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sábado, 15 de junho de 2024

O Farol Apagado

Numa região muito distante, sobre um alto rochedo, existia um pequeno farol.

Naquele trecho da costa, o mar era muito perigoso, pois havia inúmeros rochedos que poderiam levar as embarcações a desastres, caso não percebessem o perigo a tempo.

Por essa razão foi construído o farol, para que os navios passassem em segurança pelo local.

Mas o pequeno farol vivia descontente. Achava sua vida muito monótona e sentia uma terrível inveja das embarcações que passavam ao longe, rumo a lugares distantes; das gaivotas que voavam livres pelos ares e que poderiam conhecer terras estranhas; e, até, das estrelas que contemplava todas as noites brilhando no firmamento.

Mas ele vivia ali, parado, sem sair do lugar, dia após dia, noite após noite.

Sua única distração era esperar o faroleiro, isto é, o homem que cuidava dele, que todos os dias, ao anoitecer, vinha acender sua luz. E então, ele ficava ali, girando... girando... girando...

O faroleiro vivia sozinho e era a única pessoa que existia nas imediações. Certo dia, ele caiu doente na cama, ardendo em febre e sem condições de se levantar e executar suas obrigações costumeiras.

Naquela noite ninguém acendeu a luz do farol.

O farol estranhou o acontecimento, pois nunca antes ocorrera tal coisa, e estranhou ainda mais a escuridão que tomou conta de tudo. Ficou tudo escuro... escuro...

Naquela noite, nuvens pesadas cobriam o céu prenunciando tempestade, e logo um vento forte começou a soprar. Em pouco tempo a chuva caiu, torrencial.

Sem poder enxergar nada, só escutando o barulho da chuva que caía e o ruído das ondas do mar que faziam chuá... chuá... chuá..., o farol acabou adormecendo. No dia seguinte, aos primeiros raios do sol é que pôde ver o que acontecera durante a noite.

Uma canoa fora arrastada pelas ondas do mar, batendo de encontro aos rochedos; um barco de pescadores acostumados com o farol que lhes indicava o caminho, bateram nas pedras, soçobrando. E até um grande navio, que fazia sua rota para terras distantes, também ficou preso entre os rochedos, sem possibilidade de sair.

Só então o pequeno farol, ao ver a extensão da tragédia que acontecera pela falta da sua luz, percebeu como sua tarefa era importante.

As pessoas foram socorridas a tempo, e o faroleiro, levado a um hospital para receber o necessário atendimento médico.

Em seu lugar, porém, ficou um substituto, outra pessoa responsável para acender a luz do farol, enquanto o faroleiro não estivesse curado e pronto para voltar ao trabalho.

A partir desse dia, o farol nunca mais lamentou seu destino, cumprindo sua tarefa com boa-vontade e amor.

Feliz, todas as noites ele podia ser visto girando... girando... girando...

E quem o visse, de longe, poderia notar que sua luz se tornara mais viva e mais brilhante.

Autoria: Célia Xavier Camargo
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

sábado, 1 de junho de 2024

A Existência de Deus

Certa professora estava tendo problemas em sua classe com os alunos.

Um deles, Luizinho, de família afastada da religião e de ideias profundamente negativas, começou a passar essas mesmas ideias para as outras crianças.

Afirmava, esse menino, que Deus não existia e que tudo era uma invenção do homem.

As outras crianças, surpresas e inquietas, não sabiam como refutar as palavras do colega e começaram a se sentir inseguras.

Chegando ao conhecimento da professora, preocupada com o problema, ela pensou como poderia modificar aquela situação, resolvendo a questão.

Pensou... pensou... e, afinal, teve uma ideia.

Certo dia avisou aos alunos que, na manhã seguinte, iriam fazer uma experiência. Deveriam trazer todas as peças de um relógio, um rádio, um toca-fitas, ou qualquer outro objeto que estivesse quebrado. E deveriam trazer também uma caixa que coubesse esse objeto.

Os alunos estavam cheios de curiosidade, mas a professora não quis adiantar nada, afirmando sorridente:

— Amanhã vocês ficarão sabendo.

No dia seguinte, compareceram todos os alunos, sob intensa expectativa, portando o material solicitado.

A aula transcorreu normalmente. No final do período, a professora pediu que colocassem o material para a experiência sobre a carteira.

Em seguida, mandou que cada um colocasse o objeto quebrado dentro da caixa, com todas as peças, e tampasse bem.

Eles assim o fizeram, sem entender o propósito a que a professora queria chegar.

— Muito bem! Agora, agitem a caixa com força, tentando fazer com que as peças todas se encaixem em seus lugares e os maquinismos voltem a funcionar.

— Mas, professora!... — gaguejou uma das crianças.

— Não discutam. Façam o que estou mandando.

As crianças agitaram as caixas durante um minuto, cinco minutos, dez minutos, quinze minutos...

Já não aguentavam mais. Estavam exaustas!

Após esse tempo, a professora pediu que abrissem as caixas e verificassem o resultado do esforço despendido.

— Como estão os aparelhos?

Desanimadas, as crianças olharam o conteúdo de suas caixas e uma delas respondeu:

— Continuam quebrados, professora.

Fingindo surpresa, ela perguntou à classe:

— NINGUÉM? — disse, frisando bem a palavra. — Ninguém conseguiu consertar a sua máquina?!...

Todos responderam negativamente balançando a cabeça.

Um deles afirmou, convicto:

— Claro, professora! Nem que ficássemos aqui o dia inteiro, o mês inteiro ou o ano inteiro, conseguiríamos consertá-las desta maneira!

— Ah! — exclamou a professora. — E por quê?

— Porque para que alguma coisa funcione é preciso que “alguém” coloque as peças no lugar, ajuste os parafusos etc. Enfim, é preciso a mão de uma pessoa que conheça aquele mecanismo e saiba fazer o serviço.

Os outros alunos foram unânimes em concordar com o colega.

Satisfeita, a professora questionou:

— Muito bem. Então todos concordam que para que alguma coisa funcione é preciso o esforço de alguém?

Fez uma pausa, passando o olhar lentamente pela sala, depois continuou:

— Ótimo! E o Universo, que é tão imenso? Quem pode me dizer quem é que faz com que o Sol nasça todas as manhãs? Ou que faz as plantinhas brotarem? Ou que as estações aconteçam sempre em épocas certas?

Percebendo, afinal, onde a professora pretendia chegar, as crianças sorriram satisfeitas.

O garoto que afirmara que Deus não existia, baixou a cabeça, envergonhado.

A professora aproveitou o momento para fixar a lição, perguntando a todos:

— Então, quem faz todas estas coisas maravilhosas?

E todos responderam em uníssono:

— DEUS!

— Alguém tem alguma dúvida?

Luizinho levantou a cabeça e respondeu:

— Não, professora!

Satisfeita, a professora concluiu o assunto:

— Muito bem. Deus criou tudo o que existe, inclusive nós mesmos. Por isso é NOSSO PAI. O Universo é regido por leis sábias e justas, perfeitas e imutáveis, e todos estamos sujeitos a elas. Mas, sobretudo, devemos nos lembrar que Deus nos ama a todos, porque é profundamente bom e misericordioso.

Luizinho, afinal, disse para alegria de todos:

— Vou passar a lição para meus pais, professora. Acho que eles nunca pensaram nisso que a senhora explicou!

Autoria: Célia Xavier Camargo
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.