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terça-feira, 15 de junho de 2021

Oferecer a Outra Face

- Amanhã ele me paga! Não vai ficar assim! Que idiota eu sou! Por que não bati nele?

Júnior chegou gritando em casa, furioso. Certo de que a vingança era a melhor solução, começou a planejar o que faria no dia seguinte... Afinal, achava que as coisas não podiam ficar assim...

Seu pai, que havia percebido o desequilíbrio do garoto, puxou assunto, perguntando o que havia acontecido na escola.

Junior contou, então, que tinha sido agredido por Daniel, durante um jogo.

O pai deixou o garoto desabafar, falando sobre humilhação, orgulho ferido e vontade de pagar na mesma moeda.

- Você já pensou que se der o troco, Daniel pode se sentir injustiçado, e entender que a sua reação foi exagerada, e querer vingança? Violência gera violência, meu filho.

Sem entender, Júnior perguntou:

- Como assim? Estou no meu direito de devolver o que ele me fez!

- Só porque alguns acham que violência é o caminho, não significa que essa seja a melhor atitude. Perante uma ofensa, três condutas são possíveis: reagir com mais violência, fugir ou oferecer a outra face.

- Mas, se eu não der o troco, vou passar por covarde...

- Será? Quem pensa assim não sabe que revidar é continuar a briga. O que você ganha com isso? Mais ódio. Muitas brigas são motivadas por pouca coisa, ou por coisas sem sentido, mas que crescem com o calor da discussão. Lembra do ditado: Olho por olho...? Assim todo mundo acabará cego!

Júnior conhecia o ditado, e achava correto devolver na mesma moeda. Mas a conversa estava fazendo com que ele percebesse a situação de uma maneira diferente.

- Fugir também não é a solução ideal, continuou o pai, porque transfere o ódio para uma situação futura. Muitos acham que violência é apenas socos e o uso de armas, mas a violência abrange muito mais: palavras e gestos podem ser violentos, e também os palavrões, que são lixo puro, jogado da boca de quem fala.

Isso Junior já sabia. Há muito tempo que ele não dizia palavrão. E não gostava que falassem desse jeito perto dele. Ele queria agora saber sobre “oferecer a outra face”:

- Deixar ele bater nos dois lados da minha cara? E ficar imóvel? Nem pensar!

- Não, não é nada disso. Oferecer a outra face é mostrar que as coisas podem ser resolvidas de uma maneira diferente: respeitar a opinião do outro, entender seus valores, compreender suas ações, perdoar a atitude desequilibrada. Quem sabe o Daniel não teve realmente a intenção de te humilhar, e tudo não passou de um mal-entendido?

Aos poucos Júnior foi entendendo que a violência do mundo nasce na intimidade de cada um e que cada indivíduo é responsável por suas ações de violência ou de paz. O pai explicou, ainda, que o oposto da violência é a mansuetude. E que para ser manso, é necessário aprender a agir, ao invés de reagir, através de atitudes de paz, compreensão e tranquilidade. Júnior achou difícil, mas prometeu a si mesmo que iria conversar com Daniel sobre o ocorrido, oferecendo, assim, a outra face, a face do entendimento e da amizade.


Claudia Schmidt

Fonte da imagem: Internet Google.
 

terça-feira, 1 de junho de 2021

Noite do Pijama

Pedro e João eram amigões da escola! Eles adoravam brincar juntos, jogar bola, correr, colorir desenhos e conversar. Um dia Pedro convidou João para dormir na sua casa depois da aula, pois ele iria fazer uma noite do pijama.

João achou a ideia do amigo fantástica e pensou: - Nossa!! Como a família do Pedro é legal! Deixam ele fazer noite do pijama em casa!

Embora nunca tivesse participado de uma noite assim, João chegou em casa muito empolgado depois da aula e perguntou aos seus pais se poderia ir dormir na casa do colega no dia seguinte. Como foi autorizado, correu arrumar sua mochila e, feliz que estava com a novidade, ficou fazendo muitos planos.

Chegou o momento de ir pra casa do amiguinho. A mãe de Pedro levou os meninos pra casa depois da aula e, sem demora, os dois foram brincar no quintal, onde se divertiram muito.

Depois jogaram bola, brincaram de se esconder e a todo o momento João pensava que a casa de Pedro era muito mais divertida que a sua, os brinquedos do colega pareciam muito mais legais do que os seus! Achou até que os pais do amigo eram mais bonzinhos que os seus:

- Acho que eu vou querer ficar aqui nessa casa pra sempre! - pensou.

Após muito se divertirem, tomaram banho, jantaram e chegou a hora de ir pra cama.

O papai de Pedro montou um acampamento no quarto para os meninos dormirem. Logo que deitaram, Pedro pegou no sono, estava cansado. João achou estranho deitar sem a mamãe lhe dar um beijo de boa noite e fazer uma prece com ele. Também sentiu falta de ouvir uma historinha, o que sempre acontecia na sua casa. Logo começou a se revirar no colchão, e sem conseguir pegar no sono, ficou lembrando de sua caminha, de sua maninha Gabi, que às vezes lhe incomodava nas brincadeiras, mas agora lhe fazia falta! Estava com saudade da sua casa e sua família!

João começou a chorar baixinho. Passou um tempo, e a mamãe de Pedro o ouviu e veio até o quarto.

- O que houve querido? Por que está chorando? - perguntou a mãe de Pedro.

- É que eu achei que aqui era a melhor casa do mundo, mas agora eu vi que eu gosto mais da minha casa e não estou conseguindo dormir aqui!

Então a mãe de Pedro explicou amorosamente para o menino:

- Claro João, você tem razão, o melhor lugar pra gente estar é na nossa casa com a nossa família. A família que Deus nos deu de presente! Você só vai ficar uma noite aqui e amanhã voltará pra sua casa. Eu ficarei aqui até você pegar no sono, não se preocupe! É normal estranhar quando estamos longe de casa.

João ficou mais aliviado e confiante. Logo conseguiu dormir, pensando que aprendeu a importante lição de que nenhuma casa ou família é melhor ou pior que a outra, elas são apenas diferentes!

Carina Fiorim Comerlato

Fonte da imagem: Internet Google.