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terça-feira, 15 de julho de 2025

A Tartaruga Mensageira

Um dia, há muito tempo atrás, os animais habitantes de uma grande floresta ficaram sabendo que um grupo de homens pretendia derrubar todas as árvores para transformá-las em madeira.

Apavorados, pois isso representaria a destruição deles também, resolveram mandar uma mensagem pedindo socorro a um grupo de pessoas amigas e amantes da natureza.

Os bichos se reuniram para decidir quem seria o portador da mensagem, pois era uma missão muito importante, e o local para onde teriam que ir ficava muito, muito distante.

Apresentaram-se para a tarefa: um passarinho, um esquilo, um macaco e uma tartaruga.

– Eu sou o melhor – disse o passarinho estufando o peito –, porque posso voar e, rapidamente, dar conta do recado.

O esquilo alisou o pelo macio e falou, orgulhoso:

– Eu tenho mais condições de cumprir a missão, porque sou rápido e ágil!

O macaco, coçando a cabeça, afirmou:

– Não! Eu sou o mais indicado porque, pulando de galho em galho chegarei mais depressa ao destino.

Todos riram quando a pequena tartaruga se apresentou. Afinal, tinham urgência que a mensagem fosse entregue rápido, e a tartaruga era, reconhecidamente, muito lenta.

Depois que as risadas se acalmaram, o leão perguntou:

– Por que é que você acha que tem condições de ser a portadora?

– Porque tenho confiança em Deus que o conseguirei! – respondeu a tartaruga com serenidade.

Após muito discutir, os animais decidiram, muito sabiamente, que para maior segurança, todos os quatro levariam uma mensagem igual. Aquele que chegasse primeiro, teria a honra de entregá-la.

E assim, numa bela manhã de sol, partiram os mensageiros levando as esperanças e a confiança de todos os animais.

O esquilo saiu aos pulos, ligeiro; o passarinho abriu as asas e voou rápido pelo céu; o macaco, pulando de árvore em árvore, lá se foi a perder de vista. Só a pobre tartaruga iniciou a jornada com sua marcha lenta, para chacota dos demais.

Enfrentaram perigos e obstáculos. Tão logo terminaram as árvores, o macaco teve que continuar também pelo solo.

A certa altura do caminho ocorreu um grande desmoronamento de terras e, como não quisessem se abrigar para não interromper a marcha, o macaco e o esquilo foram atingidos e não puderam prosseguir.

O passarinho passou voando sem maiores dificuldades, mas a tartaruga, vendo o perigo, com tranquilidade escondeu-se na sua carapaça esperando-o passar.

Mais adiante, sobreveio terrível tempestade, e o passarinho, não obstante se agarrasse às árvores para se proteger, foi arrastado pelo vento forte. A tartaruga, porém, novamente parou sua caminhada, escondendo-se em sua carapaça do furor do temporal, esperando o tempo melhorar. Depois, prosseguiu sua jornada.

Em consequência das fortes chuvas, regiões ficaram totalmente inundadas, mas a corajosa tartaruga não desanimou.

Guardando muito bem a carta para que não molhasse, prosseguiu nadando.

E assim, vencendo dificuldades enormes, perigos inesperados e obstáculos difíceis, a tartaruga chegou ao seu destino. Ali ficou sabendo, muito surpresa, que era a primeira a chegar!

Sentiu-se orgulhosa e satisfeita, pois foi cumprimentada por todos, como se fosse uma heroína.

E voltou para casa com os amigos que iriam protegê-los e evitar a destruição da floresta.

Carregada nos braços, ela chegou coberta de glória, para espanto dos animais, que nunca poderiam imaginar que a pequena tartaruga cumpriria missão tão importante.

Os animais então perceberam que todas as criaturas merecem respeito e consideração, e que todos têm condições de vencer. Que, muitas vezes, não são as criaturas que parecem ter as melhores condições que vencem, mas aquelas que se utilizam melhor das possibilidades que possuem.

Perguntaram então à tartaruga, a que ela atribuía sua vitória.

– Creio que sem PACIÊNCIA, PERSISTÊNCIA, CORAGEM e muita FÉ, eu não poderia ter vencido – respondeu ela.

E concluiu com tranquilidade:

– SÓ ASSIM VENCEREMOS!

Autoria: Célia Xavier Camargo
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

terça-feira, 1 de julho de 2025

Por Uma Moeda

Fernando era um menino de bom coração, e sensível ao sofrimento dos outros.

Certo dia, passando por uma rua na periferia da cidade, viu uma casa muito pobrezinha e duas crianças magras e pálidas que brincavam à porta.

Num impulso, aproximou-se e puxou conversa com as crianças. Ficou sabendo que não tinham pai e que a mãe estava trabalhando para prover o sustento da casa. Disseram, também, que nada tinham comido ainda naquele dia, e que só iam comer quando a mãe retornasse do trabalho.

Penalizado, Fernando desejou ajudar. Mas, como? Também não tinha recursos e seu pai trabalhava muito para que nada lhes faltasse no lar.

Teve uma ideia. Tinha muitos amigos, e, se ele sozinho quase nada podia fazer, em conjunto eles poderiam fazer muito.

Reuniu os amigos e expôs seu plano. Se cada um contribuísse com um pouco, ajudariam aquela família substancialmente. Todos aprovaram a ideia de Fernando. E mais, entusiasmados, resolveram pedir a colaboração de parentes, amigos e vizinhos, pois, angariando mais recursos, estenderiam a ajuda a outras famílias necessitadas.

E assim foi feito. Não apenas recebendo gêneros alimentícios, roupas, calçados, mas cada um também doando tempo de trabalho, fazendo companhia às crianças, ajudando na higiene doméstica e ensinando os deveres da escola.

Aos poucos, como eles previam, a assistência estendeu-se a outras famílias igualmente necessitadas e que residiam ali por perto.

Todos estavam felizes e otimistas.

Pedindo a colaboração de um dos garotos na escola, que Fernando sabia ser muito rico, ficou grandemente decepcionado, pois o menino respondeu indiferente:

— Nada tenho para dar.

— Como? Você é o menino mais rico da escola! — estranhou.

Como Fernando continuasse a insistir a contragosto o garoto tirou uma pequena moeda do bolso e entregou-a dizendo:

— Esta moeda é só o que posso dar.

Perplexo, Fernando olhou a moeda e teve vontade de não aceitar, por ser de valor insignificante. Porém, pegou a moeda, agradeceu e afastou-se, indignado.

Chegando em casa, comentou com a mãe o acontecido, e terminou dizendo:

— Tive vontade de não aceitar a moeda, que é um insulto às necessidades alheias. Não vale nada!

A mãe fitou-o e disse serena:

— Pois faria muito mal, meu filho. Você deve aprender que, na vida, cada um dá o que tem. E isso, muitas vezes, não tem relação com o que a pessoa acredita possuir.

Surpreso, Fernando perguntou:

— Como assim, mamãe? Não entendo. Ele é muito rico!...

— Exatamente. Mas não aprendeu a dar nada de si. Por isso, meu filho, essa moeda que você despreza tanto é a oportunidade do seu amigo de doar alguma coisa, e que, para ele, representa muito. Compreendeu?

— Compreendi. A senhora quer dizer que a doação é um aprendizado que temos de exercitar — respondeu o menino, admirado das sábias palavras de sua mãe.

— Isso mesmo, meu filho. O egoísmo é uma doença da qual nos libertamos muito lentamente. E o seu amigo está dando os primeiros passos para vencer essa terrível chaga.

Fernando olhou para aquela moedinha que brilhava em sua mão com olhos diferentes e agradeceu a lição que recebera.

Fez um quadro com a moeda, colocando uma moldura e pendurou-o no seu quarto, em local bem visível, para que nunca mais se esquecesse da lição.

Um ano depois, aquele seu amigo já estava plenamente integrado no grupo e alegremente colaborando, muito feliz da vida, para espanto geral.

Autoria: Célia Xavier Camargo
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.