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domingo, 15 de março de 2020

MINA E CELMA


Mina e Celma descendiam de famílias que imigraram para o Brasil. Foram amigas nos dias da infância, mas se tornaram adultas, casaram-se e nunca mais se encontraram.

Depois de transcorridos muitos anos, certa tarde Mina foi visitar uma amiga. Como houvesse se demorado mais do que o previsto, fez parar um taxi e tomou caminho de volta. Notou que ao volante estava uma mulher e pôs-se a conversar com ela.

Ambas notaram algo de familiar entre as duas e finalmente reconheceram-se. Celma, simples, porém autêntica; e Mina, sofisticada, presunçosa e toda superficial.

Notando que Celma era a mesma pessoa ingênua, articulou um plano para vê-la humilhada ao seu lado. Convidou-a para um chá íntimo e ela credulamente aceitou. No horário estabelecido, Celma compareceu nos seus trajes de serviço.

Mina preveniu as amigas da sua roda sobre o jeito de ser da convidada, mas se fingiu cordial ao recebê-la. Vieram os cumprimentos estudados, um pouco de conversa e em seguida foi servido um cálice de licor acompanhado de canapés; mas tudo com grande requinte. Sem se preocupar com o aparato, Celma serviu-se a vontade.

Falou alto, gesticulou o quanto julgou necessário. Daí..., olhares zombeteiros, risinhos irônicos e piscadinhas maliciosas... Celma, o alvo das atenções.

Mas esta cena não se prolongou por longo tempo. O telefone tocou. Avisava que o neto de Mina fora acidentado.

Esta, transtornada, retorna a sala e comunica o fato.

Foi então que ela viu sair cada amiga sem se preocupar com o seu desespero. Mas Celma permaneceu. Solicita e experiente, entrou logo em ação, conduzindo Mina a clínica onde o neto se encontrava, e para satisfazer as exigências preliminares do hospital, ela teve de emprestar dinheiro também.

Estava sendo exigida a presença dos pais da criança e foi a essa altura que Mina precisou dizer que a filha era desquitada e o garotinho sofria muito com a ausência do pai.

Celma, seguindo a direção indicada pela amiga, saiu a procura da mãe e depois do pai da criança, mas só depois de uma hora de busca os dois foram encontrados.

O pai, bebendo num bar e a mãe jogando numa casa de jogos clandestinos. De volta a clínica, novo problema: sangue para o menino.

Mina se comunica com sua roda de amigas, mas nenhuma foi encontrada com disposição para doar.

Celma ligou para as suas vizinhas e não tardou surgir um grupo da amizade dela e a criança recebeu o sangue necessário. Alta madrugada, Mina e Celma se separaram, porém o quadro era outro.

A primeira sem a máscara da hipocrisia, humilhada e envergonhada, sentia-se pequena ao lado, da verdadeira amiga. Esta, cansada mas feliz, estava em paz consigo mesma, por haver cumprido o dever de "SER AMIGO"

Autor Desconhecido - Fonte: CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo.
Fonte da imagem: Internet Google.

domingo, 1 de março de 2020

O BESOURO INVEJOSO


Vocês já foram passear na roça? Vocês já viram que à noite, em alguns lugares escuros há um bichinho que tem luz muito bonita?

Ah! É o vaga-lume.

Pois bem, da janela de sua toca, o besouro fungava aborrecido, olhando a lanterna verde que o vaga-lume acabara de acender.

Quanto brilhava! Parecia uma pequenina estrela caída do céu. Tão linda!

O besouro era assim. Sempre queria ser igual aos amigos, aos vizinhos, aos parentes. Quando o gafanhoto comprou uma casaca verde e apareceu todo bonito na festa dos bichinhos, ele ficou de boca aberta, querendo ser como o gafanhoto.

Voltou para casa aborrecido e tristonho.

O que aconteceu – perguntou- lhe a mulher. Ele não respondeu e foi dormir todo zangado.

O mesmo aconteceu quando ele ouviu o canarinho cantando.

Que voz linda. – pensava ele. – E eu não sou capaz de fazer um assobio.

E assim, sempre querendo ser como os outros, era um besouro triste.

Mas, o que mais irritava mesmo era o vaga-lume, pois, pensava ele:

O vaga-lume não e um bichinho como eu? Por que tem ele aquela lanterna verde tão bonita e eu não tenho?

De tanto se aborrecer com isso, o besouro resolveu abandonar tudo e ir morar sozinho na floresta. Mas ele ia tão afobado, tão raivoso, que não vendo os galhos secos de uma arvore, estes lhe feriram os olhos.

Ah! Que dor nos olhos! Quase não vejo nada... Como poderei caminhar?

E ficou parado por instantes quando ouviu uma vozinha:

Que bichinho bonito, como ele tem as patas bem feitas. São tão bonitinhas as suas patas! Como e o seu nome?

Mas, o besouro com olhinhos machucados não viu a formiga e como a formiga havia falado em bichinho bonito, ele não pensou que fosse com ele.

Fale o seu nome, eu sou a formiguinha.

Está falando comigo? Eu me chamo besouro. Machuquei os olhos nestes galhos.

Espere um pouco, vou buscar água fresquinha para banha-lo e num instante ficara bom.

Enquanto ele esperava, ouviu outra voz:

Que bichinho interessante! Tão bonitinho! Ele tem o corpo coberto por uma capa preta!

Isso não e capa preta, são minhas asas...

Ah! Você tem asas! Pode voar. Oh! Como você é feliz!

Enquanto isso, a formiguinha já tinha chegado. Lavou os olhos do besouro, pôs uma pomadinha e ele passou a enxergar bem. Pode ver, então, que quem falava com ele era a minhoca. E olhando ao seu redor viu tantos bichinhos..., uns pequenos, outros rastejando pelo chão, e, apesar de tudo viviam felizes.

Começou a pensar..., olhou para as suas patinhas..., tão bem feitas. Olhou para suas asas fortes..., sem elas nunca poderia voar. E tão depressa...

E o besouro continuou pensando:

- Estes bichinhos não tem nada disso e vivem contentes, nem ficam irritados por não serem como eu sou... Ah! Eu também vou procurar viver alegre com o que eu tenho e não ficarei mais triste com a beleza do vaga-lume, nem de bicho algum.

Fonte: CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo.
Fonte da imagem: Internet Google.