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segunda-feira, 15 de abril de 2024

O Cavalinho Insatisfeito

Apesar de morar numa linda cocheira cheia de conforto, o cavalinho estava sempre insatisfeito.

Tinha um grande campo verde para cavalgar e brincar com seus amigos, onde não lhe faltava erva tenra e macia para sua alimentação e água pura e límpida para beber num regato próximo.

E quando a noite chegava, recolhia-se à cocheira, onde um monte de capim novo e seco lhe servia de leito, enquanto pela janela aberta podia ver as estrelas brilhando no céu, lá longe.

João, um servidor amigo, banhava-o regularmente, escovando seu pelo com cuidado e deixando-o brilhante e sedoso.

Ainda assim, não estava contente e passava o tempo a reclamar da vida.

Reclamava de ter que levantar cedo, da grama que não estava bem verde e macia, da água que alguém turvara, do colchão de capim duro.

Quando o empregado vinha banhá-lo, reclamava que a água estava muito fria, e a escova, muito dura, o machucava.

Certo dia, quando João chegou sorridente para tratá-lo, encontrou-o ainda com humor pior do que nos outros dias. Sem querer, o empregado descuidou-se e o balde com água caiu sobre a pata do cavalo.

Imediatamente, o animal reagiu, irritado, dando um coice no coitado do servidor, dizendo com maus modos:

— Desastrado!

Caindo de mau-jeito, o rapaz não conseguiu se levantar, gritando por socorro.

Quando vieram acudi-lo, vendo-o no chão, indagaram:

— O que houve, João?

Gostando realmente do cavalinho e não desejando que fosse punido, respondeu:

— Não foi nada. Caí e machuquei a perna.

Levado a um hospital, constataram que João fraturara um osso de uma perna e seria preciso engessá-la. Durante um mês teria que fazer repouso e não poderia trabalhar.

No dia seguinte, outro empregado foi encarregado de cuidar dos animais, substituindo João em suas funções.

Sendo muito preguiçoso, o novo empregado não se preocupava com nada. Esquecia de soltar os animais para passear no campo, não trocava a água dos bebedouros, não tirava o capim velho substituindo por novo e não gostava de dar banho, deixando-os sujos e malcheirosos.

Como o cavalinho reclamasse do tratamento que lhes estava sendo dispensado, pois vivia cheio de moscas, ainda recebeu algumas chibatadas no lombo, que o deixaram ferido.

Assustado, visto que nunca tinha apanhado, o cavalinho ficou com medo e nunca mais reclamou de nada.

Lembrava-se, porém, com profunda saudade do servidor amigo que os tratava sempre com bondade e nunca lhes deixara faltar nada. À noite, sozinho, olhando as estrelas, ele chorava de tristeza em seu leito sujo e malcheiroso.

Quando João retornou, após os trinta dias, foi com um relincho feliz que o recebeu. O cavalinho encostou a cabeça em seu peito, satisfeito pela volta do amigo.

O empregado estranhou a atitude carinhosa do animal, antes tão mal-humorado, e se condoeu do seu aspecto, pois perdera o ar altivo, mantendo a cabeça baixa; estava todo sujo e seu pelo ferido sangrava, mordido pelos insetos que assentavam em seu corpo, atraídos pela sujeira.

Cheio de compaixão, abraçou o cavalinho que suspirou feliz. Em seguida lavou-o, cuidou das feridas e escovou o pelo que readquiriu, em parte, o aspecto brilhante e sedoso. Quando acabou, olhou o animal, exclamando:

— Pronto. Agora você já está com melhor aspecto!

O cavalinho, que tivera muito tempo para pensar durante aqueles trinta dias, falou-lhe comovido, demonstrando humildade:

— Agradeço seu cuidado e atenção. Foi preciso que eu sofresse para saber valorizar sua amizade. Agora compreendo como fui rude e malcriado com você, e como foi bom para mim. Perdoe-me o coice que lhe dei. Isso nunca mais acontecerá.

Fez uma pausa e, fitando o amigo com os olhos úmidos de emoção, concluiu:

— Aprendi que é preciso saber agradecer tudo o que temos. Deus me deu uma vida boa onde nada me faltava, no entanto eu vivia insatisfeito com tudo. Foi preciso que as coisas piorassem para que eu pudesse perceber como era feliz. Entendi, também, que é preciso saber respeitar os outros se desejamos ser respeitados.

Autoria: Célia Xavier Camargo
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

segunda-feira, 1 de abril de 2024

Páscoa

Olá, meu amiguinho!

Chegamos ao domingo de Páscoa! É um dia muito feliz porque logo lembramos de presentes, de coelhinhos e de ovos de chocolate! Contudo, a verdadeira Páscoa não é nada disso.

Você sabe o que representa a Páscoa?

Originalmente, a Páscoa é uma festa anual dos hebreus, que comemoram a saída do seu povo do cativeiro no Egito.

Muito tempo depois, tornou-se uma festa anual dos cristãos, porque foi exatamente na Páscoa judaica que Jesus foi preso, julgado e condenado a morrer na cruz, entre dois ladrões. Era sexta-feira.

No domingo, Maria Madalena e outras duas mulheres, levando aromas e ervas para embalsamar o corpo de Jesus, foram até o túmulo e o encontraram vazio. Depois, Maria Madalena viu Jesus e conversou com ele, compreendendo que ele tinha ressuscitado.

Então, em memória de Jesus, que retornou em espírito e verdade após a sua morte, os cristãos passaram a comemorar a Páscoa.

Esse fato, conhecido como a ressurreição de Jesus, é dos acontecimentos mais importantes e decisivos, pois representa a prova da imortalidade da alma, que o Cristo tanto havia pregado.

Quanto ao costume de presentear com ovos, vem dos tempos antigos, quando os pagãos celebravam a volta da primavera oferecendo uns aos outros ovos de galinha, pintados de cores vivas, hábito que ainda existe em certos países.

E o que é que o coelho tem com isso?

Muitos povos têm o coelho como símbolo da fertilidade, representando a renovação da vida, assim como o próprio ovo.

E os ovos de chocolate, tão gostosos?

Para incentivar as vendas no período que antecede à Páscoa, alguém uniu o útil ao agradável. Inventou os ovos de chocolate, que os comerciantes passaram a vender com grande sucesso.

Podemos ganhar e comer ovos de chocolate, sem culpa. Não podemos nos esquecer, porém, de que o significado da Páscoa é muito importante para nós, cristãos.

Neste domingo de Páscoa, então, vamos nos lembrar de Jesus, agradecendo a ele pela sua vida, pelo exemplo que nos deixou e pelo seu Evangelho, que é luz em nossas almas.

Autoria: Célia Xavier Camargo
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.