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segunda-feira, 15 de junho de 2020

Refletindo Sobre a Criação


Lucas estava de férias da escola, mas, mesmo assim, sentia-se entediado devido ao cancelamento de sua viagem, há tempos programada. Andava de um lado para o outro quando se deparou com um livro e pensou: “Vou lê-lo, quem sabe o tempo passe mais rápido”.

A leitura era sobre a criação do Universo, dizia que Deus o criou como em um “passe de mágica”, apenas com um gesto tudo apareceu. Assim também criou as primeiras figuras humanas, Adão e Eva.

Para Lucas aquilo não parecia ter sentido, mas continuou a leitura, queria terminar aquele raciocínio para que pudesse formar a sua opinião. Foi quando chegou sua prima, Clara, que vinha entregar as encomendas para sua tia, mãe de Lucas, pois Clara fazia lanches para vender, e era a responsável pelo lanche daquela tarde.

Ao chegar, Clara cumprimentou carinhosamente o primo que estava entretido nas páginas do livro, e não conteve a curiosidade:

- Mas que livro é esse Lucas, que você está lendo com tanta atenção?

Lucas voltou o olhar para a prima e respondeu:

- É um livro que achei aqui em casa, veja!

Clara olhou, viu de que se tratava e perguntou ao primo:

- Você concorda com essa teoria?

Lucas rapidamente respondeu:

- Eu não concordo com a forma que diz como tudo foi criado, mas acredito na autoria, sei que Deus é o Pai Universal, o Criador de tudo. E também tem essa história de Adão e Eva que para mim não tem coerência. Não acredito que toda a maldade mundana originou-se só porque Eva comeu a tal maçã, que ela é a culpada pelas nossas dores ou castigos. É conveniente acreditar nessa teoria, pois é tão mais fácil culpar essa mulher de todos nossos pecados. Sem falar que Adão e Eva, pela lógica, não poderiam originar todos os povos, toda a raça humana. A ciência explica a criação de forma diversa. Na minha opinião, a religião e a ciência deveriam andar de mãos dadas.

Clara surpreendeu-se com o primo, não imaginava que ele, tão novo, tivesse esse pensamento. Então, inspirada, respondeu:

- Sim, Lucas, concordo com você. Na ciência há leis da matéria e na religião há leis morais, e todas elas provêm de um princípio que é Deus, portanto uma não pode contradizer a outra, e sim, se completarem. Eu acredito que nada pode ser criado “magicamente” de uma hora para outra. A criação foi feita com muita calma, no decorrer do tempo, respeitando-o, através de uma evolução que vai desde o reino vegetal até o ser pensante, e tudo é regido por uma força maior, causa primária de todas as coisas, ou seja, Deus.

Depois de ouvir atentamente a prima, Lucas respondeu:

- Nossa Clara, como você sabe tudo isso?

- É um assunto que sempre me questionei, então comecei a estudar, li alguns livros a respeito e, hoje, já tenho a minha opinião formada sobre a criação.

A explicação de Clara foi fundamental para que Lucas pensasse a respeito. Os dois ficaram conversando a tarde toda, e não viram o tempo passar.


Juliana Guzzo

Fonte da imagem: Internet Google.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Buscando Solução


O pequeno Gabriel, de sete anos apenas, andava muito triste.

O ambiente da sua casa, que sempre fora cheio de paz, amor e alegria, já não era o mesmo.

Desde algum tempo, percebia que seus pais brigavam muito. Mal se falavam e, quando isso acontecia, era para discutir.

Gabriel e seus irmãos, Clarinha e Vinícius, pouco mais velhos do que ele, ficavam quietinhos no quarto, com o coração apertado de preocupação, sem saber o que fazer para ajudar.

Um dia, os pais brigaram tanto que o pai saiu de casa batendo a porta com estrondo, e a mãe ficou chorando muito em seu quarto.

Gabriel não conseguia pensar em nada mais. Não estudava, não brincava, não conseguia fazer seus deveres e estava indo mal na escola.

Há dois dias eles tinham brigado e o pai ainda não voltara para casa. Sua mãe parecia uma sombra, sempre de olhos inchados de tanto chorar.

— Mamãe, o papai não vai voltar? — perguntou, preocupado com a situação.

A mãezinha abraçou-o com carinho e sorriu, afirmando:

— Claro que vai, meu filho. Ele está muito ocupado com o trabalho, por isso não tem vindo para casa.

Não se preocupe. Tudo vai bem.

Mas Gabriel sabia que nada ia bem. E ele pensava: “O que será de nós se papai não voltar? Como ficará nossa vida? Será que ele não gosta mais de nós?”

Mas não encontrava resposta para essas perguntas. Porém, ele sabia que precisava fazer alguma coisa.

Lembrou-se de que sua mãe costumava dizer que Deus sempre tinha uma resposta para nos dar diante dos sofrimentos, e que se a buscássemos nas palavras de Jesus, encontraríamos o socorro desejado.

Então Gabriel pegou o Evangelho, abriu numa página qualquer, certo de que Jesus certamente o ajudaria mostrando o caminho. De olhos fechados, colocou o dedinho num local da página. Seus olhos fixaram-se na frase onde colocara o dedo, e leu: “Quem pede, recebe; quem procura, acha; e a quem bate à porta, ela se abrirá.”

De olhos arregalados, leu a frase várias vezes. Sim! Mamãe tinha razão! Jesus tinha lhe mandado a resposta. Entendeu que teria que orar pedindo o que desejava, e que encontraria um meio de resolver a situação dos pais.

Gabriel começou a orar, pedindo a Deus que não permitisse que sua família fosse destruída.

Todas as vezes que se lembrava do problema, ele repetia a oração.

Aquela noite ele conseguiu dormir mais tranquilo.

De manhãzinha, acordou com uma “ideia luminosa” na cabeça. Pegou lápis e uma folha de caderno e escreveu um bilhete para o papai, nestes termos:

“Querido Carlos, eu amo você. Precisamos conversar. Eu espero você naquele restaurante que a gente sempre vai, às oito horas da noite. Um beijo, Fernanda.”

Escreveu outro bilhete igualzinho, só trocando os nomes, como se fosse o papai convidando a mamãe para um encontro. Olhou os bilhetes, contente com ele mesmo. Depois, todo alegre, deixou o bilhete para a mãe na porta da rua, para que ela o encontrasse ao abri-la.

Arrumou-se para ir à escola e, quando foi tomar café, notou que a mãe já estava mais animada.

Na saída da escola, passou no prédio onde seu pai trabalhava, que era bem pertinho, e deixou o bilhete com o porteiro para lhe entregar. Em seguida, pôs-se a orar para seu plano dar certo.

De tarde, sua mãe avisou aos filhos que iria sair um pouco à noite. Depois, foi ao salão se arrumar.

Gabriel não tinha contado nada aos irmãos, que estranharam o comportamento da mãe. Ande será que ela iria?

De noite, a mãe apareceu na sala, já toda arrumada e perfumada, avisando:

— Não vou demorar. Tranquem bem a porta e não saiam de casa.

Mais tarde, quando voltou, os irmãos tiveram uma grande surpresa: o pai a acompanhava.

Carlos abraçou os filhos, com muito amor. Após matarem a saudade, o pai disse às crianças:

— Meus filhos, hoje eu percebi o mal que estava causando a vocês. Eu e a mãe de vocês conversamos e resolvemos nunca mais brigar. Procuraremos acertar nossas diferenças, daqui em diante, dialogando em paz. Hoje compreendemos que, se existe amor, não há o que não se possa resolver.

Parou de falar, enxugou uma lágrima, e prosseguiu:

— E isso nós conseguimos graças ao Gabriel, que encontrou a maneira certa de nos aproximar de novo.

E contou, diante de Clarinha e Vinícius, que ouviram surpresos o que o filho tinha feito.

Muito admirado, Gabriel perguntou:

— Mas como vocês descobriram que fui eu?

Todos riram, quando os pais mostraram os bilhetes que tinham recebido.

Aquela letrinha, a mesma nos dois bilhetes, e tão conhecida, só podia ser a do Gabriel!

O garoto ficou encabulado por ter sido descoberto. E o pai, desarranjando lhe os cabelos, disse emocionado:

— Todos nós temos a agradecer ao nosso querido Gabriel, que soube resolver a situação que eu e sua mãe criamos.

Gabriel sorriu, satisfeito e aliviado, e contou:

— Agradeçam a Jesus. Foi ele que me mostrou o caminho!

Célia Xavier Camargo

Fonte da imagem: Internet Google.