p>Carlos Espiritahttp://www.blogger.com/profile/03598748437007348501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6483222172436157001.post-89473660198084619362023-12-01T09:00:00.001-03:002023-12-01T09:00:00.132-03:00O Brinquedo Avariado<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioHfClElVwH_dkAb-eI5R4w9RoO8QKr2sk0wdvobYkEab5hRHWPkkikHhatUwgCLgEBeFH1_kpQ6XsuAIJ28UcVa4BZoqW3Ue2Ai7h38uKj7SvlsS1UbeFjvr4G4YEFODuqGdWeX1E4ssCMJlTiz7v-idnJWvrdXUtjuWcVUQxMRZF9rRmbK7i87v89Nw/s259/O%20Brinquedo%20Avariado.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="194" data-original-width="259" height="194" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioHfClElVwH_dkAb-eI5R4w9RoO8QKr2sk0wdvobYkEab5hRHWPkkikHhatUwgCLgEBeFH1_kpQ6XsuAIJ28UcVa4BZoqW3Ue2Ai7h38uKj7SvlsS1UbeFjvr4G4YEFODuqGdWeX1E4ssCMJlTiz7v-idnJWvrdXUtjuWcVUQxMRZF9rRmbK7i87v89Nw/s1600/O%20Brinquedo%20Avariado.jpg" width="259" /></a></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Naquele quarteirão morava uma criança diferente.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Netinho havia nascido com uma deficiência mental e não conseguia pensar ou falar direito. Ficava sentado no portão, quietinho, pois gostava de olhar o movimento da rua e ver as crianças brincarem.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">E, porque era diferente, muitas crianças o rejeitavam, maltratando-o, jogando-lhe pedras ou caçoando dele. Agiam assim especialmente os amigos André, Tiago, Pedro e Alfredo.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Às vezes, atingido por uma pedrada, Netinho corria para dentro do portão, chorando. Sua mãe abraçava-o com carinho, olhava os meninos e dizia:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Por que agem assim com meu filho? Que mal ele lhes fez?!...</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Um dia, Dona Júlia, a mãe de Pedro, passando por ali viu o grupo de meninos mexendo com Netinho. Encolhido num canto, com os braços protegendo a cabeça, ele chorava, assustado.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">A senhora aproximou-se, cheia de compaixão, abraçou o menino, consolando-o, e levou-o para dentro, entregando-o aos cuidados da mãe.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Depois voltou e, sem qualquer crítica ao comportamento dos garotos, convidou-os para irem tomar um suco em sua casa. Eles aceitaram satisfeitos o convite, muito surpresos por não terem levado a bronca que esperavam.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Enquanto preparava o suco, a mãe de Pedro deu alguns brinquedos para eles se distraírem: um violão, um pequeno toca-fitas, um pianinho, alguns jogos e várias outras coisas.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Quando voltou trazendo os copos de suco, perguntou risonha:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Como é, estão se divertindo?</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Os garotos reclamaram, decepcionados:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Não dá para brincar! Está tudo quebrado! O violão está sem cordas — afirmou Tiago.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— E o toca-fitas não dá para ouvir música. Está sem as pilhas! — disse André.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— O pianinho está desafinado e faltam algumas teclas! — resmungou Alfredo.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">E Pedro, indignado, explodiu:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— É isso mesmo, mamãe! Você sabe que estes brinquedos não funcionam. Os jogos estão faltando peças e o trenzinho elétrico está quebrado... Nada funciona!</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Dona Júlia sentou-se e, olhando um por um, concordou:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— É verdade. Vocês têm toda razão. Estes brinquedos não funcionam. Mas, felizmente, são os brinquedos que estão avariados, e não vocês. Devem ser gratos a Deus por isso.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Sem entender direito, os meninos perguntaram:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Como assim?</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Com serenidade, Dona Júlia esclareceu:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Todos vocês nasceram perfeitos! Não têm qualquer dificuldade para pensar e estudam com facilidade, pois seus cérebros trabalham com perfeição. E seus corpos também funcionam corretamente; seus sentidos não apresentam qualquer avaria: ouvem, falam, sentem e enxergam sem qualquer problema. Vocês têm mãos e pés que se movimentam com facilidade. Isso não é ótimo?</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">As crianças concordaram, satisfeitas. A mãe de Pedro prosseguiu:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Já pensaram se um de vocês tivesse nascido cego? Ou sem um braço? Ou sem uma perna, e não pudesse andar?</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Ah! Seria horrível! Nem é bom pensar! — disse um dos meninos.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Dona Júlia concordou, continuando:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Pois é. Mas existem pessoas que não são tão felizes, como vocês. Nasceram com alguma dificuldade de expressão no corpo ou na mente, como um brinquedo avariado. Vocês conhecem alguém assim?</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Os garotos lembraram-se do menino que eles tanto amolavam.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— É o caso do Netinho, não é? — perguntou alguém.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Exatamente. Netinho nasceu com um problema na cabeça e por isso não pode se expressar como todo mundo. Ele, como espírito, é inteligente como vocês, mas não consegue fazer o “aparelho”, que é o corpo, funcionar direito. Compreenderam?</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Quer dizer que ele entende tudo o que acontece ao seu redor? — indagou Pedro.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Sem dúvida. Só não consegue fazer com que as outras pessoas saibam disso e sofre muito. Netinho merece todo o nosso respeito e carinho. Se Deus é Pai Justo e Bom, e sabe o que é melhor para nós, e fez com que Netinho nascesse com esse problema, é que esse sofrimento será útil para seu progresso.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Fez uma pausa e concluiu:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Jesus disse que “deveríamos fazer aos outros, o que gostaríamos que os outros nos fizessem”. Assim, se vocês estivessem no lugar de Netinho, como gostariam de ser tratados?</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Os meninos, meditando sobre o que tinham ouvido, ficaram envergonhados, somente agora percebendo como tinham sido injustos com Netinho, cada qual refletindo que poderia ter sido “ele” a nascer com qualquer problema.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">No dia seguinte, houve uma grande mudança. Arrependidos, os meninos pediram desculpas a Netinho por tudo o que lhe tinham feito. Passaram a conversar com ele, chamando-o para brincar e aceitando-o como amigo.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Satisfeito e risonho, Netinho participava de tudo, aprendendo as brincadeiras e mostrando que as suas dificuldades não eram tão grandes como pareciam.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Dessa forma, Netinho se tornou um ótimo companheiro para todos eles.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">*</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">A Doutrina Espírita nos fala sobre a responsabilidade dos pais em relação aos filhos, Espíritos que Deus lhes confiou, acreditando na capacidade deles como educadores.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Especialmente a mãe, cuja presença é tão necessária ao filho, tem um papel preponderante no encaminhamento desse espírito, através da orientação ético-moral, constante das lições que Jesus nos legou.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">No lar, primeira escola da alma, encontram-se todos os conteúdos imprescindíveis ao crescimento e amadurecimento do filho, especialmente através do exemplo dos pais, preparando-o para, no futuro, ser um cidadão digno e útil à sociedade, sabendo respeitar e amar a seus semelhantes como irmãos.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Às Mães, na passagem do seu dia, as nossas melhores e mais sinceras homenagens.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">FELIZ DIA DAS MÃES!</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Autoria: Célia Xavier Camargo</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><i>Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.</i></span></div> <p></p>Carlos Espiritahttp://www.blogger.com/profile/03598748437007348501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6483222172436157001.post-60104872242090206812023-11-15T09:00:00.001-03:002023-11-15T09:00:00.136-03:00Novo Filho, Novo Irmão!<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgY_58QhRmdV9tO5rV8n-WXPH2vc-P161KUvrrVyHwClPpgOv6YqlNmsWcjhA-CtCSpKKiQDodHfFJNsrEeYLfbyKwjFwNQwFOV7Yq_Nq752clxPD61wGdZo2qf7WRX0nzX5C0MryA46OX5Fg5dhnb8gPAu1ktqhfk3mOgCuBXZa6fstwMO09WoN5a9dK0/s252/Novo%20Filho%20Novo%20Irm%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="200" data-original-width="252" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgY_58QhRmdV9tO5rV8n-WXPH2vc-P161KUvrrVyHwClPpgOv6YqlNmsWcjhA-CtCSpKKiQDodHfFJNsrEeYLfbyKwjFwNQwFOV7Yq_Nq752clxPD61wGdZo2qf7WRX0nzX5C0MryA46OX5Fg5dhnb8gPAu1ktqhfk3mOgCuBXZa6fstwMO09WoN5a9dK0/s1600/Novo%20Filho%20Novo%20Irm%C3%A3o.jpg" width="252" /></a></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Carlos estava na pré-adolescência, idade em que a revolta e a irritação eram constantes. Queixava-se de tudo e nunca estava contente com nada. Reclamava da família, da escola, da comida, das roupas, da casa, dos amigos.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Em razão disso, as pessoas começaram a se afastar dele, pois não há quem goste de alguém sempre mal-humorado.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Certo dia, ele estava particularmente desagradável. Havia brigado com sua irmãzinha, quebrado um brinquedo dela de propósito e batido no cachorro.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">A mãe o repreendeu com carinho, dizendo:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Meu filho, para vivermos bem com as pessoas, é preciso que aprendamos a amar e respeitar a todos os que convivem conosco e a tudo o que nos cerca. Todos nós o amamos, mas ninguém é obrigado a aguentar o seu mal humor constante. O que está acontecendo? Você tem tudo e está sempre aborrecido! Deixe de ser tão egoísta. Tem gente que tem bem menos do que você e não reclama. Pense nisso!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Carlos, vermelho de raiva, e mais irritado ainda com as palavras da mãe, afastou-se resmungando:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Ninguém me entende nessa casa! Tudo é culpa minha!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Atravessou o jardim para sair; ao abrir o portão, parou, vendo um garoto de rua.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Em outra ocasião, ele teria escorraçado o menino. Contra sua vontade, porém, ficara pensativo. As palavras da mãe continuavam a vibrar em seus ouvidos. Sabia que ela tinha razão. Sentia seus amigos distantes, evitando se aproximar dele; a irmãzinha que sempre o estimara, agora o olhava receosa.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Estou com fome. Tem pão velho? — perguntou o garoto com olhar triste.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">As palavras do menino o tocaram fundo. Deve ser duro sentir fome — pensou.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Com o coração mais amolecido, Carlos entrou correndo e voltou em seguida com um copo de leite e um sanduíche que ele mesmo tinha preparado.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Enquanto o menino comia, sentou-se perto dele na calçada, e pôs-se a conversar.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Meu nome é Carlos. E o seu? — perguntou.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Pedro.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— E onde você mora, Pedro? — perguntou</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Moro num bairro bem afastado, com umas pessoas que me acolheram. Não tenho família — disse o garotinho, baixando a cabeça, tristonho.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Ao ver Pedro lamentar não ter família, Carlos retrucou, sem pensar:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Invejo você, Pedro. Ter família é muito chato! Especialmente mãe, que pega muito no pé da gente. Gostaria mesmo é de viver sozinho!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">O garoto ergueu a cabeça e Carlos percebeu que seus olhos estavam cheios de lagrimas.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Você não sabe o que é viver sozinho, Carlos. Não ter uma casa, não ter família, não ter pai, nem mãe; não ter alguém que lhe faça um carinho, que o oriente, até que ralhe com você. Alguém com quem você possa conversar, falar dos seus problemas, das suas dúvidas. Alguém que, quando você estiver doente, lhe dê remédio e fique a seu lado. Você não sabe o que é ser sozinho. Especialmente, sem ter uma mãe.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Carlos percebeu que dera uma mancada, e, constrangido concordou:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Tem razão, Pedro. Falei sem pensar. Mas, e a família que o acolheu? Não e boa?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— É muito boa. Olha, não conheci meu pai, e quando minha mãe ficou doente e morreu, essa família me socorreu. Então, não quero ser ingrato, devo muito a ela. Apesar de extremamente pobre, me ajudou quando mais precisei. Mas não é a mesma coisa. Sinto falta da “minha mãe”, entende?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Entendo.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Naquele momento é que Carlos sentiu a importância de ter uma família, de ter uma mãe. Seu coração encheu-se de um sentimento novo que brotava em seu íntimo e do qual ele nunca se dera conta, preocupado consigo mesmo: O AMOR.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Os dois meninos não perceberam é que, ali mesmo, abraçando-os com amor, estava a mãezinha de Pedro, desencarnada.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Na mente de Carlos brotava uma ideia. Uma imensa compaixão por Pedro fez com que ele o convidasse para entrar.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Venha. Quero que conheça minha mãe.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Entraram. Carlos apresentou Pedro à mãezinha. Ele estava tão diferente, emocionado, que ela percebeu logo que algo tinha acontecido com o filho.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Seja bem-vindo, Pedro. Mas, o que houve, meu filho?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Mamãe! Sei que o Dia das Mães se aproxima e costumo dar-lhe um presente. A senhora aceitaria qualquer presente que eu lhe desse?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Claro, meu filho! Porém, não preciso de presentes. Tenho vocês!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Mas eu quero dar-lhe um presente, mamãe.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Seja o que for, aceito com prazer, meu filho.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Aproximando-se de Pedro, que ouvia a conversa sem entender nada, Carlos colocou o braço em seus ombros, e, com os olhos rasos d’água, falou:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Aceita um novo filho, mamãe? De quebra, terei um outro irmão!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Mas...e a família de Pedro, meu filho?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Carlos contou à mãe a situação do novo amigo, mas ela, ainda em dúvida, questionou:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Pedro, e essa família com a qual você mora? São seus amigos! Não ficariam tristes sem você?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Surpreso e encantado com a ideia de Carlos, sem poder nem acreditar nessa felicidade, ele respondeu:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Não, senhora. São meus amigos sim, gosto muito deles e serei sempre grato. Ajudaram-me numa hora de necessidade, quando minha mãe morreu e fiquei só. Mas acredito que para eles seria um alívio não ter mais uma boca para alimentar. Sabe como é, a vida está tão difícil!...</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— E você gostaria de vir morar conosco? Bem, parece que Carlinhos não pediu sua opinião e precisamos saber o que você realmente deseja!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">O menino sorriu, emocionado:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Eu ficaria muito feliz de ter uma nova família!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Também comovida com a situação de Pedro, a mãe não teve mais dúvidas. Correu para eles, abraçando-os, emocionada dizendo ao filho:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Carlos, seu pai e eu sempre quisemos adotar mais um filho, porém tínhamos medo da sua reação. Seu pai e sua irmãzinha também ficarão muito felizes.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Depois, dirigindo-se a Pedro, completou:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Seja bem-vindo, meu filho, ao seu novo lar.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">E naquele dia, a alegria voltou àquela casa, com as bênçãos de Deus.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Carlos tornou-se um rapazinho mais compreensivo, bem-humorado e feliz, porque deixara de pensar apenas em si mesmo, estendendo amor a outro mais necessitado.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Alguns dias depois, reunidos para almoçar, a família atual e aquela que ajudara Pedro, comemoraram o Dia das Mães em conjunto, como se todos fossem parte de uma única família.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Ali, junto deles, radiante de alegria estava a mãezinha de Pedro, que envolveu a todos com infinito amor e gratidão.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><i>Autoria: Célia Xavier Camargo</i></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><i>Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.</i></span></div> <p></p>Carlos Espiritahttp://www.blogger.com/profile/03598748437007348501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6483222172436157001.post-16251951771824820932023-11-01T09:00:00.001-03:002023-11-01T09:00:00.137-03:00Mãos Unidas<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnU3k-aHoaQt8RQPAvy1c7dyH0WPu7kpoGItGqiIfghXreUNf7t9YiQTLNpm-8kF4cCX_5nQSyYcannS43RoshmtpL5gpTnkcOrA0LMczEYVa2_FHV2iOb56bbgK9sEh2ND2GV4lGQm5Ww_ymDsRRK2DZC4K2V9vZU074wgnPYGiRHThez90vWNyr04Mg/s248/M%C3%A3os%20Unidas.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="204" data-original-width="248" height="204" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnU3k-aHoaQt8RQPAvy1c7dyH0WPu7kpoGItGqiIfghXreUNf7t9YiQTLNpm-8kF4cCX_5nQSyYcannS43RoshmtpL5gpTnkcOrA0LMczEYVa2_FHV2iOb56bbgK9sEh2ND2GV4lGQm5Ww_ymDsRRK2DZC4K2V9vZU074wgnPYGiRHThez90vWNyr04Mg/s1600/M%C3%A3os%20Unidas.jpg" width="248" /></a></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;">A família reunida em torno de uma mesa fazia o Evangelho no Lar.</span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;">O tema da noite era a Caridade e, após a leitura do texto evangélico, cada um fez seu comentário. A pequena Sônia, de cinco anos, falou:</span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;">— Papai, eu vi na televisão que o Natal está chegando e as lojas estão cheias de brinquedos!</span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;">— Sim, minha filha. Mas essa é uma deturpação da ideia do Natal, que deveria ser dedicado a Jesus, cujo nascimento comemoramos no dia 25 de dezembro — esclareceu Antônio.</span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;">Orlando, de oito anos, lembrou:</span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;">— Além disso, tem muita gente que não pode comprar presentes. Vi outro dia no jornal que, em virtude de uma grande chuva numa região, muitas famílias perderam tudo e estão desabrigadas.</span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;">A mãe, dona Clara, disse cheia de piedade:</span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;">— Tem razão, meu filho. Ao lado dos felizes do mundo, também há muito sofrimento e dor que nos compete amenizar. Aqui mesmo, em nossa cidade, existem bairros muito pobres onde as pessoas não têm o que comer, e muito menos terão condições de pensar em comprar presentes no Natal.</span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;">O mais velho, Ricardo, de 12 anos, que estava bastante pensativo, propôs:</span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;">— A lição de hoje é sobre a Caridade, lembrando-nos que precisamos dividir o que possuímos, ajudando os mais necessitados. Que tal se partíssemos para a ação, fazendo alguma coisa?</span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;">Satisfeitos por ver que a semente do evangelho germinava, os pais concordaram:</span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;">— Muito bem lembrado, Ricardo. O que vocês sugerem?</span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;">— Eu dou minhas roupas velhas e alguns brinquedos! — exclamou Soninha.</span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;">— Eu também vou separar algumas roupas e brinquedos. Além disso, tenho sapatos e tênis que não me servem mais — disse Orlando.</span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;">— Ótimo! — afirmou Ricardo que, por ser o mais velho, parecia o chefe da pequena equipe. — Mas isso não basta. É pouco. Precisamos pedir ajuda para todas as pessoas conhecidas: vizinhos, parentes, amigos, colegas de classe, professores.</span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;">Os demais concordaram animados, batendo palmas.</span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;">Das palavras passaram à ação e, em poucos dias, as doações começaram a chegar: eram gêneros alimentícios, roupas, calçados, brinquedos, remédios, livros e até alguns utensílios domésticos e móveis.</span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;">Os pais levaram as crianças para conhecer os bairros mais pobres da periferia e eles voltaram sensibilizados, chegando à conclusão de que precisavam de mais auxílio, pois a quantidade de necessitados era enorme.</span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;">Ricardo foi à emissora de rádio local e transmitiram-se pedido de ajuda para a “Campanha Mãos Unidas”, como passaram a chamar, e a resposta não tardou.</span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;">Choveram donativos de todos os lados, do campo e da cidade, dos bairros mais ricos e até dos pobres. Todos queriam colaborar.</span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;">No dia de Natal, encerrando a “Campanha Mãos Unidas”, puseram tudo num caminhão e foram levar o resultado obtido para as famílias carentes.</span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;">Uma grande quantidade de pessoas que haviam colaborado os acompanhou e todos estavam muito felizes. Cada um ajudou como pôde, até se vestindo de palhaço para distribuir balas e alegrar a criançada.</span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;">Foi uma grande festa. No encerramento, Antônio fez uma prece, agradecendo a Deus em nome de todos, pelas bênçãos desse dia, no que foi acompanhado por uma multidão de pessoas de todos os credos religiosos.</span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;">Todos retornaram para seus lares cheios de felicidade e bem-estar, especialmente a família de Antônio, pois não fosse o empenho das três crianças, não teriam este ano um Natal realmente diferente e dedicado a Jesus e aos menos afortunados.</span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;">Autoria: Célia Xavier Camargo</span></div><div><span style="color: #073763; font-family: verdana;">Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.</span></div> <p></p>Carlos Espiritahttp://www.blogger.com/profile/03598748437007348501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6483222172436157001.post-58486245081572047552023-10-15T09:00:00.001-03:002023-10-15T09:00:00.138-03:00A Bola Colorida<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRUeqhgN-7RzdYQZQ7eDnLfDwLmL-upophrwwgC6wOhOaqqIX5BVtrHmFwmdZa7M14sNoZ-nNDG2elgsaBR5a9OCV_nLU-dcgVCWK8uAm3JLEIMJ9oJxLjwZCZckWvjUL5nvjJixGVAMqsdqAFUWSI4CGP_6kDAxGyvJykgMKkr4CRwPbw8SL_fDZzRkU/s225/A%20Bola%20Colorida.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="225" data-original-width="225" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRUeqhgN-7RzdYQZQ7eDnLfDwLmL-upophrwwgC6wOhOaqqIX5BVtrHmFwmdZa7M14sNoZ-nNDG2elgsaBR5a9OCV_nLU-dcgVCWK8uAm3JLEIMJ9oJxLjwZCZckWvjUL5nvjJixGVAMqsdqAFUWSI4CGP_6kDAxGyvJykgMKkr4CRwPbw8SL_fDZzRkU/s1600/A%20Bola%20Colorida.jpg" width="225" /></a></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">Brincando no quintal, Susana, de seis anos, viu seu amigo Érico do outro lado da cerca.</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">Feliz por ver o vizinho, ela o chamou:</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">– Érico, venha brincar comigo! Acabo de ganhar uma linda bola colorida!</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">Com os olhos brilhantes de animação, o pequeno pulou a cerca baixa, indo ao encontro da amiguinha.</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">Susana segurava a bola com as mãos e o menino ficou encantado.</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">Era realmente uma bola de plástico de belo colorido, que chamaria a atenção de qualquer criança.</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">Puseram-se a brincar no gramado.</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">Érico tinha um cão. Um vira-lata caramelo e branco, vivo e inteligente, que gostava de brincar e de passear com eles.</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">De repente Bob, cachorro de Érico viu os dois brincando e não teve dúvida. Passou por um buraco na cerca e, latindo alegremente, avançou, querendo participar da brincadeira. Em disparada, pulou sobre a bola e suas garras afiadas a alcançaram no ar. Para espanto das crianças e do próprio cão, que não sabia o que estava acontecendo, a linda bola colorida caiu na grama, murcha, vazia, rasgada, enquanto o cachorro gania, frustrado.</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">Susana, surpresa, não queria acreditar no que estava vendo. Num momento, a bola estava no ar, cheia e linda; no momento seguinte, era um trapo qualquer, vazio e sem graça.</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">Revoltada por ter perdido o brinquedo novo, começou a chorar, acusando Érico pelo acidente:</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">– Buááá!... Está vendo o que você fez?</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">– Não tive culpa, Susana. Desculpe-me. Foi o Bob que quis brincar conosco. Coitado! Ele também não teve intenção de estragar sua bola. Veja como está triste!</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">– Não interessa. O cachorro é seu e, portanto, a culpa é sua. Quem mandou deixá-lo entrar no meu quintal? A partir de agora você não é mais meu amigo. Vá embora!</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">O menino e o cachorro estavam desolados. Érico tentou explicar, mas Susana não o deixou falar. Apesar das lágrimas do garoto e dos uivos do cão, a menina não reconsiderou sua atitude.</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">Virou-lhe as costas e entrou em casa muito zangada, enquanto Érico e o cachorro ficavam parados, tristes.</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">Susana, cheia de indignação, contou para a mãe o que tinha acontecido, pedindo-lhe que tomasse uma atitude contra o vizinho.</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">A senhora, serena, considerou:</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">– Minha filha, entendo que você esteja lamentando a perda da sua bola. Contudo, é só um brinquedo, e, pelo que entendi, a culpa não foi de ninguém. Seu pai lhe comprará outra, fique tranquila.</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">– Não quero! Quero aquela bola! Nunca mais falo com Érico. Nunca mais quero vê-lo!</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">A mãezinha calou-se, compreendendo que não adiantaria falar mais nada naquela hora.</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">Os dias se passaram. Susana, da janela da cozinha, via Érico encostado na cerca, tristinho de fazer dó. Porém não amolecia o coração.</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">Certo dia, uma semana depois, a mãe lhe disse:</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">– Minha filha, vejo que você anda meio chateada, não brinca mais...</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">– Não tenho vontade, mamãe. Sozinha não tem graça.</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">– Chame o Érico. Ele está lá do outro lado da cerca – sugeriu.</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">– Não. Não quero.</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">– Ele não é seu melhor amigo? Vocês sempre se deram tão bem!</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">– Era! Agora não é mais.</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">A mãe pensou um pouco, chamou a filha, sentou-a no colo com carinho, e considerou:</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">– Minha filha, amizade é um tesouro de valor incalculável. E você está perdendo esse tesouro por uma colorida bola de plástico, frágil, que estragou na primeira brincadeira? Pense bem! Bola igual àquela você encontra em qualquer loja, mas uma amizade valiosa, não.</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">Susana ficou pensativa por alguns instantes. Depois, decidiu-se.</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">Abriu a porta e voou para o quintal. Aproximou-se da cerca, convidando:</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">– Vamos brincar?</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">O garoto, meio sem jeito, perguntou:</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">– Não está mais zangada comigo? Afinal, por minha culpa perdeu sua bola nova. Mas, não se preocupe. Falei com minha mãe e ela vai lhe comprar outra.</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">Susana sorriu, já esquecida do incidente:</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">– Isso não tem importância. Sua amizade vale muito mais!</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;">Autoria: Célia Xavier Camargo</span></div><div><span style="color: red; font-family: verdana;"><i>Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.</i></span></div> <p></p>Carlos Espiritahttp://www.blogger.com/profile/03598748437007348501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6483222172436157001.post-5559628800322909992023-10-01T09:00:00.001-03:002023-10-01T09:00:00.157-03:00Lágrimas de Arrependimento<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjV-5GwrOX7Pls3L3oSump-CyPW4Tdpuz2GOuctRpMi4KeC_jZwRXGp1qLrK-zTT_HSuLcVXIeI5jG6-u0hzYqRThdslMOsMOw6llb1rs6k3eOnJ2Pw0gsN9ls1UKntIeMrjNggT98WRW5QblFJh52ZZq1hIH129dW8nxA_UnFDCFhijeIsdGGtSiwalQQ/s229/L%C3%A1grimas%20de%20Arrependimento.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="220" data-original-width="229" height="220" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjV-5GwrOX7Pls3L3oSump-CyPW4Tdpuz2GOuctRpMi4KeC_jZwRXGp1qLrK-zTT_HSuLcVXIeI5jG6-u0hzYqRThdslMOsMOw6llb1rs6k3eOnJ2Pw0gsN9ls1UKntIeMrjNggT98WRW5QblFJh52ZZq1hIH129dW8nxA_UnFDCFhijeIsdGGtSiwalQQ/s1600/L%C3%A1grimas%20de%20Arrependimento.jpg" width="229" /></a></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Ciro gostava muito de brincar no quintal de sua casa. À sombra acolhedora de uma grande árvore, ele passava horas, distraído com seus brinquedos.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Era um lugar fresco e agradável, onde a luz do sol filtrava-se suavemente, e onde, muitas vezes, ele até adormecia com a cabeça apoiada em suas raízes possantes, cansado de brincar.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">A árvore era uma linda mangueira e dava frutos saborosos, que Ciro colhia com as próprias mãos ao sentir fome.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Apesar de tudo isso, Ciro era um menino cheio de vontades, e certo dia começou a implicar com a árvore, desejando cortá-la.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Chegando até sua mãe, ele disse:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Mãe, eu quero que a senhora mande cortar a mangueira.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Surpresa, a mãe retrucou:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Por que, meu filho? Você sempre gostou tanto dela!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Batendo o pé no chão o garoto respondeu:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Não gosto mais, ora essa. Ela toma muito espaço, faz muita sombra e está atrapalhando no quintal.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Espantada, a senhora considerou:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Pense bem, meu filho. As árvores devem ser preservadas, pois são muito úteis e levam anos para crescer e produzir. Essa nossa mangueira dá mangas deliciosas e em seus galhos acolhedores os pássaros fazem seus ninhos, e...</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Não adianta, minha mãe! — interrompeu-a o garoto caprichoso. — Quero que a ponha abaixo.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Quando o pai chegou, após o serviço, foi informado da exigência do filho.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Novo diálogo se estabeleceu tentando fazê-lo desistir da ideia. Tudo em vão. Não valeram conselhos e ponderações, argumentos e reprimendas. Ciro estava irredutível.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Tanto ele gritou, chorou e reclamou que seus pais, apesar de considerarem um absurdo o seu desejo, resolveram fazer-lhe a vontade.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Afinal, era filho único! E o que é que ele pedia que os pais não lhe davam?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">No dia seguinte, o pai mandou cortar a bela árvore com o coração amargurado.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Ciro estava feliz. A cada golpe desfechado no tronco ele sorria. Afinal, o homem deu por terminado o serviço. Da bela mangueira só restara um toco.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Ciro deu-se por satisfeito e foi brincar.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Contudo, o sol muito forte doía-lhe os olhos e o calor era excessivo. Em poucos minutos estava cansado e todo cheio de suor. Resolveu entrar.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">A mãe, que o observava de longe, perguntou:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Não vai brincar mais, Ciro?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Desapontado, o garoto respondeu:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Estou cansado. O sol está muito quente hoje.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Quer comer alguma coisa? — tornou a mãe, carinhosa.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Sim, mamãe. Gostaria de chupar uma manga.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Ah, meu filho, não temos mais mangas. Esqueceu que a mangueira foi destruída? As últimas que sobraram dei para o jardineiro levar!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Despeitado, Ciro sentou-se nos degraus da porta da cozinha, olhando o quintal que lhe parecia tão estranhamente vazio agora.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Observou muitos passarinhos que pareciam voar a esmo, sem lugar para ficar.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Ciro lembrou-se que tinha visto, nos galhos derrubados, vários ninhos e compreendeu que aqueles pássaros haviam perdido suas casinhas. Também notou que estavam famintos, procurando migalhas no chão para comer.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Com o passar dos dias, Ciro foi ficando cada vez mais arrependido da decisão que tomara.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Não brincava mais no quintal. Tudo ficara sem graça, não tinha mais árvore para subir, o sol era inclemente e queimava tudo.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Suspirando, um dia aproximou-se do toco, agora escuro e ressequido e, abraçando o que sobrara da mangueira, deu vazão à sua tristeza. Em lágrimas, ele começou a dizer.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Estou muito arrependido, minha amiga. Você não sabe a falta que me faz. Não sabia que você era tão importante para nós e agora nada mais tem graça. Não tenho mais sombra para brincar e o sol me queima. Os passarinhos ficaram sem saber o que fazer, como eu, e foram embora, em busca de outros galhos acolhedores. Ah! Se eu pudesse voltar atrás! Agora compreendo porque dizem que é preciso cuidar da ecologia, preservando as árvores. Sem vocês, tudo fica árido e feio...</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Ciro chorou... chorou muito, abraçado aos restos da sua velha companheira.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Suas lágrimas de arrependimento, contudo, umedeceram o tronco ressequido e, alguns dias depois, ao aproximar-se dele, Ciro teve uma grande surpresa.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Do meio do tronco, brotos frágeis e verdinhos surgiam como esperança de uma nova vida em seu âmago.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Cheio de alegria, Ciro percebeu que o milagre da vida se repetia, e que a árvore voltaria a crescer, com a bênção de Deus!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Autoria: Célia Xavier Camargo</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><i>Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.</i></span></div> <p></p>Carlos Espiritahttp://www.blogger.com/profile/03598748437007348501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6483222172436157001.post-75218757676915427532023-09-15T09:00:00.001-03:002023-09-15T09:00:00.143-03:00O Medo<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkWSPKsU_c31_kzFaacTY_Rrp7cZSlNCUCnISHjWGYEDMLpTSVbYxQ5sxQaea3E24Nor7jz_TlvI4bMDSSUdhSp-xfRnuD3Wy7uk_-nMWv9c6j8c6vAZgEDc2LRW0suW0mS3ApPTBM35aWZsBnTEWKupTfPK70FAGIs8KvPlO17WE5AG60Ta8sGCDAszg/s228/O%20Medo.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="221" data-original-width="228" height="221" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkWSPKsU_c31_kzFaacTY_Rrp7cZSlNCUCnISHjWGYEDMLpTSVbYxQ5sxQaea3E24Nor7jz_TlvI4bMDSSUdhSp-xfRnuD3Wy7uk_-nMWv9c6j8c6vAZgEDc2LRW0suW0mS3ApPTBM35aWZsBnTEWKupTfPK70FAGIs8KvPlO17WE5AG60Ta8sGCDAszg/s1600/O%20Medo.jpg" width="228" /></a></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Glorinha saiu de casa para ir à escola como fazia todos os dias. E aquele parecia ser um dia como todos os outros. Mas não era.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">No trajeto, Glorinha percebeu que alguma coisa estava acontecendo. Nas ruas, as pessoas estavam agitadas, falavam alto e pareciam atemorizadas.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Intrigada, a menina desejou saber qual a novidade. Ao passar diante da banca de jornais, viu duas mulheres conversando e, curiosa, parou para escutar. Uma dizia à outra:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Já se viu uma coisa dessas? Agora toda a cidade está em perigo!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Mas, como foi que ele escapou? — perguntava a outra.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Sei lá! Com certeza algum descuidado deixou aberta a porta da jaula e ele...zás! Fugiu!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Quem teria fugido? Glorinha resolveu perguntar ao dono da banca, um velhinho muito simpático com quem sempre conversava.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Seu Antônio, “quem” foi que fugiu?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">O velhinho arregalou os olhos, levantou as sobrancelhas e, ajeitando os óculos na ponta do nariz, informou:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Você não sabe, Glorinha? Pois foi um leão! Escapou do circo que chegou ontem na cidade.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Ah! Um leão?!... E ele é grande? — quis saber a menina.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Se é grande? Dizem que é enorme! E muito feroz também. Tenha cuidado ao andar pela cidade.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Agradecendo o conselho, Glorinha continuou seu caminho. Agora, informada do que estava acontecendo, entendia melhor as conversas que ouvia de passagem.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Encontrou dois homens e um deles dizia:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Olha, mandei minha mulher trancar toda a casa e não permitir que nossos filhos saiam para a rua. Os meninos não irão às aulas enquanto a fera não tiver sido capturada.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">E o outro concordava plenamente:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Tem toda razão. Certa vez ouvi contar que um animal escapou de um circo e feriu duas pessoas. Não podemos facilitar. Olha, já preparei até minha espingarda. Se o bicho aparecer, prego fogo!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Cada vez mais assustada, Glorinha chegou à escola. Ali os comentários eram os mesmos: giravam em torno do terrível leão que escapara do circo.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Preocupadas, as mães pediam às professoras que tomassem todo o cuidado com seus filhos. Outras eram de opinião que o melhor seria fechar a escola, dispensando os alunos das aulas naquele dia, ou até que fosse solucionado o problema.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">As crianças estavam apavoradas e ouviam-se gritos e choros por toda parte. Enfim, o ambiente estava um verdadeiro caos!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">A professora de Glorinha, moça tranquila e de bom-senso, reunindo os alunos na classe considerou, serena:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— O melhor que nós temos a fazer é manter a calma. A confusão apenas complica e o medo tem terrível poder sobre as pessoas, impedindo que se possa analisar e julgar com acerto. Não se preocupem. Fiquem tranquilos que nada nos acontecerá. Estamos seguros neste prédio e, em qualquer circunstância, devemos confiar em Deus, que nunca nos desampara. Além disso, nem sabemos se tudo isso é verdade!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Vendo que os alunos estavam mais calmos, a professora pediu que abrissem o livro, informando:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Vamos à lição do dia.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Após as aulas, ao sair da escola Glorinha notou que a situação estava pior ainda. Agora, a confusão era geral. Carros da polícia percorriam as ruas da cidade orientando as pessoas para que permanecessem em suas casas. O corpo de bombeiros fora acionado e grupos de cidadãos, armados, procuravam pistas do terrível animal em todos os lugares da cidade e nos arredores, em defesa da população.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Chegando em casa, Glorinha encontrou a mãe toda apavorada, tremendo de medo.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Graças a Deus você chegou, minha filha. Ocupada com o serviço doméstico, somente agora liguei o rádio e ouvi a notícia. Você está bem? O leão não te ameaçou?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Glorinha, lembrando o que a professora tinha dito, falou:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Mamãe! Claro que estou bem! Além disso, minha professora disse que é importante manter a calma e confiar em Deus. Nada devemos temer.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Como se fosse uma confirmação daquelas palavras, de repente elas ouviram um miado estranho na porta da cozinha. Pensando que era o gato da vizinha, Glorinha correu a abrir a porta, que a mãe havia trancado.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Com surpresa, encontrou escondido num canto da escada uma coisa fofa e peluda que miava cheia de medo. Chegando mais perto, a menina reconheceu, naquele bichinho inofensivo, trêmulo e faminto, um filhote de leão.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Pegando-o no colo, chamou a mãe e exclamou:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Veja mamãe! Aqui está o terrível e feroz leão que faz a cidade toda tremer! Parece que ele está mais assustado do que nós!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Dando uma sonora risada, completou satisfeita e aliviada:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— O que o medo pode fazer com as pessoas!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Em pouco tempo, a casa de Glorinha estava repleta de gente que viera ver o filhote de leão. A polícia, a imprensa, os bombeiros, os vizinhos, populares curiosos e até o prefeito municipal, todos queriam ver de perto o animalzinho. E, ao vê-lo, sentiam uma enorme vergonha do alarido todo que fora feito em torno do fato.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Chegou o dono do circo, constrangido, e o prefeito exigiu uma explicação:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Por que não esclareceu que o animal que fugiu do seu circo era um pequeno e inofensivo filhote de leão?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Coçando a barba, o astuto proprietário justificou-se:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Bem, achei que era uma excelente propaganda para o meu circo. Pelo menos, a cidade inteira ficou sabendo que chegamos, não é?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Autoria: Célia Xavier Camargo</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><i>Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.</i></span></div> <p></p>Carlos Espiritahttp://www.blogger.com/profile/03598748437007348501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6483222172436157001.post-73961559885924909942023-09-01T09:00:00.001-03:002023-09-01T09:00:00.138-03:00O Salvamento<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7YIxUPezlFjhMWml6KzLQdqZqw0Xd-lKY1pAmFzKoXaeev2q04Pd6vlAo6Td4hV4mqfSu__t5mY0nIkIeHH2jAx1d_lzX5iPojl69eeCaDOsq84u9cAhrdfBGnk-bpbj3iM02bB1iBhIBw-LZC5XXC4s-hJSOobolFW8T2_hsVQb64SmQ44uACNbnbAs/s277/O%20Salvamento.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="182" data-original-width="277" height="182" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7YIxUPezlFjhMWml6KzLQdqZqw0Xd-lKY1pAmFzKoXaeev2q04Pd6vlAo6Td4hV4mqfSu__t5mY0nIkIeHH2jAx1d_lzX5iPojl69eeCaDOsq84u9cAhrdfBGnk-bpbj3iM02bB1iBhIBw-LZC5XXC4s-hJSOobolFW8T2_hsVQb64SmQ44uACNbnbAs/s1600/O%20Salvamento.jpg" width="277" /></a></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">O dia estava lindo. Um sol radioso brilhava no céu sem nuvens.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Bruno resolveu ir à praia brincar e jogar bola com uns amigos.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Duas horas depois, cansados da brincadeira, os garotos pararam para descansar um pouco.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">De repente, Bruno olhou para o mar e viu alguém que parecia estar em dificuldades.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">— Socorro! Socorro! Acudam! — gritava o rapazinho.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">— É o Zeca! — disse alguém — Conheço aquele rapaz.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Naquela praia não havia guarda-vidas. Bruno, apavorado, olhou para todos os lados, esperando que alguém se jogasse na água para salvar o garoto.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Todavia, os adultos que ali estavam não tomavam nenhuma atitude. Ficaram assustados e sem ação, apenas olhando fixo para o menino que gritava por socorro.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Bruno sentiu que precisava fazer alguma coisa. Era preciso salvar aquele rapazinho, de qualquer jeito.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Ele sabia nadar um pouco, porém não tinha muito fôlego e também não ignorava que para retirar de dentro da água alguém que estava se afogando, era preciso muita força e destreza, caso contrário correria o risco de também morrer afogado.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Mas alguém tinha que fazer alguma coisa. Pesando os prós e os contras, resolveu arriscar, pensando:</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">— Eu confio em Deus. Ele vai me ajudar!</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Jogou-se na água, nadando rápido contra as ondas, indo ao encontro do Zeca.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Estava já cansado, quando, ao olhar para trás, viu que diversos homens igualmente haviam se jogado na água para tentar salvar o garoto e, rapidamente, o estavam alcançando.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Mais tranquilo Bruno diminuiu o ritmo das braçadas, e foi com imenso alívio que viu os homens passarem por ele, aproximando-se do rapazinho em dificuldades.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Dentro em pouco, a turma do salvamento chegou à praia trazendo o menino, desacordado.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Após os primeiros-socorros, o garoto voltou a si, começando a respirar novamente e jogando para fora a água que havia engolido.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Foi uma alegria geral! Todos estavam muito felizes e agradecidos a Deus por terem salvo uma vida.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Recuperado, Zeca agradeceu a seus salvadores:</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">— Muito obrigado. Se não fosse a coragem de vocês, eu teria morrido.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Um dos homens respondeu, envergonhado:</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">— Não agradeça a nós, garoto. O corajoso realmente foi esse menino aqui, o Bruno, que, sem pensar na sua própria segurança e nos riscos que corria, jogou-se no mar para salvar você.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Zeca olhou para Bruno com os olhos cheios de lágrimas:</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">— Bruno, você é incrível! Nem sei como lhe agradecer. Mas, diga-me, você acha que conseguiria me salvar? Sou bem maior do que você e iria dar trabalho! Como você iria me carregar?</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Bruno coçou a cabeça, deu um sorrisinho e respondeu:</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">— Na verdade não sei, Zeca. Porém, tinha muita confiança em Jesus e a esperança de que outras pessoas também seguissem meu gesto e se jogassem na água. Foi o que aconteceu, graças a Deus!</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Os demais estavam emocionados diante do gesto corajoso de Bruno. O menino se sacrificara para dar o exemplo a todos os que estavam apenas observando, sem ação.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">E, com o amparo de Deus e a coragem de Bruno, uma vida fora salva.</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;">Autoria: Célia Xavier Camargo</span></div><div><span style="color: #2b00fe; font-family: verdana;"><i>Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.</i></span></div> <p></p>Carlos Espiritahttp://www.blogger.com/profile/03598748437007348501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6483222172436157001.post-42021700491168294642023-08-15T09:00:00.001-03:002023-08-15T09:00:00.141-03:00O Recém Nascido<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7SeEXEbWWRoc1Hi0QYLA_PY5e3_d5Ck0tj09nxdL3MZ5-Zn3Zd98t_1C5ghM-PyVoBUDaxLhwnpIdMUnIj32Cb25hj71vJmm2uLQH92AHtv3nQq-PajTNSZzbJk32ptq_9987w-Jl0cZxCoGxteO18aOHvvkb1XgmrNWzBgiVTACOow0ThMBXQ3K5d3g/s225/O%20Rec%C3%A9m%20Nascido.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="225" data-original-width="225" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7SeEXEbWWRoc1Hi0QYLA_PY5e3_d5Ck0tj09nxdL3MZ5-Zn3Zd98t_1C5ghM-PyVoBUDaxLhwnpIdMUnIj32Cb25hj71vJmm2uLQH92AHtv3nQq-PajTNSZzbJk32ptq_9987w-Jl0cZxCoGxteO18aOHvvkb1XgmrNWzBgiVTACOow0ThMBXQ3K5d3g/s1600/O%20Rec%C3%A9m%20Nascido.jpg" width="225" /></a></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Em certa região bem distante, morava um homem muito pobrezinho. Um dia, andando pela mata à procura de lenha para vender, à margem do caminho encontrou uma cesta e, dentro dela, viu uma criança.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Ouviu o choro fraco do recém-nascido, que estava cuidadosamente embrulhado numa manta e, cheio de compaixão, pegou o pequenino aconchegando-o ao peito.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">De coração generoso, imediatamente resolveu levá-lo para casa. Preocupava-o, porém, a pobreza extrema em que vivia. Como cuidar do bebê, prover-lhe as necessidades, ele, a quem muitas vezes faltava o que comer? Quem sabe alguém com mais recursos, que passasse por aquela estrada, poderia ficar com ele e dar-lhe uma vida melhor?</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Contudo, ouvindo os vagidos da criança que o fitava com olhinhos vivos, comentou alto:</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— Não posso abandoná-la aqui exposta aos perigos. Deus vai me ajudar! Além disso, sempre quis ter um filho. Melhor dividir com esta criança a minha pobreza do que deixá-la entregue a destino incerto.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Como se entendesse a decisão que o lenhador tomara, o recém-nascido se aquietou e dormiu tranquilo.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Chegando em casa, o homem abriu a porta e disse:</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— Mulher, veja o que eu trouxe!</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">A esposa, curiosa, aproximou-se e abriu o embrulho que o marido trazia nos braços. O recém-nascido dormia serenamente, e seu coração se enterneceu. Cheia de alegria, exclamou:</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— O filho que sempre quisemos ter! Deus ouviu nossas preces!</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Ao mesmo tempo, consciente da miséria em que vivia, indagou, aflita:</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— Mas, como vamos cuidar do bebê, João? Não temos comida nem para nós! E uma criança precisa de cuidados especiais!</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Confiante, o marido respondeu:</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— Não se aflija, Ana. Se o Senhor nos mandou este bebê, certamente nos dará os meios para sustentá-lo.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Era um menino e deram-lhe o nome de Benvindo.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">A partir desse dia, tudo mudou. A casa, antes triste e sem vida, tornou-se alegre e cheia de risos.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">João, mais estimulado ao trabalho, agora não se limitava a procurar lenha no mato para vender. Buscava outras fontes de renda.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Sabendo da criança, um sitiante das redondezas vendeu-lhe uma cabra por preço módico que João poderia pagar como pudesse. Assim estava garantido o leite do bebê.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">A vida estava mudando. Mas isso não bastava. O que mais poderia fazer?</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">João, na soleira da porta da casa, olhava o terreno que se estendia à sua frente e pensou que poderia cultivá-lo. Assim, teriam verduras, legumes e talvez algumas frutas.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Não pensou duas vezes. O homem que lhe vendera a cabra arrumou-lhe também sementes e mudas diversas, satisfeito por vê-lo interessado no trabalho.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">João pegou o machado e derrubou algumas árvores, limpando o terreno. Depois, fez canteiros e jogou as sementes no solo. Plantou as mudas e cuidou delas com muito amor.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Logo, tudo estava diferente. À medida que Benvindo crescia, forte e saudável, as plantas igualmente se desenvolviam na terra fértil.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Dentro de pouco tempo, no terreno, antes inculto e abandonado, os legumes e as verduras surgiam, encantando a vista e trazendo fartura. As árvores frutíferas logo começaram a produzir: agora tinham bananas, laranjas, maçãs, mangas e limões à vontade. Como a produção fosse grande, além de terem alimentos, João passou a vender as frutas, os legumes e as verduras excedentes.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Com o coração alegre pelas novas funções como mãe, transformando sua casa num lar, Ana passou a cuidar com mais carinho da moradia, a exemplo do marido, plantando um jardim e cultivando flores que enfeitavam e perfumavam o ambiente.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Benvindo crescia aprendendo a trabalhar com o pai. Era um menino vivo e inteligente. Ainda pequeno, João contou a ele como o encontrara abandonado e da satisfação de trazê-lo para casa, afirmando sempre:</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— Você é nosso filho muito querido. Foi Deus quem o mandou para nós.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">O tempo passou. Benvindo começou a frequentar a escola, na aldeia. João e Ana faziam questão absoluta que o filho não fosse um analfabeto, como eles.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Mas, apesar de se considerarem ignorantes, souberam dar ao menino noções realmente importantes para sua vida, como amor a Deus e ao Evangelho de Jesus. E ele cresceu sabendo valorizar a honestidade, o trabalho, o respeito ao próximo, o perdão das ofensas e, acima de tudo, o bem.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Já moço, Benvindo foi morar numa cidade grande para continuar os estudos. Terminando o curso, com grande satisfação dos pais, ele retornou para casa e disse, emocionado:</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— Papai, não sei como agradecer tudo o que fizeram por mim. Criança abandonada, poderia ter morrido de fome e de frio, mas graças a sua bondade, vim para esta casa como filho que tanto tenho recebido de ambos. Tudo o que sou hoje devo a vocês. Muito obrigado!</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Enxugando as lágrimas, Benvindo fitou o pai, já velhinho e encarquilhado, abraçando-o com profundo amor.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Comovido, João pegou o filho pela mão e levou-o para fora de casa, onde se descortinava lindo panorama: bem próximo, o jardim cheio de flores coloridas e perfumadas; um pouco mais além, do lado esquerdo, as árvores do pomar, carregadas de frutos. Do lado direito, a perder de vista, a horta, onde as verduras e legumes produziam fartamente.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— Está vendo tudo isso, meu filho?</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— Sim, meu pai. É uma imagem que não me canso de admirar. Como é bonita a nossa propriedade!</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— Pois bem. Nada disso existia antes de você vir para cá. Eu e sua mãe, envelhecidos e cansados da vida, não tínhamos disposição para lutar. Passamos até fome.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Fez uma pausa, limpou uma lágrima, e prosseguiu:</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— Quando você chegou, meu filho, encheu-nos de esperança e de novo ânimo. Precisávamos alimentá-lo, vesti-lo, cuidá-lo. Para isso, tive que trabalhar muito. Mas o resultado aí está.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Abraçando o filho com imenso carinho e justo orgulho, apontou as terras cultivadas:</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— Assim, devemos tudo isso a você! E devo mais ainda. Devo a você, meu filho, a oportunidade e a bênção de ser chamado de PAI!</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">A mãe, que chorava comovida, aproximou-se também e permaneceram abraçados por longo tempo.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Autoria: Célia Xavier Camargo</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><i>Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.</i></span></div> <p></p>Carlos Espiritahttp://www.blogger.com/profile/03598748437007348501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6483222172436157001.post-1768007539833713982023-08-01T09:00:00.001-03:002023-08-01T09:00:00.146-03:00A Sementinha<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1zqRnZZmp9qkqdhHM990OhePO2acv4paHUcFGDpbiKQfmVTiinhT_IJqW0yWavxrTVuCgRhDmnGM6PDbUf2f4Z22GQEpq9NvCI0j6BADYxxPhZ5wLV3XDY241PlTJU1IoDWRNipsd6kICAO-k_hMSCahnE_rFC7-cCgPITZ-BjDDB9AQcVZaSqrJEmsA/s300/A%20Sementinha.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="168" data-original-width="300" height="168" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1zqRnZZmp9qkqdhHM990OhePO2acv4paHUcFGDpbiKQfmVTiinhT_IJqW0yWavxrTVuCgRhDmnGM6PDbUf2f4Z22GQEpq9NvCI0j6BADYxxPhZ5wLV3XDY241PlTJU1IoDWRNipsd6kICAO-k_hMSCahnE_rFC7-cCgPITZ-BjDDB9AQcVZaSqrJEmsA/s1600/A%20Sementinha.jpg" width="300" /></a></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Beto estava muito triste. Seu cão ficou doente e, apesar de todos os cuidados, morreu em seus braços sem que ele nada pudesse fazer para impedir.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Já havia se passado uma semana, mas Beto continuava inconsolável. Não se conformava com a morte do cãozinho Vira.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Lembrava, com saudade, do dia em que encontrara Vira, ainda um filhote, perdido na rua perto de sua casa. Tinha aspecto de cão abandonado. Seu pelo era ralo e feio, estava muito magro e gania de fazer dó. Tinha fome, certamente.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Apesar da feiura, Beto sentiu imediata simpatia por ele. Tomou-o no colo e, quando o cãozinho lambeu seu rosto, já estava decidido a levá-lo para casa.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Recebeu o apelido de Vira, de tanto os familiares caçoarem do pobre e feio filhote, dizendo que ele era um legítimo exemplar da raça dos Vira-latas. Assim, apesar do nome que Beto lhe dera, Rex, passou a ser chamado carinhosamente de Vira.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Desde esse dia, tornaram-se inseparáveis. Só não estavam juntos quando Beto ia para a escola e durante a noite, pois a mãe proibira, terminantemente, que o animalzinho dormisse no quarto, como era desejo do menino.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">O resto do dia eles divertiam-se a valer: brincavam de bola, apostavam corridas, passeavam na calçada, ou, simplesmente, rolavam na grama.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Vira transformara-se num belo cachorro. Limpo e bem cuidado, em nada lembrava o filhote magro e feio que Beto encontrou um dia.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Mas agora Vira estava morto. Beto sentia muita falta da sua companhia e vivia a chorar pelos cantos. A mãe não sabia mais o que fazer para alegrá-lo.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Um dia, ela teve uma ideia. Apanhou uma semente de flor e disse:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Meu filho, quer ajudar-me a plantar esta semente?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Apesar de não ter vontade nenhuma, Beto aceitou, apenas para agradá-la.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Dirigiram-se para o jardim e a mãe foi explicando como o serviço deveria ser feito:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Primeiro você fará um buraco no solo. Depois depositará a semente na cova e cobrirá com um pouco de terra. Esta semente, meu filho, lançada ao solo, irá morrer e, depois de algum tempo, germinará.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">O menino, que ainda era pequeno, não entendeu direito e perguntou:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Como assim?!...</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Bem, meu filho, tudo o que existe na face da Terra, e que tem vida, precisa morrer para nascer de novo, isto é, voltar a viver. Como isso acontece, só Deus, que é a Suprema Sabedoria e o Criador de tudo o que existe, o sabe. Mas assim acontece com as plantas, com os animais e com as pessoas, para que todos evoluam, tornando-se cada vez melhores!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Beto ouviu muito sério e compenetrado. Em seguida, indagou:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Isso vai acontecer também com o Vira?!...</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Sem dúvida! Só que a sementinha dele, que é o espírito, renascerá de uma outra mãe, em outro local.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Ah!... E eu poderei reconhecê-lo?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Quem sabe? Se nascer aqui por perto, isso é possível! Ele poderá apresentar o mesmo jeitinho, as mesmas manias, as mesmas tendências.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Então, se algum dia eu reencontrar o Vira, vou reconhecê-lo, mamãe, e tenho certeza de que ele também vai se lembrar de mim.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Beto calou-se, mas a mãe percebeu que, ao deixarem o jardim, ele já estava diferente, menos triste e bem mais animado.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">A partir desse dia, Beto cuidou com muito carinho da sementinha que tinha lançado a terra. Cercava-a de atenções, não deixando faltar água. Ele passava horas sentado no chão, ali perto, pedindo a Jesus que permitisse à semente germinar, enquanto observava cuidadosamente o local onde a depositara.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Até que, alguns dias depois, cheio de alegria e entusiasmo ele correu para a mãe, agitando os braços e gritando:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Ela brotou, mamãe! Ela brotou! A sementinha está viva de novo! Viva!...</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">A mãezinha deixou os afazeres domésticos e foi até o jardim. Os olhos do menino estavam brilhantes de emoção, e ela percebeu como tudo aquilo era importante para seu filho.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Envolveu-o carinhosamente num abraço, afirmando:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Você cuidou muito bem da semente que lhe confiei, meu filho, e Deus atendeu às suas preces. Parabéns!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Desse dia em diante, acompanhando o desenvolvimento da plantinha, Beto enchia-se cada vez mais de esperança, de confiança e de gratidão a Deus, Supremo Doador da Vida.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Logo, a plantinha cobriu-se de lindas e perfumadas flores, que Beto não se cansava de admirar e mostrar para as outras pessoas, cheio de justa satisfação, dizendo:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Fui eu que plantei!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Agora, a ideia da morte não lhe causava mais tristeza ou medo. Ao contrário, sentia-se tranquilo e confiante, compreendendo que a morte era apenas uma etapa natural na vida de todos os seres da Criação, que morreriam e voltariam a nascer, muitas e muitas vezes, para atingir o sublime objetivo da evolução.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Autoria: Célia Xavier Camargo</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><i>Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.</i></span></div> <p></p>Carlos Espiritahttp://www.blogger.com/profile/03598748437007348501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6483222172436157001.post-92087187399468270682023-07-15T09:00:00.001-03:002023-07-15T09:00:00.128-03:00A Valorização do Esforço<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUFGuf3lWlSq0PDW2vJjH32GluIsNx9d5hrOS4GOYDRex-pt_8JMAcgXhw7K64U023IT-JnsLKVLHUSqw4gOPXK0pi6-JyKnxJIp15FjmvmlD1T-7bnMnUDclaIu2Xy2ScDqPseT0vhRjjkMqOGmpU0hiuSD3o-TqG5amAj6QzGpxGX3Hg9Jwt93u8Gvc/s267/A%20Valoriza%C3%A7%C3%A3o%20do%20Esfor%C3%A7o.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="189" data-original-width="267" height="189" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUFGuf3lWlSq0PDW2vJjH32GluIsNx9d5hrOS4GOYDRex-pt_8JMAcgXhw7K64U023IT-JnsLKVLHUSqw4gOPXK0pi6-JyKnxJIp15FjmvmlD1T-7bnMnUDclaIu2Xy2ScDqPseT0vhRjjkMqOGmpU0hiuSD3o-TqG5amAj6QzGpxGX3Hg9Jwt93u8Gvc/s1600/A%20Valoriza%C3%A7%C3%A3o%20do%20Esfor%C3%A7o.jpg" width="267" /></a></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Um pai tinha três filhos. Desejando ensiná-los a serem trabalhadores e diligentes, de forma que pudessem aproveitar as oportunidades que lhes fossem concedidas durante a existência, um dia chamou-os e lhes disse:</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— Meus filhos, vou viajar. Antes, porém, vou dar-lhes algumas moedas para que vocês as utilizem da melhor maneira possível, de forma a fazê-las render. Em uma semana estarei de volta e quero ver o que cada um conseguiu fazer com o dinheiro que lhes dei.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Chamou um filho e deu-lhe cinco moedas, duas moedas ao outro e uma moeda ao terceiro filho.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Os garotos ficaram muito felizes com seu tesouro.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">O filho que ganhara cinco moedas, após muito pensar, resolveu comprar material e fazer pipas para vender. Assim, trabalhou bastante e, quando ficaram prontas, vendeu todas elas rapidamente. Dessa forma, conseguiu recuperar o que havia gasto e ganhar mais cinco moedas, ficando com dez.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">O garoto que ganhara duas moedas pensou bastante, pois não tinha muito dinheiro. O que fazer? Afinal, resolveu.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Foi até o supermercado, comprou pacotinhos de suco e os preparou. Depois, arrumou uma barraquinha e vendeu copos de suco para os amigos.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Assim, recuperou o que havia gasto e ganhou mais duas moedas, ficando com quatro.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">O terceiro filho, que recebera uma única moeda, colocou-a no seu cofrinho, com medo de perdê-la, e não fez nada.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Uma semana depois o pai voltou e pediu contas aos filhos das moedas que lhes entregara.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">O que havia ganho cinco moedas, entregou dez ao pai, explicando, todo entusiasmado, o que fizera.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— Muito bem, meu filho! Gostei de ver o seu esforço. Parabéns!</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">O segundo filho, que ganhara duas moedas, entregou as quatro moedas ao pai e, muito animado, explicou o que tinha feito para consegui-las, recebendo os cumprimentos:</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— Parabéns, meu filho! Você soube fazer seu dinheiro render de forma útil.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">O terceiro filho, que recebera uma única moeda, aproximou-se um pouco envergonhado ao ver o relato dos irmãos e justificou-se, devolvendo a moeda ao pai:</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— Aqui está sua moeda, meu pai. Fiquei com medo de perdê-la e guardei-a nesse cofrinho para devolvê-la ao senhor quando voltasse.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">O pai, muito desapontado, falou com severidade:</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— Você foi preguiçoso, meu filho, e não mereceu a moeda que lhe confiei. Por isso, como você a devolveu sem fazer nada, vou entregá-la a um de seus irmãos que saberá usá-la de forma útil.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">E assim, corando de vergonha, o menino perdeu a oportunidade que o pai lhe concedera.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Também assim acontece conosco na vida. Deus, que é nosso Pai, nos concede “talentos” que são oportunidades para algo fazermos de bom na vida, e que precisamos fazer com que frutifiquem a benefício da nossa evolução, ajudando ao nosso próximo e a nós mesmos.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Autoria: Célia Xavier Camargo</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><i>Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.</i></span></div> <p></p>Carlos Espiritahttp://www.blogger.com/profile/03598748437007348501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6483222172436157001.post-58069187565162064982023-07-01T09:00:00.001-03:002023-07-01T09:00:00.141-03:00Receita Milagrosa<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMhjGNuWttrdDjlw11qcCAzEyz3402ONSys-gonvnIH5jEDDPnKe3nf65niG6i-I7H8XfcDq69FcgF7Z4TKT1gQ6VIfjh5o8nVnJtL04uLq92MprZAF3LNtQZMw2NGHH_wi72DDIoqPKxV4hhLqy4uyo-GxLkdSUV8j9r44AYgvWRjLO1HyeWDzsjLae8/s267/Receita%20Milagrosa.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="267" data-original-width="189" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMhjGNuWttrdDjlw11qcCAzEyz3402ONSys-gonvnIH5jEDDPnKe3nf65niG6i-I7H8XfcDq69FcgF7Z4TKT1gQ6VIfjh5o8nVnJtL04uLq92MprZAF3LNtQZMw2NGHH_wi72DDIoqPKxV4hhLqy4uyo-GxLkdSUV8j9r44AYgvWRjLO1HyeWDzsjLae8/s1600/Receita%20Milagrosa.jpg" width="189" /></a></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Ricardo, de oito anos, era o terror do seu bairro.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Onde estivesse, estaria criando problemas. Rebelde e irreverente, ele brigava com todo mundo.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Na escola, os colegas evitavam se aproximar dele. Mas assim mesmo, onde passava deixava descontentes: mexia com um, batia em outro, xingava um terceiro.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Na sala de aula, a professora escutava um grito, e lá vinha reclamação:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Professora, o Ricardo jogou meus livros no chão!</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Professora, o Ricardo roubou meu lanche!</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Professora, olha o Ricardo! Está me provocando!</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Era assim o tempo todo. Uma reclamação atrás da outra. Até que a professora perdia a paciência, colocava o menino para fora da sala e o mandava à diretoria.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Na rua era o mesmo problema. Ricardo não conseguia jogar bola em paz com os vizinhos. O jogo sempre acabava em briga.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Em casa, então, nem se fala! Ricardo entrava dando pontapé na porta, batendo nos irmãos menores, desrespeitando a mãe, reclamando de tudo, quebrando os utensílios domésticos. Resultado: acabava levando uma surra do pai, que estava sempre bêbado.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Ninguém aguentava mais. Era preciso fazer alguma coisa!</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">A professora, preocupada, resolveu mudar de tática. Assim, certo dia, após as aulas, ela o chamou:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Ricardo, quer limpar o meu jardim para mim?</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">O menino aceitou, satisfeito. Acompanhou a professora até a casa dela e foi logo perguntando pela enxada.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Depois você começa o serviço, Ricardo. Antes, vamos almoçar!</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">O garoto sentou-se e comeu com vontade. Ao terminar disse:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Puxa! Faz muito tempo que não como tão bem.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Obrigado, dona Neuza. Lá em casa não é todo dia que tem comida. E, quando tem, a mãe divide um pouco para cada um.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">A professora olhou o menino, cheia de compaixão. Jamais pensou que a família dele fosse tão pobre.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— E seu pai, Ricardo, o que ele faz ?</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Fica em casa o tempo todo, bebendo. Está desempregado há meses. Quando saio da escola, ele me obriga a pedir esmolas na rua. Com o dinheiro que eu ganho, que nos faz tanta falta, ele compra bebida e se tranca no quarto. Se uma das crianças fizer qualquer barulho, ele fica violento. Dá uma surra em todo mundo.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Ah!... E sua mãe?</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Minha mãe trabalha muito. É lavadeira e ganha uma miséria. Ela precisa cuidar de meus quatro irmãos menores e não tem tempo para mim. Acha que já sou bem crescido e que posso cuidar de mim mesmo — respondeu tristonho.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">A professora sentiu um nó na garganta e seus olhos umedeceram.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Ricardo foi para o jardim e pôs-se a arrancar o mato que crescia no meio da grama.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Mais tarde, dona Neuza ofereceu-lhe um lanche e, quando ele terminou o serviço, deu-lhe dez reais.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Ricardo ficou eufórico. Nunca ganhara tanto dinheiro!</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Obrigado, professora. Vou passar no supermercado e levar comida para casa. Mamãe ficará contente!</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Dona Neuza sentiu-se emocionada com a atitude do menino, que mostrava preocupação pela família.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Percebeu que o problema dele era um só: Falta de amor! Ele se sentia rejeitado, tinha necessidade de amor e fazia tudo para chamar a atenção das pessoas.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Desse dia em diante, dona Neuza passou a tratá-lo de maneira diferente. Todas as manhãs dava-lhe um abraço, um beijo, e dizia-lhe o quanto gostava dele.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Durante as aulas, quando terminava os deveres, ela demonstrava sua satisfação, acompanhada de um sorriso:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Você está indo muito bem, Ricardo. Ótimo! Continue assim. Parabéns!</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Às vezes convidava Ricardo para almoçar e encarregava-o de pequenos serviços, que remunerava. Dava-lhe roupas, calçados, brinquedos e livros.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Até o levava para passear, ocasiões em que lhe pagava um sorvete, um sanduíche ou um doce.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">O menino estava feliz. Sentia-se importante. Sentia-se amado.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">A professora foi mais longe. Visitou a casa de Ricardo e conversou com a mãe dele, dona Cida.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Sabendo das dificuldades da família, arrumou um emprego para o pai, chamando-o à responsabilidade. Informada de que dona Cida sabia costurar, conseguiu lhe uma máquina de costura. Assim, ela ganharia mais, trabalharia menos e poderia dispor de mais tempo para cuidar dos filhos.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Aos poucos, as coisas foram entrando nos eixos. Algum tempo depois, todos podiam notar a mudança que se operara no comportamento de Ricardo.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Andava mais bem arrumado, estava mais alegre, tranquilo, não brigava com ninguém e fazia as lições com capricho. Nada de reclamações!</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">As pessoas, curiosas, perguntavam à professora:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— O que você fez? Como conseguiu mudar o comportamento de Ricardo em tão pouco tempo? Que receita milagrosa foi essa que você usou?</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">E a professora respondia com um sorriso:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— A receita milagrosa? É de Jesus: Um pouco de amor!</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Autoria: Célia Xavier Camargo</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><i>Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.</i></span></div> <p></p>Carlos Espiritahttp://www.blogger.com/profile/03598748437007348501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6483222172436157001.post-82705632359465407142023-06-15T09:00:00.001-03:002023-06-15T09:00:00.136-03:00A Pesca Inesperada<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEik031cT3H4qFWuCN4TW04LF_4DnN0i6pMtTuPviH8Rj3Z4NKB-9aGHH9RvUoRugWHFQRbUylh8pPe6a2Kb4pxZ6Y5g_ZUdFLeWHEBQaFOadVOYHt3qxT7K2KIjj4Yf5enloF2iJSWZRQtp99mLCMeuQywMv5jifSljoHX8RieIwXzS6-11AN1urbxA/s259/A%20Pesca%20Inesperada.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="194" data-original-width="259" height="194" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEik031cT3H4qFWuCN4TW04LF_4DnN0i6pMtTuPviH8Rj3Z4NKB-9aGHH9RvUoRugWHFQRbUylh8pPe6a2Kb4pxZ6Y5g_ZUdFLeWHEBQaFOadVOYHt3qxT7K2KIjj4Yf5enloF2iJSWZRQtp99mLCMeuQywMv5jifSljoHX8RieIwXzS6-11AN1urbxA/s1600/A%20Pesca%20Inesperada.jpg" width="259" /></a></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Antônio morava com a família numa pequena aldeia à beira-mar e seu pai, Pedro, era pescador.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Eram dias difíceis aqueles. Viviam da pesca e os peixes haviam desaparecido do mar.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">A mãe de Antônio trabalhava muito, fazendo todo o serviço doméstico e ainda auxiliando na limpeza dos peixes que seriam colocados à venda.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Nunca lhes faltara o necessário, embora eles fossem pobres. Agora, porém, a fome rondava a casa.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Durante muitos dias, seu pai saíra para o mar, jogara as redes, mas o barco voltava vazio.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Um grande desânimo tomou conta do coração do pescador e já nem tinha vontade de sair para pescar.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">A comida rareava em seu lar, pois não tinha dinheiro, e Pedro via com preocupação o dia em que sua família passaria fome.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Um dia, bateu à porta da casa do pescador uma velhinha suplicando um prato de comida.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Estou faminta — disse ela com voz fraca. — Pelo amor de Deus, ajudem-me!</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Pedro, irritado e nervoso com a situação difícil que atravessava no momento respondeu com grosseria:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Ajudá-la, como? Mal temos o suficiente para nossa alimentação! Não posso.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">O pequeno Antônio, cheio de compaixão pela pobre velhinha, retrucou:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Mas, papai, ela está pedindo em nome de Deus! Mamãe me ensinou que Jesus disse que deveríamos fazer aos outros o que gostaríamos que os outros nos fizessem. Se estivéssemos na situação dessa senhora, não apreciaria o senhor também ser tratado com bondade?</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">A mãe de Antônio, de coração generoso e também desejando ajudar a anciã, concordou:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Nosso filho tem razão, Pedro. Além disso, um prato de comida é tão pouco! Não nos fará falta e Jesus ficará contente conosco.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Vencido pelos familiares, Pedro concordou, afinal.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Era hora da janta e, carinhosamente, a mãe de Antônio fez com que a mendiga entrasse.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Sentaram-se à mesa e repartiram o pouco que tinham, fraternalmente.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Na manhã seguinte o menino acordou e viu seu pai dentro de casa.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— O senhor não vai sair para pescar hoje? — perguntou curioso.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Não adianta. Os peixes desapareceram do mar — respondeu o pescador cheio de desânimo.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Antônio, com os olhos brilhantes, disse:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Tenha confiança em Jesus, meu pai. Ele não nos desampara nunca. Vamos para o mar e eu o ajudarei a pescar. Tenho fé em Deus que conseguiremos.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Mais animado pelas palavras do garoto, Pedro arrumou suas coisas rapidamente e saíram no barco.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Pedro jogou a rede e, para sua surpresa, recolheu-a cheia de peixes. E assim, na segunda e na terceira vez.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Retornaram para casa felizes. Pedro não continha sua alegria.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Graças a você, meu filho, fizemos uma grande pesca e a tranquilidade voltará a reinar em nossa casa.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Fez uma pausa, abraçou o menino e completou, comovido:</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Não fosse sua fé em Deus, nada teríamos conseguido. Bem que Jesus nos ensinou que quem tivesse fé do tamanho de um grão de mostarda conseguiria qualquer coisa. Mas porque você tinha tanta certeza de que nós não voltaríamos de mãos vazias?</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">— Porque eu aprendi, com Jesus, que quando ajudamos alguém também somos ajudados! — respondeu Antônio com muita lógica.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Pedro fitou o filho longamente, com os olhos rasos de lágrimas, agradecendo a Deus as lições que teve nesse dia inesquecível pela boca de uma criança.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">A partir dessa data, Pedro passou a confiar mais em Deus e, informado de que aquela velhinha não possuía um lar e nem parentes, convidou-a para, daquele dia em diante, morar em sua casa e fazer parte da sua família.</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Autoria: Célia Xavier Camargo</span></div><div><span style="color: #0c343d; font-family: verdana;">Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.</span></div> <p></p>Carlos Espiritahttp://www.blogger.com/profile/03598748437007348501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6483222172436157001.post-20161651530129466842023-06-01T09:00:00.001-03:002023-06-01T09:00:00.138-03:00Encontro Com a Realidade<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIIOhz3C6qoOKHo0fixpch5hvMOTzqk5t3aUniIXSpF33sfCqZ-OjdrQ_gdL21YQDO5gadnkaJI8kSxgRbcJsgvE7oaZSUxvpGYsy2g7amD15ouP1NEDbXfZESGWNDpGe6h59K03dzDLuVOfELC2a13ISOJQG7S14M8s0dm_LlYs1XMOEjn5rbHVKP/s225/Encontro%20Com%20a%20Realidade.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="225" data-original-width="225" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIIOhz3C6qoOKHo0fixpch5hvMOTzqk5t3aUniIXSpF33sfCqZ-OjdrQ_gdL21YQDO5gadnkaJI8kSxgRbcJsgvE7oaZSUxvpGYsy2g7amD15ouP1NEDbXfZESGWNDpGe6h59K03dzDLuVOfELC2a13ISOJQG7S14M8s0dm_LlYs1XMOEjn5rbHVKP/s1600/Encontro%20Com%20a%20Realidade.jpg" width="225" /></a></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Marcos era um menino que, não obstante ter tudo, não dava o menor valor às coisas que possuía.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Nunca estava contente com os brinquedos que ganhava, reclamava sempre das roupas que sua mãe comprava com tanto carinho.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Mas o pior mesmo é quando chegava a hora das refeições. Marcos nunca estava satisfeito, a comida sempre ruim e sem gosto.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Sua mãezinha aconselhava-o, preocupada com seu bem-estar:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Coma um pouco, meu filho. Você precisa se alimentar!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Não quero! Não gosto de nada! Esta comida está uma droga. Quero chocolate e biscoitos.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Mas meu filho — insistia a mãe com carinho e tolerância — você nem experimentou! A carne assada está uma delícia. Além do mais, os alimentos são necessários para nosso organismo. Você acabará ficando fraco...</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">O garoto fazia uma careta de desagrado e respondia mal-educado:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Não. Não quero. Não gosto de carne assada. Ainda se fosse uma torta de frango...</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">A mãe suspirava, desanimada.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">No dia seguinte, porém, à hora do almoço, a mãezinha afirmava contente:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Hoje fiz o que você queria, meu filho. Veja o que temos para o almoço. Uma linda e apetitosa torta de frango!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">O menino fazia uma careta e reclamava, mal-humorado:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Torta de frango?!... Logo hoje que estou com vontade de comer uma macarronada?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">E assim acontecia sempre: no café da manhã, no almoço, no jantar. Nada estava bom.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Ele não se alimentava a não ser de bobagens, e a cada dia se enfraquecia mais, embora sua mãe o aconselhasse, preocupada:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Marcos, meu filho, temos que saber agradecer a Deus o que nos concede. Existem muitas crianças que dariam tudo para ter o que você tem e não dá valor.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Marcos tinha um colega na escola que vivia sempre muito calado. Era um menino humilde, bom e delicado, e Marcos gostava dele.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Certo dia, Marcos reclamou da insistência de sua mãe para que ele se alimentasse e perguntou se a dele, João, também era assim.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Não — respondeu João com simplicidade.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Como? Sua mãe não insiste para que você coma?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Não. Minha mãe me deixa à vontade.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Marcos ficou todo entusiasmado:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Ah! Como gostaria de morar na sua casa! Estou cansado da vida que levo. Eu não poderia passar uns dois dias com vocês? Olhe, este final de semana estarei livre; meus pais vão viajar e ficarei com os empregados. Não será difícil convencer mamãe a deixar-me ficar em sua casa. Por favor, eu gostaria muito!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Com a insistência de Marcos, Joãozinho concordou, relutante.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Não tinham muito tempo, pois já era sexta-feira. Concedida permissão para passar o final de semana com o amigo, Marcos arrumou algumas coisas numa pequena mochila e foram para a casa de Joãozinho.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Andaram... andaram... andaram muito. Essa foi a primeira decepção de Marcos, pois a casa ficava muito longe, num bairro distante do centro da cidade.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Ao chegarem, o menino estranhou a simplicidade da moradia. Era uma pequena construção de madeira, pintada de creme e cercada por um jardinzinho.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">João apresentou o amigo à sua mãe, explicando que Marcos iria ser hóspede da casa por dois dias. Amável, a senhora falou-lhe com um sorriso amigo:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Seja bem-vindo, meu filho!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Alegando que estava cansado, Marcos pediu para repousar um pouco, indagando onde era o quarto que iria ocupar.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Aqui mesmo! — apontou Joãozinho — Dormiremos meu irmão, você e eu no mesmo quarto. Você e meu irmão ocuparão as camas, eu durmo no chão.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Marcos nada disse, mas não gostou de repartir o quarto com outras pessoas. Sempre tivera o seu próprio quarto.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">A refeição foi frugal, consistindo em chá com pão. Estranhando, Marcos perguntou: — Só isso?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Só. Essa é a nossa janta. — respondeu a dona da casa com delicadeza — Desde que meu marido morreu, nossa situação ficou muito difícil e luto para sustentar a casa. Aceita um pouco de chá?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Não gosto de chá, obrigado.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Sinto muito. Não temos outra coisa para lhe oferecer. Quando tenho dinheiro compro leite, mas hoje não deu.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Marcos foi dormir com o estômago vazio. Na manhã seguinte, o café foi mais magro ainda. Não havia pão, só chá.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Era sábado e não teriam aula. A mãe de Joãozinho acordou-os cedo. Precisavam ajudá-la nos cuidados com a horta.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">A contragosto, Marcos trabalhou a manhã inteira. Na hora do almoço estava esfomeado. Para comer, havia alguns ovos, cenouras e couves, colhidos na horta, e arroz.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Com a fome que estava, Marcos até aceitou a comida simples com prazer. Após o almoço ajudaram nas tarefas domésticas, depois foram brincar.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Àquela altura, Marcos já estava com fome novamente. Lembrava-se da comidinha gostosa e farta de sua mãe, dos doces saborosos, dos biscoitos... e sentiu uma profunda saudade. Agora tudo aquilo lhe parecia tão importante!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">A mãe de Joãozinho tinha feito pão e o cheiro de pão assado era muito convidativo. Comeu pão e tomou chá, como se fosse a melhor refeição do mundo.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Após o final de semana, quando voltou para casa, estava bem diferente. Ao encontrar sua mãe Marcos falou-lhe comovido:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Estava com muita saudade, mamãe.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Como foi o passeio? — perguntou ela, sentindo que algo acontecera.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Sabe, mamãe, aprendi muita coisa. Aprendi até a gostar de chá, cenouras e couves! Joãozinho é um menino muito pobre e eles quase não têm o que comer. Ele não tem roupas, nem brinquedos e seus sapatos estão furados. Agora entendo porque a senhora disse que temos que agradecer a Deus tudo o que temos.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">A mãe abraçou o filho, emocionada.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Que bom, meu filho, que você agora pensa assim.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Compreendo agora que a vida pode ser muito difícil e acho que tive um encontro com a realidade. Quero pedir que a senhora vá comigo até a casa do Joãozinho. Tem tanta coisa que não preciso e que faz falta a eles!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">A mãe fitou com os olhos rasos de lágrimas aquele garoto de oito anos e que agora lhe parecia um homenzinho, falando tão sério e compenetrado.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Abraçou-o com imenso carinho, agradecendo a Deus a proveitosa lição que seu filho tivera.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Autoria: Célia Xavier Camargo</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><i>Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.</i></span></div> <p></p>Carlos Espiritahttp://www.blogger.com/profile/03598748437007348501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6483222172436157001.post-20898839226683855732023-05-15T09:00:00.001-03:002023-05-15T09:00:00.176-03:00Salvando Uma Vida<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSjJiG6Alwic0vZJh7k_TlkLep-rIb6-KOEC8Jw6MLy1rGoVRAlyo36ZFKhmuTOlmLXcUtj3dEps7E2J3uCudY7PkfisAdnOolrSy7DwcBVXWQ26Wq1jbNUFEoJ83bmU6S8VsXDPYR0d_R3fG5Mb5rcmKELji2fTtEmZBPYXmUbZM18ZCY2hP6AIgJ/s239/Salvando%20Uma%20Vida.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="211" data-original-width="239" height="211" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSjJiG6Alwic0vZJh7k_TlkLep-rIb6-KOEC8Jw6MLy1rGoVRAlyo36ZFKhmuTOlmLXcUtj3dEps7E2J3uCudY7PkfisAdnOolrSy7DwcBVXWQ26Wq1jbNUFEoJ83bmU6S8VsXDPYR0d_R3fG5Mb5rcmKELji2fTtEmZBPYXmUbZM18ZCY2hP6AIgJ/s1600/Salvando%20Uma%20Vida.jpg" width="239" /></a></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Era um lindo sábado de sol. Henrique passeava com seu pai caminhando sob a sombra das árvores no parque municipal.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Calado, o pequeno Henrique pensava. Ficara impressionado com algumas cenas que tinha visto no dia anterior durante a transmissão do jornal de uma emissora de televisão.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Papai, como pode existir gente que mata outras pessoas? — perguntou.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Apertando mais a sua mãozinha, o pai respondeu:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— É mesmo muito triste, não é, meu filho? Isso acontece porque os homens ainda trazem o mal no coração. Se todos se amassem como irmãos, isso não aconteceria. Seríamos todos como uma grande família!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">O garoto, de apenas seis anos, mas muito observador, pensou um pouco e retrucou:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Mas ontem mesmo eu vi na televisão uma notícia que um pai foi preso porque machucou seu filho! Eu pensei que todos os pais amassem seus filhos!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Naquele momento estavam passando por um banco e o pai convidou:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Vamos nos sentar e descansar um pouco.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Acomodados no banco, o pai fitou o menino que aguardava uma resposta, e prosseguiu:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Todas as pessoas, Henrique, são espíritos em evolução. Deus, que é o Supremo Criador, criou os seres para a evolução. Através de muitas vidas, todos progridem e se aperfeiçoam, tornando-se melhores. Desde os micróbios, que nós não vemos porque são muito pequenos, até os astros celestes que contemplamos à distância, tudo progride.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">O menino estava surpreso e pôs-se a perguntar:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Ah! E o meu gatinho? E as flores desse jardim? E os peixes que vimos no lago? E...</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">O pai sorriu amorosamente, completando:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Tudo, meu filho. Os minerais, os vegetais, os animais e os seres humanos. Tudo evolui. Assim, quando a criatura humana comete maldades, significa que ainda tem muito o que aprender. Até mesmo os pais, que os filhos julgam serem as melhores pessoas do mundo, embora amem seus filhos, são imperfeitos e trazem agressividade dentro de si. Com o tempo, todas as pessoas se tornarão boas e só praticarão o bem: a si mesmas, aos seus semelhantes e ao mundo em que vivem.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Ah!...</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Por isso, devemos respeitar a natureza, respeitando a vida.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Henrique, que ouvia com muita atenção, lembrou:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Mas os homens matam os animais para comer. Coitadinhos!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Sim, meu filho, mas isso faz parte da nossa cultura e tende a desaparecer. O pior é que há homens que matam e destroem por prazer. Os animais, que são inferiores a nós, só matam para se defender ou para saciar a fome. Mas o homem mata por maldade os próprios irmãos de raça, e os animais, por esporte; destrói a natureza por ambição, queimando as matas, sujando os rios e poluindo as cidades.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">O garoto, com carinha preocupada, exclamou:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Puxa, papai! Eu quero fazer alguma coisa para ajudar!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Muito bem, meu filho. Todos nós podemos ajudar a preservar o nosso planeta para que ele seja melhor, mais limpo e mais agradável. Sabe como? Dando o exemplo de amor e respeito pela vida e mostrando às outras pessoas como devem agir.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Henrique sentiu-se naquele instante como um homenzinho a quem fosse conferida grande tarefa.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Era tarde. Hora de voltar para casa.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Recomeçaram a caminhar, quando viram, vindo em sentido contrário, uma garotinha e sua mãe.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">A menina, que tinha acabado de comprar um sorvete, desembrulhou o picolé, jogando o papel no chão.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Quando mãe e filha se aproximaram de Henrique e seu pai, um pequeno grilo surgiu do meio dos arbustos, saltando entre eles.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">As reações foram diferentes. A garota tirou o sorvete da boca e correu até onde estava o inseto, levantando ameaçadoramente o pé para esmagá-lo.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Henrique também correu, e, mais rápido, jogou-se no chão e conseguiu pegar o grilo, antes que ela o atingisse com o pé.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Depois se levantou, ainda ofegante, acariciou o assustado grilo que repousava na palma de sua mão, sorriu satisfeito e disse:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Por que queria matá-lo? Deixe-o viver! Ele não lhe fez mal algum!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">E, ante o assombro de mãe e filha, coradas de vergonha, Henrique fitou o pai com orgulho, afirmando:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Temos que preservar a vida, não é papai?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Em seguida, sem esperar resposta, reiniciou sua caminhada.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Deu alguns passos, mas sentiu que ainda faltava alguma coisa. Parou, virou-se para a menina e completou:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— E saiba que lugar de papel é no lixo!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Autoria: Célia Xavier Camargo</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><i>Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.</i></span></div> <p></p>Carlos Espiritahttp://www.blogger.com/profile/03598748437007348501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6483222172436157001.post-51010033265217521852023-05-01T09:00:00.001-03:002023-05-01T09:00:00.144-03:00Aprendendo a Viver<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjL10f3NLH3KSzqhGNNl_OwGv2yqQEp5xytxc8nOfCPlTD5WcxmP-yZMnEs97hgjC-r9aWOO_3p9qVFjf9OnogDDag8mDwoDFXNqIry1X8PhhpYIxZrkx_QbVcoJgG68Ws-M-09i5oCF_nu3WU8qGWZtH1ypOVUwV6RA0YfYqYjET-XXxnBj6jdKRkO/s285/Aprendendo%20a%20Viver.png" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="285" data-original-width="160" height="285" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjL10f3NLH3KSzqhGNNl_OwGv2yqQEp5xytxc8nOfCPlTD5WcxmP-yZMnEs97hgjC-r9aWOO_3p9qVFjf9OnogDDag8mDwoDFXNqIry1X8PhhpYIxZrkx_QbVcoJgG68Ws-M-09i5oCF_nu3WU8qGWZtH1ypOVUwV6RA0YfYqYjET-XXxnBj6jdKRkO/s1600/Aprendendo%20a%20Viver.png" width="160" /></a></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">Morando numa pequena casa em um bairro humilde, Toninho vivia inconformado.</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">Na escola via colegas mais bem-vestidos, calçando tênis caros, e sentia-se triste. Gostaria de ser como um deles, ter casa bonita, passear no “shopping center”, ter brinquedos sofisticados, “videogames”. Ouvia o relato dos amigos sobre a programação de final de semana, e ficava humilhado.</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">Por que só ele tinha uma vida tão chata e tão sem atrativos?</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">Nunca podia comprar nada de diferente, usava o par de tênis que não servia mais para o seu irmão, e suas roupas estavam velhas e surradas. É bem verdade que a mamãe as trazia sempre limpas e bem-passadas, mas Toninho sentia-se mal por usar sempre as mesmas roupas.</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">Ao chegar em casa para o almoço, reclamava. A comidinha era simples e nunca tinha pratos diferentes.</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">– Outra vez feijão com arroz?</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">O pai, operário de uma fábrica, respondia com paciência:</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">– E não está bom? Tem muita gente que não tem o que comer, meu filho! Vamos agradecer a Deus, pois nunca passamos fome.</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">Toninho não respondia. Abaixava a cabeça e punha-se a comer, de má vontade.</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">Certo dia, Toninho saiu chateado de casa. Brigara com os pais, pois queria uma calça jeans que tinha visto numa loja no centro da cidade e seu pai lhe dissera que era impossível naquele momento. Não tinha dinheiro.</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">Nervoso, engolindo as lágrimas e chutando uma lata, Toninho foi para a rua. Andou bastante, sem destino. Cansado, parou para descansar um pouco. Logo, uma menina aproximou-se dele e pediu uma moeda.</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">Ele olhou admirado para a garota, afirmando:</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">– Não tenho dinheiro!</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">– Mas você parece rico. Deveria ter dinheiro.</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">Toninho, espantado, olhou melhor para a menina, achando graça.</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">– Então, acha que sou rico?</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">– Pois não é? Está limpo, bem-vestido, bem-calçado. Aposto que tem até uma casa!</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">Toninho, que sempre se considerara muito pobre, perguntou:</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">– Tenho. Por quê? Você não tem uma casa?</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">A menina respondeu, apontando para um lugar ali perto:</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">– Não. Moro debaixo daquele viaduto ali.</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">O garoto, que nunca se dera conta da verdadeira pobreza, estava horrorizado. A menina, cujo nome era Júlia, convidou-o para conhecer “sua casa” e ele a acompanhou.</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">Lá chegando, Toninho viu um casal simpático acendendo o fogo num fogão improvisado com tijolos. Também havia outras famílias dividindo o local.</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">Os pais de Júlia o receberam com um sorriso. Haviam recebido alguns gêneros alimentícios e estavam contentes. Teriam o que comer naquele dia e poderiam até ajudar outras famílias que ali estavam.</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">– Não se assuste – disse a mãe de Júlia a Toninho –, nem sempre estivemos nesta situação. Acontece que há alguns meses meu marido foi dispensado na indústria onde trabalhava e está desempregado até hoje. Não pudemos mais pagar o aluguel e fomos despejados. Para comprar o que comer, nós fomos vendendo os móveis e eletrodomésticos que possuíamos. Assim, perdemos o jogo de sofá, a geladeira, o fogão, o aparelho de som, as camas. Agora, estamos morando aqui debaixo desse viaduto. Mas, não pense que estamos tristes. Não, de modo algum! Sempre agradecemos a Deus por termos onde nos abrigar. Existem pessoas que nem isso possuem!</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">Toninho sentiu um nó na garganta. Despediu-se, emocionado.</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">Chegando em casa, Toninho sentiu a segurança e o aconchego do ambiente doméstico. Entrou na cozinha e um cheiro bom de comida veio do fogão.</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">Seu pai chegou da fábrica e se sentaram à mesa para comer. Toninho pediu para fazer a oração de agradecimento.</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">– Muito obrigado, Senhor, por tudo o que temos. Pela nossa casa, pela família, pela comida. E que nunca nos falte o necessário para viver. Assim seja.</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">Notando que o filho estava emotivo e diferente, o pai explicou:</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">– Meu filho, amanhã vou receber um dinheiro extra e poderei comprar aquela calça jeans que você tanto deseja.</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">Para sua surpresa, Toninho respondeu:</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">– Não, papai, não precisa. Isso agora já não tem qualquer importância.</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">Vendo o espanto dos pais, que não estavam entendendo, o menino contou-lhes a história de Júlia, sua nova amiga.</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">Os pais de Toninho também quiseram conhecer a família de Júlia, que tanto bem fizera a seu filho, e tornaram-se amigos. O pai de Toninho explicou o caso na fábrica e, dentro de poucos dias, surgindo uma vaga, o pai de Júlia foi contratado.</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">Na escola, agora o comportamento de Toninho era completamente diferente. O exemplo de otimismo e resignação daquela família havia tocado seu coração. Mostrava-se mais alegre, satisfeito e nunca mais se sentiu infeliz, reconhecendo que a vida é um bem muito precioso e que Deus dá a cada um o necessário para poder viver.</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;">Autoria: Célia Xavier Camargo</span></div><div><span style="color: #990000; font-family: verdana;"><i>Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.</i></span></div> <p></p>Carlos Espiritahttp://www.blogger.com/profile/03598748437007348501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6483222172436157001.post-42756103363383834612023-04-15T09:00:00.001-03:002023-04-15T09:00:00.172-03:00A Caixa de Bombons<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2aP6ldMEeNH0mO9KND0YvYnhsFPBMJm-dsf9X8PC31bIfrgcr1MHhbOsrDvEtpLHcV8VluIutEISZJ58SKbuKskHUFfRjdekdyPX3cPfCZPisc5rnDSC77nui2-MV_O0auHNTrqwKyUe1P7ReUxAoJBMLbs012UAOj9U9vlUdx_QGilbdb4RPfue2/s263/A%20Caixa%20de%20Bombons.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="192" data-original-width="263" height="192" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2aP6ldMEeNH0mO9KND0YvYnhsFPBMJm-dsf9X8PC31bIfrgcr1MHhbOsrDvEtpLHcV8VluIutEISZJ58SKbuKskHUFfRjdekdyPX3cPfCZPisc5rnDSC77nui2-MV_O0auHNTrqwKyUe1P7ReUxAoJBMLbs012UAOj9U9vlUdx_QGilbdb4RPfue2/s1600/A%20Caixa%20de%20Bombons.jpg" width="263" /></a></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Dinho, menino de cinco anos, não conseguia parar quieto. Impaciente, andava de um lado para outro, com expressão de sofrimento.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Percebendo a inquietação do menino, a mãe perguntou:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— O que está acontecendo, meu filho?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Com as mãos apertando a barriga o garotinho reclamou, em lágrimas:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Minha barriga dói, mamãe! Ai! Ui! Ai! Não aguento mais!...</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Cheia de ternura, a mãezinha colocou o pequeno no colo e passou a massagear- lhe a região da dor, enquanto ele se aconchegava ao seu seio.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Por que, mamãe, estou sofrendo tanto? Será que o Papai do Céu não gosta mais de mim? — perguntou, com a voz entrecortada pelos soluços.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Acalentando-o ainda mais junto ao peito, a mãezinha explicou:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Não é nada disso, meu filho. Deus ama a todos nós da mesma maneira: a você, a mim e às outras pessoas. Nós é que, muitas vezes, com nossas atitudes, causamos o próprio sofrimento.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Fez uma pausa, para ver se o garoto estava entendendo, e perguntou:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Vejamos: o que foi que você comeu hoje?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Dinho, que prestava atenção no que a mãe dizia, franziu a testa no esforço de se lembrar, e, parando de chorar, respondeu:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Quando levantei, tomei um copo de leite e comi bolachas.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Ótimo! E na hora do almoço?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Comi arroz, feijão, bife e batatinha frita, que gosto muito!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Muito bem! E foi só isso? Será que não esqueceu alguma coisa?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">O menino concentrou-se e depois acrescentou, satisfeito:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Tomei sorvete de morango!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Isso mesmo, Dinho. Mais alguma coisa?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Não. Só comi isso.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Pense bem, meu filho!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Dinho não saberia dizer se foi o olhar da mãe que parecia saber tudo, mas a verdade é que baixou a cabeça, com o rosto vermelho, sentindo-se descoberto. Lembrou-se de que, na parte da tarde, foi até o armário onde sua mãe guardava as guloseimas para repartir com a família, pegou uma caixa de bombons e comeu tudo, tudo, tudo, sozinho, escondido atrás da casa.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Esfregando as mãos, com medo da reação da mãe, ele contou o que tinha feito.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Sem reprovar o comportamento do menino, ela considerou:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Está vendo, Dinho? A dor não foi mandada por Deus, meu filho. Ela é consequência da sua gulodice. Se você tivesse repartido com seus irmãos a caixa de chocolates, não estaria passando mal e sentindo dor.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Nesse momento, ouviram o barulho de um trem que chegava. De longe escutaram seu apito estridente: PIUIIIIII... PIUIIIII...</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">A mãezinha aproveitou a oportunidade e explicou:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Está escutando o apito do trem?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Estou.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Pois bem! O maquinista está comunicando a todos que o trem está se aproximando da cidade e que é preciso tomar cuidado. É um aviso! Da mesma forma, meu filho, a dor também é um alerta do nosso corpo avisando que algo não vai bem dentro dele e que é preciso tomar cuidado. Entendeu?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Entendi, mamãe. A dor é nossa amiga! É por isso que a gente vai ao médico?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Isso mesmo, meu filho! Normalmente, quando estamos com algum problema, procuramos o médico que saberá nos ajudar.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Então, hoje nós iremos ao médico?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">A mãezinha sorriu, completando:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Neste caso, não há necessidade. O doutor, que conhece você muito bem e sabe da sua gulodice, já prescreveu um remédio natural para essas ocasiões. Agora, vou dar-lhe algumas gotinhas que ajudarão seu organismo a melhorar, amenizando a dor. Está bem?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Dinho sorriu, confiante e satisfeito. Sentia-se seguro, porque o Pai do Céu o amava e porque tinha uma mãezinha tão sabida e tão boa.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Autoria: Célia Xavier Camargo</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><i>Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.</i></span></div> <p></p>Carlos Espiritahttp://www.blogger.com/profile/03598748437007348501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6483222172436157001.post-11670581532000317872023-04-01T09:00:00.001-03:002023-04-01T09:00:00.162-03:00A Banda<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmSXP6AdKHOljJOgSqmqkIfeDYiXzaojU5fy-o5YJ01OHaFcEdKcvka0ZAxCKkiWPSu7M1eUkxhs70uHOCgn3VaVtb675ofYqh6NlL0mNW_joewLfJqdmkYqgEhLt9XqTqdJIpjbNZnIRp_z0l27lscu0TaDruFcBR1vuNQ29YJyWa_0FqS09ztYm4/s274/A%20Banda.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="184" data-original-width="274" height="184" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmSXP6AdKHOljJOgSqmqkIfeDYiXzaojU5fy-o5YJ01OHaFcEdKcvka0ZAxCKkiWPSu7M1eUkxhs70uHOCgn3VaVtb675ofYqh6NlL0mNW_joewLfJqdmkYqgEhLt9XqTqdJIpjbNZnIRp_z0l27lscu0TaDruFcBR1vuNQ29YJyWa_0FqS09ztYm4/s1600/A%20Banda.jpg" width="274" /></a></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Numa classe, a professora estava tendo dificuldade em explicar aos seus pequenos alunos sobre os cuidados que se deve ter com o próprio corpo. Dizia ela:</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— É preciso cuidarmos de nosso corpo para que ele possa funcionar bem. Cada órgão tem uma função própria e trabalha para executar a sua tarefa, obedecendo à harmonia do conjunto. Por exemplo: o coração é responsável por bombear o sangue, levando-o a todas as partes do corpo através das artérias; o estômago processa a comida; os rins filtram o sangue; os pulmões cuidam da respiração. Tudo isso sob o comando do cérebro. Entenderam?</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Os alunos olhavam com cara de dúvida, mas o pequeno Rogério meneou a cabeça, afirmando, convicto:</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Não.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">A professora tentou explicar de novo, de maneira diferente, mas viu que eles continuavam sem entender direito.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Aí ela teve uma ideia. Aproveitando o desejo de realizar um projeto que tinha em mente, perguntou:</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Vocês têm em casa algum instrumento musical de brinquedo?</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Muitos levantaram a mão.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Eu tenho um tamborzinho, professora! — disse Rogério.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— E eu, um pianinho! — afirmou Aline.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Tenho uma sanfona! — gritou Maurício, do fundo da sala.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Assim, apareceram mais três cornetas, duas flautas, uma gaita, um prato e duas violas.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Satisfeita, a professora pediu que trouxessem os brinquedos no dia seguinte. Apesar de não saberem qual a intenção da professora, as crianças obedeceram.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">No dia seguinte chegaram, curiosas, portando seus instrumentos musicais.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Entrando na sala, a professora explicou:</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Com esses instrumentos, vamos formar uma banda. O que acham?</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">As crianças adoraram. A professora ordenou:</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Muito bem! Agora prestem atenção! Quando eu der sinal, vocês começam a tocar.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">E assim ela fez. Disse “já”, e todos começaram a tocar ao mesmo tempo.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Foi uma confusão! Barulho ensurdecedor tomou conta da classe.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">A outro sinal, elas pararam.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Os alunos estavam horrorizados. Alguns até taparam os ouvidos para o ruído infernal que se fizera.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— O que acharam? — perguntou a professora.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Horrível! — respondeu o pequeno Rogério, ao que todos concordaram.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">A professora sorriu e explicou:</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Realmente, estava muito ruim. Para tocar em conjunto, é preciso aprender. Só assim teremos um som bonito e harmonioso. Mas, não se preocupem. Vocês vão aprender!</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Dali em diante passou a orientá-los, ensinando como cada um deveria tocar seu instrumento até que estivessem todos afinados. Muitos dias depois, quando já estavam em condições de tocar em conjunto, ela resolveu fazer o ensaio geral.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Sob a regência da professora, eles começaram a tocar o que tinham aprendido. Ficou lindo! Os sons saíram dos instrumentos na hora certa, na medida exata, numa integração harmoniosa e agradável ao ouvido.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">As crianças estavam maravilhadas! Jamais esperavam que pudesse sair tão bonita a melodia simples que tocaram.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Bateram palmas, se abraçaram, pulando de satisfação e de alegria.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Quando os alunos se acalmaram, a professora perguntou:</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— E então? Perceberam a diferença? É que, agora, ninguém toca o que quer, como quer. Cada um toca uma parte diferente da mesma música, seguindo uma ordem e com disciplina. Isto é um conjunto!</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Fez uma pausa e indagou:</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Será que essa bandinha tem alguma relação com nosso corpo?</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Para sua satisfação, foi Rogério quem respondeu:</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Claro que tem, professora! Acho que os músicos são como os órgãos do corpo! E eu sou o coração, porque toco tambor e dou o ritmo!</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Isso mesmo! Parabéns, Rogério!</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">O regente representa o cérebro, que comanda o corpo, não é professora? — concluiu outra aluna.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Certo! Vocês entenderam muito bem! Então, para que o corpo funcione bem é preciso que cada parte, cada órgão, cumpra direitinho sua função. Já pensaram se cada órgão do corpo resolver trabalhar como quiser? Seria um caos! Assim, temos que cuidar da higiene, nos alimentarmos de forma sadia, protegendo e cuidando do corpo que Deus nos concedeu, para termos saúde orgânica. Manter o pensamento elevado, cultivar a paz, para termos equilíbrio e saúde espiritual. Entenderam?</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Todos tinham entendido.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">A partir desse dia, o sucesso da bandinha foi tanto que passaram a se apresentar em todas as festas da escola, agradando a todos. Deram até um nome para a banda: CORPO MUSICAL.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><i>Autoria: Célia Xavier Camargo</i></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><i>Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.</i></span></div> <p></p>Carlos Espiritahttp://www.blogger.com/profile/03598748437007348501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6483222172436157001.post-40764139280529171692023-03-15T09:00:00.001-03:002023-03-15T09:00:00.167-03:00A Árvore e os Frutos<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiXmwEJrs-xmE7OG38mZ6szKKCQdzgNHwUmFF-sWcaW0slb2EsvPWFVgZbEn-q72d5NnTMeUM38qPTmL5BF7iSbRuneuvipQocviGTviqimUIfTqZRlvGbO4W78-9xJ-QwAFUb0UIvApzFkK10iLm6Fa7a6NaZCp-F5kuVNVAKlvxERFRbbzv8Yza4/s300/A%20%C3%81rvore%20e%20os%20Frutos.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="168" data-original-width="300" height="168" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiXmwEJrs-xmE7OG38mZ6szKKCQdzgNHwUmFF-sWcaW0slb2EsvPWFVgZbEn-q72d5NnTMeUM38qPTmL5BF7iSbRuneuvipQocviGTviqimUIfTqZRlvGbO4W78-9xJ-QwAFUb0UIvApzFkK10iLm6Fa7a6NaZCp-F5kuVNVAKlvxERFRbbzv8Yza4/s1600/A%20%C3%81rvore%20e%20os%20Frutos.jpg" width="300" /></a></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Chegando em casa após as aulas, Denis procurou não fazer ruído. Entrou pé-ante-pé, com receio de enfrentar a mãe. Todavia, não escapou da pergunta costumeira:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Onde esteve, meu filho?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Ora, mamãe! No colégio, é lógico!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Denis, suas aulas terminaram às 5 e já passam das 7 horas da noite. O que fez nesse tempo todo?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">A senhora se preparou para ouvir as explicações do filho, que nos últimos dias aconteciam com frequência. Denis fez cara de inocente e retrucou:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Poxa, mamãe! Tenho que dar conta de todos os meus passos? Estava com amigos, ora!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Que amigos?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Uma turma legal que conheci há algum tempo.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Como o pai não tardaria a chegar e ela estivesse atrasada com a refeição, a senhora deu por terminada a conversa, dizendo:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Falaremos sobre isso depois, meu filho. Agora, tome o seu banho e não demore. Hoje é dia de nosso Evangelho no Lar, lembra-se?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">O garoto concordou, feliz por ter se livrado da bronca.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Após o jantar, sentaram-se para fazer o Evangelho. O pai Eugênio, a mãe Clara, Luciana de 6 anos e Denis.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">A lição da noite, aberto o livro ao acaso, foi:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">“A árvore que produz maus frutos não é boa e a árvore que produz bons frutos não é má; portanto cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto. Não se colhem frutos nos espinheiros, nem cachos de uvas nas sarças. O homem de bem tira as coisas boas do bom tesouro do seu coração e o homem mau tira as más do mau tesouro do seu coração; porquanto a boca fala do que está cheio o coração”. (Lucas, 6:43 a 45.)</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Após a leitura, fizeram comentários sobre a lição. Clara explicou:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Jesus quis dizer com essas palavras que nosso comportamento dirá aos outros como nós somos. Daí a importância do nosso exemplo em qualquer lugar: na escola, no trabalho, na rua, no lar. Se agirmos mal, seja através de palavras ou de atos, estaremos demonstrando a todos que viemos de uma árvore má. E isso denota o que trazemos por dentro, como são baixos os nossos pensamentos, que se traduzem em atitudes negativas da nossa parte.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Luciana, que ouvira a conversa da mãe com o irmão, lembrou-se de comentar:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Mamãe, ontem vi Denis com uma turma tão esquisita! Os meninos eram grandes, usavam cabelos pintados de cores fortes e tinham brincos nas orelhas.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Denis, que ouvia calado, respondeu irritado:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Você não tem nada com isso, sua fofoqueira! Eles são legais e meus verdadeiros amigos.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">O pai interferiu, prontamente:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Calma, meus filhos! Não é hora para discutirmos esse problema. Nossa reunião semanal não é um tribunal em que analisamos as atitudes das pessoas. Além disso, Luciana, não podemos julgar ninguém pela aparência externa. O importante é o que a pessoa é por dentro. Os amigos de Denis podem ser excelentes garotos. A verdade é que não os conhecemos.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Denis olhou para o pai, agradecido pela força que lhe dera, enquanto Luciana fazia uma careta para o irmão. A mãe, para concluir, disse-lhe com carinho:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Os pais sempre querem o melhor para seus filhos. Se muitas vezes parecemos severos, é que desejamos dar a vocês a melhor educação possível, para que ninguém venha a dizer que vocês são frutos de uma árvore má. Especialmente você, Denis, que já está com doze anos, deve ter muito cuidado com as amizades que escolhe, porque existem por aí muito desequilíbrio, vícios e toda espécie de mal. Mas, confiamos em vocês, que receberam a boa semente do Evangelho de Jesus e temos certeza de que sempre agirão o melhor possível de acordo com suas consciências.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Clara fez uma prece e deu por terminada a reunião.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">No dia seguinte, a turma de Denis combinou de sair à noite. O rapazinho prometeu que ia falar com os pais.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Assim, acabando as aulas, foi direto para casa. A mãe ficou satisfeita, achando que era resultado da conversa do dia anterior.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Encontrando um momento propício, Denis pediu:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Papai, mamãe, gostaria de sair hoje à noite com a turma. Afinal, já tenho doze anos.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">O casal trocou um olhar preocupado. Eugênio perguntou:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Aonde pretendem ir?</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Apenas comer um sanduíche, papai. Abriu uma lanchonete nova e queremos conhecer. Prometo que volto logo. Deixa, pai!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Está bem, meu filho. Mas não demore! — concordou o pai, dando-lhe algum dinheiro.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Todo satisfeito, Denis arrumou-se e saiu para encontrar com os amigos.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Aonde vamos? — perguntou a Vitão, o líder da turma.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Dar um “rolé” por aí. Aguarde e verá. Não vai se arrepender.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Denis não entendeu, mas ficou calado. A turma era de quatro rapazes mais velhos, experientes, e ele sentia-se orgulhoso de ter sido aceito por eles.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Logo passaram por um carro estacionado e o líder deu uma risadinha:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Esse carro é do professor de Ciências, aquela careta. Caprichem nele.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Os rapazes rodearam o carro e esvaziaram completamente os pneus, para espanto de Denis.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Mais adiante, local de menos movimento, Vitão tirou do bolso interno da jaqueta um spray de tinta preta e puseram-se a pichar um muro pintado de novo. Horrorizado, Denis via tudo isso sem poder fazer nada. Não estava reconhecendo os amigos.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Depois, passando por um orelhão, quebraram todo o aparelho telefônico.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Naquele instante, vendo o vandalismo dos amigos, Denis lembrou-se da lição do dia anterior. Certamente aqueles frutos não viriam de árvores boas. Apesar do medo que sentia do líder, garoto forte e agressivo, resolveu dar um basta:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Estou fora — disse.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Como assim? — perguntou Vitão, espantado.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Você entendeu. Se é esse tipo de coisa que vocês costumam fazer, não são meus amigos, nem amigos de ninguém. Estou fora. Adeus.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Fez meia volta, sem se preocupar com a reação do bando, e retornou para casa. Estava triste e decepcionado, mas, ao mesmo tempo, orgulhoso por ter tido coragem de tomar uma atitude.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Ao entrar, sua mãe estranhou:</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Ué! De volta tão cedo?!...</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— É, mamãe. Descobri que o melhor sanduíche ainda é o seu.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— E a turma? — indagou o pai, surpreso.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">— Ficaram lá. Percebi que não me servem. Não são frutos bons.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Satisfeito, comeu com apetite o sanduíche que sua mãe preparou com imenso carinho.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Autoria: Célia Xavier Camargo</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: verdana;">Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.</span></div> <p></p>Carlos Espiritahttp://www.blogger.com/profile/03598748437007348501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6483222172436157001.post-89909027837975854102023-03-01T09:00:00.001-03:002023-03-01T09:00:00.171-03:00Sacrifício de Mãe<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6Aej-AkTS27hlsrjlrxF2_xep3AX8bh6cZBLwsV9-25s1bMiYFxw-vlSsrJgFPpVbNWIsP7WAQWLchktjum42KfA2xTDYIXS7hsMCUbvpHRl8DerY0JjaVBwdjri1OV3jnmcDjUnYOHOZteoCOcildxzn-YDq6kKdHMsC9qevB7Owk8AIN5gm8sfu/s300/Sacrif%C3%ADcio%20de%20M%C3%A3e.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="168" data-original-width="300" height="168" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6Aej-AkTS27hlsrjlrxF2_xep3AX8bh6cZBLwsV9-25s1bMiYFxw-vlSsrJgFPpVbNWIsP7WAQWLchktjum42KfA2xTDYIXS7hsMCUbvpHRl8DerY0JjaVBwdjri1OV3jnmcDjUnYOHOZteoCOcildxzn-YDq6kKdHMsC9qevB7Owk8AIN5gm8sfu/s1600/Sacrif%C3%ADcio%20de%20M%C3%A3e.jpg" width="300" /></a></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">O pai havia desencarnado fazia já algum tempo, partindo para a Pátria Espiritual, e Maneco ficou sozinho com sua mãe.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">A vida, que até aquela data fora tranquila, sem que nada lhes faltasse, tornou-se difícil. Os recursos que o pai deixara minguavam dia a dia e, em poucos meses, acabaram por completo.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Maneco, porém, sem perceber a situação, continuava na mesma vida: estudava, brincava e divertia-se.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Acostumado a ter o que desejava, sem se privar de nada, começou a reclamar de tudo: da comida, das roupas gastas, dos sapatos usados, mostrando-se exigente e insatisfeito.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">A mãezinha amorosa, cujos recursos restringiam-se à pensão que o marido deixara ao desencarnar, não sabia o que fazer para agradar o filho.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Não tendo dinheiro, a pobre mulher recorria à bondade dos vizinhos e amigos, emprestando o suficiente para comprar algo melhor para o filho: uma fruta, um pedaço de carne, algumas batatas, algum doce.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Quando o rapazinho se sentava à mesa e comia com apetite, a mãe sentia-se compensada de seus esforços, e fitava-o embevecida, satisfeita. Maneco perguntava:</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— Não vai almoçar, mamãe?</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Invariavelmente ela respondia, dando uma desculpa:</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— Não estou com fome, meu filho.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Ou, então, alegava que já havia almoçado, ou que almoçaria depois.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Certo dia, ao chegar à sua casa, Maneco encontrou a mãezinha na cama, desfalecida.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">O médico, chamado às pressas, após examiná-la, informou:</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— O estado de sua mãe é de fraqueza extrema. Provavelmente não come há vários dias. Precisa alimentar-se melhor para poder recuperar as forças.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Maneco, surpreso, não sabia o que dizer. Aproximando-se do leito, perguntou à mãe:</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— Por que não tem se alimentado, mamãe?</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">A generosa senhora, um pouco envergonhada, nada disse; apenas uma lágrima desceu pelo seu rosto pálido.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Maneco, perplexo, compreendeu enfim. Aos poucos foi ligando os fatos, lembrando-se de tudo o que vinha acontecendo, e entendeu que a mãezinha sacrificava-se por ele. Dava o melhor de si para o filho, nada reservando para ela mesma. E ele, insensível e prepotente, nunca percebera o sacrifício da mãe.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Maneco caiu ajoelhado, em lágrimas, ao lado do leito pobre, enquanto lhe dizia com voz entrecortada de emoção:</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— Perdoe mãezinha, não ter percebido a nossa real situação e a grandeza da sua generosidade. Mas, nunca senti falta de nada! Como é que a senhora conseguia comprar tudo que me oferecia?</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Uma vizinha, que chegara há pouco e ouvia a conversa, respondeu comovida:</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— Sua mãe emprestava o dinheiro de um e de outro para que nada lhe faltasse, Maneco.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— Meu Deus! Como pude ser tão cego? Mamãe, eu arranjarei um emprego, pois já tenho idade para trabalhar. Não ganharei muito, por certo, mas o pouco que receber será o suficiente para amenizar nosso infortúnio. Deus nos ajudará mamãe, e seremos muito felizes ainda.</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">A mãe, com sorriso terno, afirmou contente:</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">— Deus já nos ajudou meu filho, e considero-me muito feliz por Ele ter-me dado um filho como você!</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Autoria: Célia Xavier Camargo</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: verdana;">Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.</span></div> <p></p>Carlos Espiritahttp://www.blogger.com/profile/03598748437007348501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6483222172436157001.post-38811357256181070442023-02-15T09:00:00.001-03:002023-02-15T09:00:00.182-03:00Responsabilidade e Amizade<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5rf8RyricWJOZP9S2zgAQUq83ifZ4o_NqzOGagsdZRcXxGu_RDZF6GRX80CaudMwaR5kOrDTC0FPukL0RK_LFkj0W4RLnGybaEf6qbxPpyx-ufUTTPqLZxvgy8tz1r8b-slm8od69r4D6YETN8dzjgts3jjrC4426J_OOx1me7tPi_qR4gblDJUOH/s262/Responsabilidade%20e%20Amizade.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="262" data-original-width="192" height="262" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5rf8RyricWJOZP9S2zgAQUq83ifZ4o_NqzOGagsdZRcXxGu_RDZF6GRX80CaudMwaR5kOrDTC0FPukL0RK_LFkj0W4RLnGybaEf6qbxPpyx-ufUTTPqLZxvgy8tz1r8b-slm8od69r4D6YETN8dzjgts3jjrC4426J_OOx1me7tPi_qR4gblDJUOH/s1600/Responsabilidade%20e%20Amizade.jpg" width="192" /></a></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Juquinha voltava da escola com a mochila dependurada nas costas e uma bola nas mãos. Brincando, ele chutou a bola e quebrou a vidraça da janela de uma residência pela qual estava passando.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Temeroso pelo que fizera, ele saiu correndo e dobrou a esquina, rápido.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Zezé, seu colega, que vinha um pouco atrás, preocupado com uma prova que faria no dia seguinte, nem notou o que tinha acontecido.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Ao passar diante da casa, deparou-se com um homem muito zangado, que, o agarrando pelo braço, gritou:</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Peguei você, moleque safado!</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Assustado, sem entender o que estava acontecendo, Zezé se defendeu:</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Eu não fiz nada! Não sei do que a senhor me acusa.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Como não sabe? Você acaba de quebrar a vidraça da janela de minha casa e não sabe?...</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Não sei não, senhor. Não fui eu! Não fui eu!</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Ah, não? E essa bola aqui, de quem é?</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Zezé havia reconhecido a bola, nova e bonita, que pertencia ao seu amigo Juquinha. Porém ele não era dedo-duro e não entregaria o colega. Então, apenas respondeu:</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Não é minha, senhor, eu juro!</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Se você estiver mentindo para mim, vai se arrepender. Vamos! Vou levá-lo até sua casa e falar com seus pais.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Por favor, senhor, solte-me! Meus pais estão trabalhando e não tem ninguém em casa.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Zezé chorava e suplicava tanto, que o homem cedeu. Largou o braço dele e pediu-lhe o endereço, que o garoto deu. Depois, voltando aos poucos à normalidade, ele informou:</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Amanhã irei à escola falar com sua professora. Como é seu nome?</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— José Luiz Barbosa, mas todos me chamam de Zezé.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Muito bem, Zezé. Pode ir agora.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Zezé continuou seu caminho, aliviado. No dia seguinte tudo se esclareceria, tinha certeza. Certamente Juquinha não deixaria que ele fosse acusado injustamente.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">De manhã Zezé levantou-se, confiante, e foi para a escola.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Eram dez horas quando o homem apareceu na porta da sala de aula.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">A professora Dorinha o recebeu e perguntou o que desejava. Ele entrou e explicou o que tinha acontecido diante de toda a classe.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Juquinha encolheu-se na carteira.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Diante da acusação daquele homem, Zezé esperou que Juquinha assumisse a culpa, não deixando que ele fosse acusado injustamente.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Como Juquinha continuasse calado, Zezé baixou a cabeça triste e desiludido.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">A professora Dorinha, vendo a situação criada, saiu em defesa do aluno.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— O senhor tem toda razão de reclamar e até de desejar uma reparação, porém não pode vir aqui e acusar um aluno meu sem ter certeza da culpa dele. Além disso, esta bola não é do Zezé, posso lhe afirmar.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Mas alguém quebrou minha janela com esta bola e quero saber quem foi.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Ele olhava para toda a classe, fitando um por um. Todavia, ninguém se manifestou. Irritado, ele disse:</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Muito bem. Vocês estão se protegendo, mas eu vou descobrir quem foi e, aí, tomarei providências. Deixarei a bola aqui na mesa. Que o dono a pegue depois, se tiver coragem. Passem bem.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">O homem retirou-se pisando duro. Após a saída dele, Dorinha olhou para sua classe, triste, e considerou:</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Estou bastante decepcionada com vocês. Não importa o que tenhamos feito, temos a obrigação moral de assumir nossos erros. Mentir é muito feio e, omitir nossa responsabilidade, deixando que alguém seja acusado em nosso lugar, é pior ainda.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Zezé, com a cabeça entre as mãos, chorava baixinho.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Nesse momento, Juquinha levantou-se, tímido e envergonhado:</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Professora, fui eu que quebrei a vidraça. Mas não fiz por querer! Foi um acidente!</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Depois, virando-se para o amigo que chorava, disse:</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Zezé, me desculpe! Não quis criar um problema para você, apenas fiquei com medo da reação de meus pais ao ficarem sabendo. Porém, você sabia que eu era culpado e não me entregou, e isso me deixou com vergonha de mim mesmo. Será que você pode me perdoar?</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Zezé levantou a cabeça, limpou as lágrimas e sorriu:</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Claro, Juquinha. Sabia que você não deixaria que eu fosse acusado injustamente. Afinal, somos bons amigos!</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Juquinha caminhou até Zezé e abraçaram-se, contentes por terem resolvido bem a situação.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Depois, Juquinha, também emocionado, prometeu:</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Professora, eu prometo que ao sair daqui irei à casa daquele senhor, contarei a verdade e me responsabilizarei pelos danos que causei.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Ótimo, Juquinha. Você decidiu muito bem — concordou Dorinha.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">E Zezé, ao lado dele, afirmou:</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Eu acompanho você, Juquinha.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">A professora abraçou a ambos, depois olhando para os demais alunos, informou:</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Neste dia tivemos uma lição ao vivo. Uma situação difícil se resolveu de forma pacífica, e todos amadureceram um pouco mais. Juquinha aprendeu que a mentira só prejudica, e pôde comprovar a grandeza de Zezé que não entregou o amigo, mesmo sabendo-o culpado.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Ela parou de falar por alguns momentos, depois prosseguiu comovida:</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">— Juquinha ainda vai enfrentar dificuldades com o homem a quem prejudicou, e também com seus pais, mas tudo ficará mais fácil diante da sua resolução de dizer a verdade. Que todos possamos ter aprendido a lição.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Ao terminar a aula, Zezé acompanhou Juquinha, que explicou ao homem o que tinha acontecido, desculpando-se e prometendo pagar os danos causados, usando sua mesada para comprar-lhe uma vidraça nova.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Contaria a seus pais o que tinha acontecido, e tinha certeza de que o problema seria resolvido com tranquilidade.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">O mais difícil fora admitir a culpa. Tudo o mais não tinha importância.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Sereno e confiante, Juquinha retornou para casa, certo de que, dali por diante, não haveria problema que não conseguisse resolver.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">Aprendera, também, que uma amizade sincera como a de Zezé, não tinha preço e precisava ser valorizada.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;">E desse dia em diante, tornaram-se ainda mais amigos.</span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><i>Autoria: Célia Xavier Camargo</i></span></div><div><span style="color: #660000; font-family: verdana;"><i>Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.</i></span></div> <p></p>Carlos Espiritahttp://www.blogger.com/profile/03598748437007348501noreply@blogger.com0