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quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Camilinha


Camilinha era uma menina muito apressada que gostava de "tudo do seu jeito". Normalmente isso queria dizer "de jeito nenhum", ou seja, tudo bagunçado.

A vida de Camilinha era uma loucura! Quando ela fazia seus deveres de noite, não arrumava a mochila, deixando a mesa cheia de papéis, cadernos, lápis, e, às vezes, até tintas e macinha!

No outro dia, quando ela acordava para ir à escola, era aquela correria: sua mãe tinha que arrumar toda sua mochila para colocar a mesa do café da manhã. Enquanto isso, quando Camilinha acordava, jogava a camisola no chão e ia pegar a roupa da sua escola. Não era obrigado ir de uniforme na escola da Camilinha, e ela era muito indecisa. Então, cada roupa que ela pegava para vestir e não vestia ficava jogada no armário de qualquer jeito.

Depois, claro, a mãe de Camilinha arrumava tudo para ela.

Na escola também era a maior confusão. Camilinha era muito boa aluna, mas nem sempre encontrava os trabalhos, e já perdera pontos uma vez, porque entregara um dever todo amassado.

Um dia, a mãe dela se sentiu muito cansada e decidiu dar um basta naquilo. Esperou Camilinha chegar da escola e chamou-a para conversar.

- Minha filha - disse ela - não é certo assim: você vive bagunçando tudo e eu vivo arrumando atrás. Você precisa aprender a colocar as coisas no lugar. Eu não tenho todo o tempo para arrumar suas coisas e, além do mais, se você arrumar, você vai encontrar mais fácil.

- Mas daquele jeito, bagunçado, é o meu jeito de arrumar, mamãe!

- Disse ela, rapidamente.

- Mas se eu não arrumar para você, você não vai encontrar o que quer. Você diz que daquele jeito está bom, porque eu sempre estou arrumando para você.

- Não é não, mamãe. Se a senhora não pode mais desfazer minha bagunça, não se preocupe, porque eu sei exatamente onde fica tudo.

Desde aquele dia as coisas mudaram para Camilinha. Era ela que tinha que arrumar sua mochila todos os dias de manhã, se não, não ia para a escola. Algumas vezes, tinha de pedir emprestado alguma coisa para um amiguinho, porque descobria que aquilo de que ia precisar tinha ficado esquecido em cima da mesa. Mas o armário.... Ah, o armário era uma outra história...

Um dia, todos os amigos de Camilinha foram convidados para irem a uma festa. Na hora de se arrumar para a festa, Camilinha se viu diante do seu armário todo bagunçado, as roupas umas por cima das outras, jogadas ali dentro. Foi muito difícil para Camilinha encontrar a roupa que ia usar, mas o pior aconteceu quando ela foi procurar os sapatos.

Nada de encontrar os sapatos. A mãe de Camilinha a tudo assistia. Sentia pena dela, mas estava decidida a não fazer nada para ajudar, para que Camilinha aprendesse que não podia ser tão bagunceira assim.

Depois de muito custo, ela encontrou os sapatos, que estavam embaixo das roupas de frio, e foi para a festa.

Foi a última a chegar e perdeu a maioria das coisas gostosas de comer.

Desde aquele dia, entretanto, ela aprendeu que não podia deixar tudo tão desorganizado. Aprendeu a respeitar sua mãe e não deixá-la ainda mais sobrecarregada e, daí por diante, foi bem mais feliz.

Fonte: CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo.
Fonte da imagem: Internet Google.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

As respostas de Joãozinho


Numa linda manhã de primavera, Joãozinho e sua mãe estavam sentados na varanda, ao lado da janela aberta para o jardim.

Enquanto a mãe costurava, Joãozinho folheava um livro de gravuras. De repente, mamãe, olhando para o céu, exclamou:

- Olhe, Joãozinho, veja como está lindo o céu! As nuvens parecem lírios brancos num imenso lago azul!

- Está lindo mesmo! – disse Joãozinho – mas acho que as nuvens parecem barquinhos de velas brancas. Veja aquelas, mãe, tão longe, tão pequeninas... Não parecem carneirinhos?

Dona Laura sorriu ante as comparações do filho. E, concordando com ele, acrescentou:

- Repare como o vento faz com que elas movimentem.

- E que o vento é o pastor das ovelhinhas do céu, mãe! – concluiu o menino.

Dona Laura achou interessante a conclusão de Joãozinho e, muito entusiasmada, convidou:

- Ouça – disse mamãe, de repente – ouça como canta o passarinho.

O esperto garoto respondeu:

- É um Bem-te-vi, mãe. Repare como ele diz: bem-te-vi! Engraçado!

Como pode ser assim tão igual?

E os dois ficaram ouvindo o Bem-te-vi, cantar.

- Parece tão alegre! – comentou Joãozinho – Com certeza ele gosta do nosso jardim.

Mamãe sorriu novamente, com as apreciações de Joãozinho. E, para não ficar atrás, acrescentou, brejeira:

- O sol parece também muito alegre. Vamos ver quantas coisas alegres podemos encontrar neste dia tão lindo que Deus criou para nós.

E apontando os canteiros cheinhos de flores, perguntou:
- Quantas cores você pode contar ali, meu filho?

- Roxo, amarelo, azul, laranja... Quatro mamãe.

Dona Laura reclamou:

- Falta ainda uma: o vermelho. Olhe aquela rosa do outro lado. Não parece sorrir? Quantas coisas lindas estamos encontrando! Coisa que Deus criou.

Joãozinho, enumerou em seguida:

- Nuvens brancas, céu azul, o canto dos pássaros, flores coloridas e perfumadas...

- E o sol, as arvores, a grama verde – acrescentou mamãe – Na verdade, Deus tem feito coisas lindas para nós!

- Como Deus é bom, mamãe! – exclamou de repente o menino – Mas como é Deus? ... Eu nunca vi Deus! Naquele momento, um vento suave começou a soprar no jardim. Dona Laura perguntou:

- Sentes o vento, meu filho?

- Ora! Sinto, mamãe!

- Podes vê-lo?

- Não! – respondeu ele um pouco surpreso. – Nem eu, nem ninguém pode ver o vento.

Mamãe sorriu e continuou, com os olhos alegres.

- Mas você nota o que o vento faz?

- Claro! ... Ele balança as flores e as folhas, está em todos os lugares, e passa por nós com um arzinho tão gostoso.

Dona Laura achou graça e continuou:

- Você tem cada ideia... Mas é isso mesmo. Não podemos ver o vento, mas sabemos que ele está em toda parte e sentimos sempre a sua presença, logo...

Mamãe não completou a frase, pois, Joãozinho, muito esperto, disse depressa:

- Já sei! Já adivinhei tudo. A gente não vê Deus, não sabe como é ..., mas a gente sabe que Ele é bom, que está em toda parte e que fez todas as coisas lindas que vemos hoje.

- Não só as que vemos hoje, mas muitas outras nos falam do amor e da proteção de Deus. – acrescentou Dona Laura, toda comovida.

E Joãozinho, todo importante, concluiu:

- Ora, nós não precisamos ver Deus, para sabermos que Ele nos ama muito, muito, não é mamãe?

Foi então que alguém gritou, da janela da varanda.

- Bravos! Bravos! ... Você é mesmo um pequeno sabichão!

- Papai! - Gritou Joãozinho correndo – Papai já chegou!

E muito alegre, entrou em casa para abraçar o pai.

Fonte: CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo.
Fonte da imagem: Internet Google.