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sábado, 30 de setembro de 2017

A SERRA

Quando eu era menina, uns tios e seus filhos vieram residir na casa de meus pais.

Minha prima e eu costumávamos discutir continuamente enquanto nos desobrigávamos das tarefas da casa.

Como eu era a mais velha, tinha a pretensão de querer ensinar-lhe a fazer as menores coisas, o que, é claro, a contrariava.

Um dia, depois de ter assistido a uma dessas cenas, nosso avô levou-nos ao fundo do quintal, onde havia uma pilha de lenha.

A seguir, apanhando o mais grosso dos tocos de madeira disse-nos em tom sério, porém sem nenhuma zanga:

- O toco deve ficar no meio. Vocês apanhem a serra, cada uma de um lado e comecem a serra-lo!

Ficamos ambas atônitas, mas imediatamente obedecemos. A serra era uma dessas comuns no campo, acionada por duas pessoas que ora empurram, ora puxam.

Comecei a serrar, o mais depressa que podia, mais uma vez desejosa de provar que minha prima não era capaz de fazer o mesmo.

Mas, a cada vez que eu empurrava a serra para trás, mais depressa do que ela, a lâmina metálica se curvava e eu perdia o equilíbrio.
Percebi então que, serrando à mesma velocidade que ela e sempre com força igual, o trabalho progredia melhor.

Estávamos mortas de cansaço quando terminamos o trabalho, porém tínhamos sincronizado perfeitamente os nossos movimentos.

Vovô aplaudiu quando o toco se abriu em dois pedaços e nos explicou sorrindo:

- Vocês conseguiram levar a bom termo a tarefa e nisso não existe nenhum mérito. É que vocês trabalharam em harmonia. Quando tiverem um trabalho a fazer lembrem-se de que, trabalhando juntas e com esforço igual, tudo se tornará mais fácil e mais rápido.

Nunca pude me esquecer daquilo. E como, na vida, a maioria das tarefas que nos cabem envolvem outras pessoas, eu me lembro daquele toco e procuro aplicar mais uma vez, com alegria e bom humor, a lição da harmonia.


Obra: Para o Resto da Vida - Wallace Leal V. Rodrigues.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

A Serpente e o Vaga-lume

Conta a lenda que uma vez uma serpente começou a perseguir um vaga-lume.

Este fugia rápido, com medo da feroz predadora e a serpente nem pensava em desistir.

Fugiu um dia e ela não desistia, dois dias e nada... No terceiro dia, já sem forças o vaga-lume parou e disse a cobra:

- Posso lhe fazer três perguntas?

- Não costumo abrir esse precedente para ninguém, mas já que vou te devorar mesmo, pode perguntar...

- Pertenço a sua cadeia alimentar?

- Não.

- Eu te fiz algum mal?

- Não.

- Então, por que você quer acabar comigo?

- Porque não suporto ver você brilhar...

Moral da historia:

Lembra-se que mau não suporta a Luz, ele odeia a claridade, e as pessoas que tem um espirito iluminado, uma luz do Espirito Santo e é rodeada a todo momento por pessoas que querem nos derrubar em todos momentos, essas são as nossas pequenas pedras que devemos contornar, mas não esquecer que Jesus Cristo morreu na cruz para nos salvar e ele a todo momento foi humilhado, mas sempre nos amou de qualquer jeito. Mesmo com as nossas dificuldades da vida, vamos ser esse vaga-lume, por que Deus está no comando em todos momentos. Tenha sempre Fé.


Fonte texto: Cvdee – Autor Desconhecido – Imagem: Internet Google.

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

A SALADA

Lena é esta garotinha simpática que vocês estão vendo, com laço de fita nos cabelos, brincando com sua amiguinha Tita.

Tita é filha da senhora que, há muitos anos, faz faxina na casa de Lena, e ela tem quatro irmãozinhos, diferentes de Lena, que é filha única.

Como é bem difícil sustentar uma família grande, a mamãe de Lena sempre ajuda a mamãe de Tita, dando algumas roupas para as crianças, material escolar, e a própria Tita aproveita alguns vestidos que a Lena, por algum motivo, não usa mais.

Talvez o fato de Tita ser pobre, ou quem sabe por não ter uma aparência tão bonita quanto a de Lena, esta, embora seja sua amiga, a trata com ares de superioridade. Em todas as brincadeiras, a parte de Tita é sempre a mais pesada; Lena sempre é a chefe, a quem manda, a princesa...

A mamãe de Lena, observando que sua filha não tratava Tita com igualdade, com fraternidade, ficou preocupada. Ela não queria que Lena crescesse com preconceitos.

Quem sabe o que é preconceito?

É, por exemplo, quando julgamos as pessoas pela aparência, pela cor, pela religião, etc, achando que só os bonitos, bem vestidos, branquinhos, ricos, são bons, são educados. E isto é muito errado!... E, é claro, que a mamãe de Lena não queria que sua filha fosse uma pessoa preconceituosa. Resolveu, então, fazer uma coisa... Que será que a mamãe de Lena fez?

Um dia, chamou à cozinha as duas meninas, que estavam brincando no quarto de Lena.

- Crianças – disse ela – sei que vocês gostam muito de salada de fruta com sorvete, não é?

- Oba, mãe, você vai dar salada com sorvete pra gente? – gritou Lena. Eu quero o meu potinho bem cheio, e o que sobrar pode dar para a Tita. Mamãe olhou muito séria para Lena.

Vocês sabem por quê?

- Calma, calma – continuou mamãe – se querem salada de fruta têm que me ajudar a fazê-la!

- Nós ajudamos, mamãe – falou Lena – enquanto eu apanho a saladeira, a Tita pega as frutas e vai descascá-las. E vai jogar as cascas no lixo direitinho, viu Tita?

Mais uma vez, mamãe olhou muito séria para Lena. Sabem por quê?

- As duas vão pegar os potes e lavá-los. Eu descasco e corto as frutas, pois mexer com facas é perigoso.

Tendo lavado logo os potinhos, as meninas foram ver a mamãe preparar a salada.

- Uai, mãe, por que você só está cortando maçã? - falou Lena. E as outras frutas?

- Engraçado, minha filha, eu pensei que você só desse importância ao que fosse bonito, caro...

- Mas, mãe, salada de uma fruta só?...

- Veja: as bananas têm amassadinhos; as uvas são daquelas pretinhas, bem pequenas; o mamão está com uma cara engraçada, meio torto...

- Mas são gostosos, mãe!... A gente tira os amassadinhos; as uvas pretinhas são docinhas... E que importância tem o mamão estar torto, se ele estiver docinho? – argumentou a menina.

Que bom que você pensa assim, filhinha! Pelo jeito que você trata as pessoas que são diferentes de você, até cheguei a imaginar que julgava pela aparência...

Realmente, no reino das pessoas, como no reino das frutas, existem diferenças, o que não quer dizer que a cor, o tamanho, a riqueza, possam fazer melhor ou pior...

Lena imediatamente compreendeu que mamãe falava de Tita, e para provar que aprendera a lição, abraçando a amiguinha, falou:

- Mamãe, vamos fazer a salada com todas as frutas. Depois você dividirá a salada e o sorvete em partes iguais para Tita e para mim! .


Fonte: apostila da Aliança Municipal Espírita de Juiz de Fora (AME-JF)