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sexta-feira, 15 de março de 2024

O Sapo Sabido

Quac era um sapo muito sabido e todos o admiravam pela sua inteligência e sabedoria.

Na lagoa onde residia, era ele quem ensinava outros sapos e rãs, fazendo às vezes de professor.

Mas, justamente por ser sábio, havia aqueles que tinham inveja dele e desejavam o seu mal.

Croc era um desses. Orgulhoso e egoísta, sentia-se enciumado toda vez que seus irmãos, os outros sapos, demonstravam afeição por Quac, pois não admitia que ninguém fosse melhor do que ele.

Por isso, resolveu dar-lhe uma lição.

Croc sabia que no tronco de certa árvore, um pouco distante da lagoa, habitava uma serpente.

Certo dia convidou Quac para darem um passeio e, perto da árvore onde sabia morar a serpente, parou e disse:

— Ali no tronco daquela árvore existem minhocas muito apetitosas.

Aos pulos, Quac para lá se dirigiu e, qual não foi sua surpresa quando, de dentro do buraco, surgiu uma cobra de cabeça erguida e de língua de fora, pronta para dar o bote.

Ele levou um susto danado! Deu um pulo para o lado e escapou por pouco, desaparecendo no meio do mato.

Croc ficou muito decepcionado porque o sábio Quac escapou do bote da serpente.

Alguns dias depois, Quac andava procurando comida pela mata, quando viu alguns homens que, munidos de faroletes e redes, dirigiam-se para a lagoa. Eram caçadores de rãs. Esperavam a noite cair para, sem piedade, dizimarem seus irmãos sapos.

Rapidamente, aos pulos, Quac voltou para a lagoa e, encontrando Croc, avisou-o do perigo que estava correndo, e notificou também os outros do grupo, alertando-os para que se escondessem o mais depressa possível.

E assim eles fizeram, escondendo-se bem. Em pouco tempo os homens chegaram e não encontraram nenhuma rãzinha.

Procuraram... procuraram... mas as rãs tinham sumido, então os caçadores foram embora muito irritados por não terem conseguido caçar nada.

Aliviados, os sapos saíram de seus esconderijos e comemoraram a vitória, agradecendo ao querido Quac por salvar suas vidas.

Croc estava pensativo. Aproximando-se de Quac, perguntou por que ele os alertara do perigo, especialmente ele, Croc, quando teria sido mais fácil fugir, abandonando-os à própria sorte.

Arregalando os grandes olhos, Quac respondeu:

— Porque eu aprendi que devemos fazer aos outros o que desejamos que os outros nos façam!

Croc meditou sobre estas palavras e sentiu-se envergonhado da atitude que tivera.

Pediu perdão a Quac, afirmando:

— Você é realmente um grande sábio e muito bom também. Agora compreendo porque todos o admiram.

E, a partir desse dia, tornaram-se verdadeiros amigos e a paz voltou a reinar na lagoa.

Autoria: Célia Xavier Camargo
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

sexta-feira, 1 de março de 2024

O Remédio

Dentre todos os garotos da vizinhança, Juquinha era o mais levado.

Cheio de energia, estava sempre inventando algo para fazer.

Quando não estava no telhado da casa, arriscando-se a cair e quebrar o pescoço, ele estava em cima do muro do vizinho mexendo com as pessoas que passavam na rua.

Gostava também de apanhar, às escondidas, frutos no pomar do senhor José. De outras vezes, ele subia nas árvores arrancando dali ninhos de pobres aves indefesas, destruindo-os depois, pelo simples prazer de destruir.

Os garotos da rua o temiam e muitos não brincavam com ele para evitar brigas e encrencas.

A mãe de Juquinha dava-lhe sempre bons conselhos, mas ele ria, e saía de perto sem lhe atender aos apelos.

Dona Joana tentava fazer com que Juquinha se interessasse em mudar de vida, e explicava-lhe que não devia agir de maneira maldosa, causando confusão e inimizades.

Quando era dia do Evangelho no Lar, dona Joana procurava atrair Juquinha para a reunião singela, ciente de que as preces e leituras das passagens evangélicas poderiam auxiliar poderosamente na mudança de atitudes do filho, mas qual nada!...

Juquinha alegava obrigações inadiáveis e fugia ao convívio carinhoso da família.

Triste, dona Joana elevava o pensamento em prece e, com o coração repleto de emoção, suplicava a ajuda de Jesus. Não desejava que seu filho persistisse no mal e temia, com justa razão, que com o passar do tempo, ele se tornasse cada vez pior.

Sabia que, se não conseguisse incutir nele ideias sadias de amor, trabalho, devotamento, respeito, piedade, etc., enquanto ainda era um garoto, depois seria mais difícil.

E atendendo às súplicas do seu coração generoso, a resposta do Alto não se fez esperar.

Certo dia, enquanto fugia do proprietário de uma chácara aonde fora roubar frutas, Juquinha caiu do muro, fraturando um osso da perna.

Como consequência, ele, que nunca parava em casa e estava sempre inventando alguma arte, foi obrigado a permanecer preso a uma cadeira de rodas sem poder caminhar por quarenta dias.

E, quando Juquinha reclamava da inatividade forçada, dona Joana respondia-lhe com um sorriso:

— Tenha paciência, meu filho. Este foi o remédio que Deus encontrou para que você pudesse dar um novo rumo à sua vida e repensar suas atitudes.

E, com um suspiro aliviado, completava satisfeita:

— Podia ser pior!...

Autoria: Célia Xavier Camargo
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.