O SERVO INCONSTANTE
À frente do todos os presentes, o Mestre narrou com simplicidade: — Certo homem encontrou a luz da Revelação Divina e desejou ardentemente habilitar-se para viver entre os Anjos do Céu.
Tanto suplicou essa bênção ao Pai que, através da inspiração, o Senhor o enviou ao aprimoramento necessário com vistas ao fim a que se propunha.
Por intermédio de vários amigos, orientados pelo Poder Divino, o candidato, que demonstrava acentuada tendência pela escultura, foi conduzido a colaborar com antigo mestre, em mármore valioso.
No entanto, a breve tempo, demitiu-se, alegando a impossibilidade de submeter-se a um homem ríspido e intratável; transferiu-se, desse modo, para uma oficina consagrada à confecção de utilidades de madeira, sob as diretrizes de velho escultor.
Abandonou-o também, sem delongas, asseverando que lhe não era possível suportá-lo.
Em seguida, empregou- se sob as determinações de conhecido operário especializado em construção de colunas em estilo grego.
Não tardou, entretanto, a deixá-lo, declarando não lhe tolerar as exigências.
Logo após, entregou-se ao trabalho, sob as ordens de experimentado escultor de ornamentações em arcos festivos, mas, finda uma semana, fugiu aos compromissos assumidos, afirmando haver encontrado um chefe por demais violento e irritadiço.
Depois, colocou-se sob a orientação de um fabricante de arcas preciosas, de quem se afastou, em poucos dias, a pretexto de se tratar de criatura desalmada e cruel.
E, assim, de tarefa em tarefa, de oficina em oficina, o aspirante ao Céu dizia, invariavelmente, que lhe não era possível incorporar as próprias energias à experiência terrestre, por encontrar, em toda parte, o erro, a maldade e a perseguição nos que o dirigiam, até que a morte veio buscá-lo à presença dos Anjos do Senhor.
Com surpresa, porém, não os encontrou tão sorridentes quanto aguardava.
Um deles avançou, triste, e indagou: — Amigo, por que não te preparaste ante os imperativos do Céu? O interpelado que identificava a própria inferioridade, nas sombras em que se envolvia, clamou em pranto que só havia encontrado exigência e dureza nos condutores da luta humana.
O Mensageiro, no entanto, observou, com amargura: — O Pai chamou-te a servir em teu próprio proveito e, não, a julgar.
Cada homem dará conta de si mesmo a Deus.
Ninguém escapará à Justiça Divina que se pronuncia no momento preciso.
Como pudeste esquecer tão simples verdade, dentro da vida? O malho bate a bigorna, o ferreiro conduz o malho, o comerciante examina a obra do ferreiro, o povo dá opinião sobre o negociante, e o Senhor, no Conjunto, analisa e julga a todos.
Se fugiste a pequenos serviços do mundo, sob a alegação de que os outros eram incapazes e indignos da direção, como poderás entender o ministério celestial? E o trabalhador inconstante passou às conseqüências de sua queda impensada.
Jesus fez uma pausa e concluiu: — Quem estiver sob o domínio de pessoas enérgicas e endurecidas na disciplina, excelentes resultados conseguirá recolher se souber e puder aproveitar-lhes a aspereza, inspirando-se na madeira bruta ao contacto da plaina benfeitora.
Abençoada seja a mão que educa e corrige, mas bem-aventurado seja aquele que se deixa aperfeiçoar ao seu toque de renovação e aprimoramento, porque os mestres do mundo sempre reclamam a lição de outros mestres, mas a obra do bem, quando realizada para todos, permanece eternamente.
Livro: Jesus no Lar - Médium: Chico Xavier – Espírito: Néio Lúcio.
Fonte da imagem: Internet Google
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sábado, 26 de novembro de 2011
sábado, 19 de novembro de 2011
O DOM ESQUECIDO
Centralizara-se geral atenção em torno de curiosa palestra referente aos dons com que o Céu aquinhoa as almas, na Terra, quando o Senhor comentou, paciente: — Existiu um homem banhado pela graça do merecimento, que recebeu do Alto a permissão de abeirar-se do Anjo Dispensador dos dons divinos que florescem no mundo.
Ante o Ministro Celeste, o mortal venturoso pediu a bênção da Mocidade.
Recebeu a concessão, mas, e breve, reconheceu que a juventude poderia ser força e beleza, mas também era inexperiência e fragilidade espiritual, e, já desinteressado, voltou ao Doador Sublime e solicitou-lhe a Riqueza.
Conseguiu a abastança e gozou-a, longo tempo; todavia, reparou que a retenção de grandes patrimônios provoca a inveja maligna de muitos.
Cansando-se na defesa laboriosa dos próprios bens, procurou o Anjo e rogou-lhe a Liberdade.
Viu-se realmente livre.
No entanto, foi defrontado por cruéis demônios invisíveis, que lhe perturbaram a caminhada, enchendo-lhe a cabeça de inquietude e tentações.
Extenuado, em face do permanente conflito interior em que vivia, retornou ao Celeste Dispensador e suplicou o Poder.
Entrou na posse da nova dádiva e revestiu-se de grande autoridade.
Entendeu, porém, mais cedo que esperava, que o mando gera ódio e revolta nos corações preguiçosos e incompreensíveis e, atormentado pelos estiletes ocultos da indisciplina e da discórdia, dirigiu-se ao benfeitor e implorou-lhe a Inteligência.
Todavia, na condição de cientista e homem de letras, perdeu o resto de paz que desfrutava.
Compreendeu, depressa, que não lhe era possível semear a realidade, de acordo com os seus desejos.
Para não ser vítima da reação destruidora dos próprios beneficiados, era compelido a colocar um grão de verdade entre mil flores de fantasia passageira e, longe de acomodar-se à situação, tornou à presença do Anjo e pediu-lhe o Matrimônio Feliz.
Satisfeito em seu novo desígnio, reconfortou-se em milagroso ninho doméstico, estabelecendo graciosa família, mas, um dia, apareceu a morte e roubou-lhe a companheira.
Angustiado pela viuvez, procurou o Ministro do Eterno e afirmando que se equivocara, mais uma vez, suplicou-lhe a graça da Saúde.
Recebeu a concessão.
Entretanto, logo que se escoaram alguns anos, surgiu a velhice e desfigurou-lhe o corpo, desgastando-o e enrugando-o sem compaixão.
Atormentado e incapaz agora de ausentar-se de casa, o Anjo amigo veio ao encontro dele e, abraçando-o, paternal, indagou que novo dom pretendia do Alto.
O infeliz declarou-se em falência.
Que mais poderia pleitear? Foi então que o glorioso mensageiro lhe explicou que ele, o candidato à felicidade, se esquecera do maior de todos os dons que pode sustentar um homem no mundo, o dom da Coragem que produz entusiasmo e bom ânimo para o serviço indispensável de cada dia...
Jesus interrompeu-se por alguns minutos; depois, sorrindo ante a pequena assembléia, rematou: — Formosa é a Mocidade, agradável é a Fortuna, admirável é a Liberdade, brilhante é o Poder, respeitável é a Inteligência, santo é o Casamento Venturoso, bendita é a Saúde da carne, mas se o homem não possui Coragem para sobrepor-se aos bens e males da vida humana, afim de aprender a consolidar-se no caminho para Deus, de pouca utilidade são os dons temporários na experiência transitória.
E tomando ao colo um dos meninos presentes, indicou-lhe o firmamento estrelado, como a dizer que somente no Alto a felicidade perene das criaturas encontraria a verdadeira pátria.
Livro: Jesus no Lar - Médium: Chico Xavier – Espírito: Néio Lúcio.
Fonte da imagem: Internet
Centralizara-se geral atenção em torno de curiosa palestra referente aos dons com que o Céu aquinhoa as almas, na Terra, quando o Senhor comentou, paciente: — Existiu um homem banhado pela graça do merecimento, que recebeu do Alto a permissão de abeirar-se do Anjo Dispensador dos dons divinos que florescem no mundo.
Ante o Ministro Celeste, o mortal venturoso pediu a bênção da Mocidade.
Recebeu a concessão, mas, e breve, reconheceu que a juventude poderia ser força e beleza, mas também era inexperiência e fragilidade espiritual, e, já desinteressado, voltou ao Doador Sublime e solicitou-lhe a Riqueza.
Conseguiu a abastança e gozou-a, longo tempo; todavia, reparou que a retenção de grandes patrimônios provoca a inveja maligna de muitos.
Cansando-se na defesa laboriosa dos próprios bens, procurou o Anjo e rogou-lhe a Liberdade.
Viu-se realmente livre.
No entanto, foi defrontado por cruéis demônios invisíveis, que lhe perturbaram a caminhada, enchendo-lhe a cabeça de inquietude e tentações.
Extenuado, em face do permanente conflito interior em que vivia, retornou ao Celeste Dispensador e suplicou o Poder.
Entrou na posse da nova dádiva e revestiu-se de grande autoridade.
Entendeu, porém, mais cedo que esperava, que o mando gera ódio e revolta nos corações preguiçosos e incompreensíveis e, atormentado pelos estiletes ocultos da indisciplina e da discórdia, dirigiu-se ao benfeitor e implorou-lhe a Inteligência.
Todavia, na condição de cientista e homem de letras, perdeu o resto de paz que desfrutava.
Compreendeu, depressa, que não lhe era possível semear a realidade, de acordo com os seus desejos.
Para não ser vítima da reação destruidora dos próprios beneficiados, era compelido a colocar um grão de verdade entre mil flores de fantasia passageira e, longe de acomodar-se à situação, tornou à presença do Anjo e pediu-lhe o Matrimônio Feliz.
Satisfeito em seu novo desígnio, reconfortou-se em milagroso ninho doméstico, estabelecendo graciosa família, mas, um dia, apareceu a morte e roubou-lhe a companheira.
Angustiado pela viuvez, procurou o Ministro do Eterno e afirmando que se equivocara, mais uma vez, suplicou-lhe a graça da Saúde.
Recebeu a concessão.
Entretanto, logo que se escoaram alguns anos, surgiu a velhice e desfigurou-lhe o corpo, desgastando-o e enrugando-o sem compaixão.
Atormentado e incapaz agora de ausentar-se de casa, o Anjo amigo veio ao encontro dele e, abraçando-o, paternal, indagou que novo dom pretendia do Alto.
O infeliz declarou-se em falência.
Que mais poderia pleitear? Foi então que o glorioso mensageiro lhe explicou que ele, o candidato à felicidade, se esquecera do maior de todos os dons que pode sustentar um homem no mundo, o dom da Coragem que produz entusiasmo e bom ânimo para o serviço indispensável de cada dia...
Jesus interrompeu-se por alguns minutos; depois, sorrindo ante a pequena assembléia, rematou: — Formosa é a Mocidade, agradável é a Fortuna, admirável é a Liberdade, brilhante é o Poder, respeitável é a Inteligência, santo é o Casamento Venturoso, bendita é a Saúde da carne, mas se o homem não possui Coragem para sobrepor-se aos bens e males da vida humana, afim de aprender a consolidar-se no caminho para Deus, de pouca utilidade são os dons temporários na experiência transitória.
E tomando ao colo um dos meninos presentes, indicou-lhe o firmamento estrelado, como a dizer que somente no Alto a felicidade perene das criaturas encontraria a verdadeira pátria.
Livro: Jesus no Lar - Médium: Chico Xavier – Espírito: Néio Lúcio.
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sábado, 12 de novembro de 2011
A REGRA DE AJUDAR
João, no auge da curiosidade juvenil, compreendendo que se achava à frente de novos métodos de viver, tal a grandeza com que o Evangelho transparecia dos ensinamentos do Senhor, perguntou a Jesus qual a maneira mais digna de se portar o aprendiz, diante do próximo, no sentido de ajudar aos semelhantes, ao que o Amigo Divino respondeu, com voz clara e firme:
— João, se procuras uma regra de auxiliar os outros, beneficiando a ti mesmo, não te esqueças de amar o companheiro de jornada terrestre, tanto quanto desejas ser querido e amparado por ele.
A pretexto de cultivar a verdade, não transformes a própria existência numa batalha em que teus pés atravessem o mundo, qual furioso combatente no deserto; recorda que a maioria dos enfermos conhece, de algum modo, a moléstia que lhes é própria, reclamando amizade e entendimento, acima da medicação.
Lembra-te de que não há corações na Terra, sem problemas difíceis a resolver; em razão disso, aprende a cortesia fraternal para com todos.
Acolhe o irmão do caminho, não somente com a saudação recomendada pelos imperativos da polidez, mas também com o calor do teu sincero propósito de servir.
Fixa nos olhos as pessoas que te dirigirem a palavra, testemunhando-lhes carinhoso interesse, e guarda sempre a posição de ouvinte delicado e atencioso; não levantes demasiadamente a voz, porque a segurança e a serenidade com que os mais graves assuntos devem ser tratados não dependem de ruído.
Abstém-te das conversações improfícuas; o comentário menos digno é sempre invasão delituosa em questões pessoais.
Louva quem trabalha e, ainda mesmo diante dos maus e dos ociosos, procura exaltar o bem que são suscetíveis de produzir.
Foge ao pessimismo, guardando embora a prudência indispensável perante as criaturas arrojadas em negócios respeitáveis, mas passageiros, do mundo; a tristeza improdutiva, que apenas sabe lastimar-se, nunca foi útil à Humanidade, necessitada de bom ânimo.
Usa, cotidianamente, a chave luminosa do sorriso fraterno; com o gesto espontâneo de bondade, podemos sustar muitos crimes e apagar muitos males.
Faze o possível por ser pontual; não deixes o companheiro à tua espera, a fim de que te não seja atribuída uma falsa importância.
Agradece todos os benefícios da estrada, respeitando os grandes e os pequenos; se o Sol aquece a vida, é a semente de trigo que fornece o pão.
Deixa que as águas vivas e invisíveis do Amor, que procedem de Deus, Nosso Pai, atravessem o teu coração, em favor do círculo de luta em que vives; o Amor é a força divina que engrandece a vida e confere poder.
Façamos, sobretudo, o melhor que pudermos, na felicidade e na elevação de todos os que nos cercam, não somente aqui, mas em qualquer parte, não apenas hoje, mas sempre.
Silenciou o Cristo e, assinalando a beleza do programa exposto, o jovem apóstolo inquiriu respeitosamente:
— Senhor, como conseguirei executar tão expressivos ensinamentos? O Mestre respondeu, resoluto:
— A boa-vontade é nosso recurso de cada hora.
E, afagando os cabelos do discípulo inquieto, encerrou as preces da noite.
Livro: Jesus no Lar - Médium: Chico Xavier – Espírito: Néio Lúcio.
Fonte da imagem: Internet
João, no auge da curiosidade juvenil, compreendendo que se achava à frente de novos métodos de viver, tal a grandeza com que o Evangelho transparecia dos ensinamentos do Senhor, perguntou a Jesus qual a maneira mais digna de se portar o aprendiz, diante do próximo, no sentido de ajudar aos semelhantes, ao que o Amigo Divino respondeu, com voz clara e firme:
— João, se procuras uma regra de auxiliar os outros, beneficiando a ti mesmo, não te esqueças de amar o companheiro de jornada terrestre, tanto quanto desejas ser querido e amparado por ele.
A pretexto de cultivar a verdade, não transformes a própria existência numa batalha em que teus pés atravessem o mundo, qual furioso combatente no deserto; recorda que a maioria dos enfermos conhece, de algum modo, a moléstia que lhes é própria, reclamando amizade e entendimento, acima da medicação.
Lembra-te de que não há corações na Terra, sem problemas difíceis a resolver; em razão disso, aprende a cortesia fraternal para com todos.
Acolhe o irmão do caminho, não somente com a saudação recomendada pelos imperativos da polidez, mas também com o calor do teu sincero propósito de servir.
Fixa nos olhos as pessoas que te dirigirem a palavra, testemunhando-lhes carinhoso interesse, e guarda sempre a posição de ouvinte delicado e atencioso; não levantes demasiadamente a voz, porque a segurança e a serenidade com que os mais graves assuntos devem ser tratados não dependem de ruído.
Abstém-te das conversações improfícuas; o comentário menos digno é sempre invasão delituosa em questões pessoais.
Louva quem trabalha e, ainda mesmo diante dos maus e dos ociosos, procura exaltar o bem que são suscetíveis de produzir.
Foge ao pessimismo, guardando embora a prudência indispensável perante as criaturas arrojadas em negócios respeitáveis, mas passageiros, do mundo; a tristeza improdutiva, que apenas sabe lastimar-se, nunca foi útil à Humanidade, necessitada de bom ânimo.
Usa, cotidianamente, a chave luminosa do sorriso fraterno; com o gesto espontâneo de bondade, podemos sustar muitos crimes e apagar muitos males.
Faze o possível por ser pontual; não deixes o companheiro à tua espera, a fim de que te não seja atribuída uma falsa importância.
Agradece todos os benefícios da estrada, respeitando os grandes e os pequenos; se o Sol aquece a vida, é a semente de trigo que fornece o pão.
Deixa que as águas vivas e invisíveis do Amor, que procedem de Deus, Nosso Pai, atravessem o teu coração, em favor do círculo de luta em que vives; o Amor é a força divina que engrandece a vida e confere poder.
Façamos, sobretudo, o melhor que pudermos, na felicidade e na elevação de todos os que nos cercam, não somente aqui, mas em qualquer parte, não apenas hoje, mas sempre.
Silenciou o Cristo e, assinalando a beleza do programa exposto, o jovem apóstolo inquiriu respeitosamente:
— Senhor, como conseguirei executar tão expressivos ensinamentos? O Mestre respondeu, resoluto:
— A boa-vontade é nosso recurso de cada hora.
E, afagando os cabelos do discípulo inquieto, encerrou as preces da noite.
Livro: Jesus no Lar - Médium: Chico Xavier – Espírito: Néio Lúcio.
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sábado, 5 de novembro de 2011
O VALOR DO SERVIÇO
Filipe, velho pescador de Cafarnaum, enlevado com as explanações de Jesus sobre um texto de Isaías, passou a comentar a diferença entre os justos e injustos, de maneira a destacar o valor da santidade na Terra.
O Mestre ouviu calmamente, e, talvez para prevenir os excessos de opinião, narrou, com bondade: — Certo fariseu, de vida irrepreensível, atingiu posição de imenso respeito público.
Passava dias inteiros no Templo, entre orações e jejuns incessantes.
Conhecia a Lei como ninguém.
Desde Moisés aos últimos Profetas, decorara os mais importantes textos da Revelação.
Se passava nas ruas, era tão grande a estima de que se fizera credor, que as próprias crianças se curvavam, reverentes.
Consagrara-se ao Santo dos Santos e fazia vida perfeita entre os pecadores da época.
Alimentava-se frugalmente, vestia túnica sem mancha e abstinha-se de falar com toda pessoa considerada impura.
Acontece, todavia, que, havendo grande peste em cidade próxima de Jerusalém, um Anjo do Senhor desceu prestimoso, a socorrer necessitados e doentes, em nome da Divina Providência.
Necessitava, porém, das mãos diligentes de um homem, através das quais pudesse trabalhar apressado, em benefício de enfermos e sofredores.
Lembrou-se de recorrer ao santo fariseu, conhecido na Corte Celeste por seus reiterados votos de perfeição espiritual, mas o devoto se achava tão profundamente mergulhado em suas contemplações de pureza que não lhe sobrava o mínimo espaço interior para entender qualquer pensamento de socorro às vítimas da epidemia.
Como cooperar com o emissário divino, nesse setor, se evitava o menor contacto com o mundo vulgar, classificado, em sua mente, como vale da imundície?
O Anjo insistia no chamamento; contudo, a peste era exigente e não admitia delongas.
O mensageiro afastou-se e recorreu a outras pessoas amantes da Lei.
Nenhuma, entretanto, se julgava habilitada a contribuir.
Ninguém desejava arriscar-se.
Instado pelas reclamações do serviço, o Enviado de Cima encontrou antigo criminoso que mantinha o propósito de regenerar-se.
Através dos fios invisíveis do pensamento, convidou-o a segui-lo; e o velho ladrão, sinceramente transformado, não hesitou.
Obedeceu ao doce constrangimento e votou-se sem demora, com a espontaneidade da cooperação robusta e legítima, ao ministério do socorro e da salvação.
Enterrou cadáveres insepultos, improvisou remédios adequados à situação, semeou o bom ânimo, aliviou os aflitos, renovou a coragem dos enfermos, libertou inúmeras criancinhas ameaçadas pelo mal, criou serviços de consolação e esperança e, com isso, conquistou sólidas amizades no Céu, adiantando-se de surpreendente maneira, no caminho do Paraíso.
Os presentes registraram a pequena história, entre a admiração e o desapontamento e, porque ninguém interferisse, o Senhor comentou, em seguida a longo intervalo:
— A virtude é sempre grande e venerável, mas não há de cristalizar-se à maneira de jóia rara sem proveito.
Se o amor cobre a multidão dos pecados, o serviço santificante que nele se inspira pode dar aos pecadores convertidos ao bem a companhia dos anjos, antes que os justos ociosos possam desfrutar o celeste convívio.
E reparando que os ouvintes se retraíram no grande silêncio, o Senhor encerrou o culto doméstico da Boa Nova, a fim de que o repouso trouxesse aos companheiros multiplicadas bênçãos de paz e meditação, sob o firmamento pontilhado de luz.
Livro: Jesus no Lar - Médium: Chico Xavier – Espírito: Néio Lúcio.
Fonte da imagem: Internet
Filipe, velho pescador de Cafarnaum, enlevado com as explanações de Jesus sobre um texto de Isaías, passou a comentar a diferença entre os justos e injustos, de maneira a destacar o valor da santidade na Terra.
O Mestre ouviu calmamente, e, talvez para prevenir os excessos de opinião, narrou, com bondade: — Certo fariseu, de vida irrepreensível, atingiu posição de imenso respeito público.
Passava dias inteiros no Templo, entre orações e jejuns incessantes.
Conhecia a Lei como ninguém.
Desde Moisés aos últimos Profetas, decorara os mais importantes textos da Revelação.
Se passava nas ruas, era tão grande a estima de que se fizera credor, que as próprias crianças se curvavam, reverentes.
Consagrara-se ao Santo dos Santos e fazia vida perfeita entre os pecadores da época.
Alimentava-se frugalmente, vestia túnica sem mancha e abstinha-se de falar com toda pessoa considerada impura.
Acontece, todavia, que, havendo grande peste em cidade próxima de Jerusalém, um Anjo do Senhor desceu prestimoso, a socorrer necessitados e doentes, em nome da Divina Providência.
Necessitava, porém, das mãos diligentes de um homem, através das quais pudesse trabalhar apressado, em benefício de enfermos e sofredores.
Lembrou-se de recorrer ao santo fariseu, conhecido na Corte Celeste por seus reiterados votos de perfeição espiritual, mas o devoto se achava tão profundamente mergulhado em suas contemplações de pureza que não lhe sobrava o mínimo espaço interior para entender qualquer pensamento de socorro às vítimas da epidemia.
Como cooperar com o emissário divino, nesse setor, se evitava o menor contacto com o mundo vulgar, classificado, em sua mente, como vale da imundície?
O Anjo insistia no chamamento; contudo, a peste era exigente e não admitia delongas.
O mensageiro afastou-se e recorreu a outras pessoas amantes da Lei.
Nenhuma, entretanto, se julgava habilitada a contribuir.
Ninguém desejava arriscar-se.
Instado pelas reclamações do serviço, o Enviado de Cima encontrou antigo criminoso que mantinha o propósito de regenerar-se.
Através dos fios invisíveis do pensamento, convidou-o a segui-lo; e o velho ladrão, sinceramente transformado, não hesitou.
Obedeceu ao doce constrangimento e votou-se sem demora, com a espontaneidade da cooperação robusta e legítima, ao ministério do socorro e da salvação.
Enterrou cadáveres insepultos, improvisou remédios adequados à situação, semeou o bom ânimo, aliviou os aflitos, renovou a coragem dos enfermos, libertou inúmeras criancinhas ameaçadas pelo mal, criou serviços de consolação e esperança e, com isso, conquistou sólidas amizades no Céu, adiantando-se de surpreendente maneira, no caminho do Paraíso.
Os presentes registraram a pequena história, entre a admiração e o desapontamento e, porque ninguém interferisse, o Senhor comentou, em seguida a longo intervalo:
— A virtude é sempre grande e venerável, mas não há de cristalizar-se à maneira de jóia rara sem proveito.
Se o amor cobre a multidão dos pecados, o serviço santificante que nele se inspira pode dar aos pecadores convertidos ao bem a companhia dos anjos, antes que os justos ociosos possam desfrutar o celeste convívio.
E reparando que os ouvintes se retraíram no grande silêncio, o Senhor encerrou o culto doméstico da Boa Nova, a fim de que o repouso trouxesse aos companheiros multiplicadas bênçãos de paz e meditação, sob o firmamento pontilhado de luz.
Livro: Jesus no Lar - Médium: Chico Xavier – Espírito: Néio Lúcio.
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