ESTE É UM BLOG DE ARQUIVO

ESTE BLOG É UM ARQUIVO DE ESTÓRIAS E CONTOS DO BLOG CARLOS ESPÍRITA - Visite: http://carlosespirita.blogspot.com/ Todo conteúdo deste blog é publico. Copie, imprima ou poste textos e imagens daqui em outros blogs. Vamos divulgar o Espiritismo.

sábado, 15 de agosto de 2020

Escolhendo o Presente do Papai


Andando pelas ruas de comércio da cidade, Julinho, de oito anos, pensava:

— O que vou comprar de presente para o papai?

Aproximava-se o Dia dos Pais e ele queria dar um presente ao seu pai, mas que representasse seu próprio esforço.

Conseguira economizar dez reais da mesada do mês e disse à mãe:

— Mamãe! Posso escolher um presente para o papai? Mas quero fazer isso sozinho!

Antes de responder, a mãe pensou um pouco, e achou que seria bom para o filho: ele ia exercitar a responsabilidade, aprender a utilizar o livre-arbítrio, isto é, entre várias opções de escolha, tomar a decisão adequada à quantia que tinha em suas mãos; além disso, saindo desacompanhado, também exercitaria a independência, tornando-se mais confiante e seguro de si mesmo.

Depois de pensar, a mãe decidiu:

— Está bem, Julinho, pode ir. Mas, espere um momento. Vou pegar o dinheiro para você levar.

— Não precisa, mamãe. Eu tenho dinheiro! Economizei na mesada deste mês — afirmou o menino com satisfação, tirando a nota de dez reais do bolso da calça e mostrando-o à mãe.

Agradavelmente surpresa, a senhora sorriu e disse:

— Então está bem, meu filho. Cuidado ao atravessar as ruas e guarde bem seu dinheirinho. Vá com Deus!

O menino arrumou-se, penteou os cabelos, colocou a nota no bolso da calça e despediu-se da mãe.

Andou por várias lojas. As opções eram muitas. Olhou calças e camisas, mas eram caras. Um par de sapatos? Nem pensar! Não tinha dinheiro para comprá-los.

Caindo na realidade, começou a ver coisas mais ao seu alcance. Talvez um lenço ou um par de meias? Quem sabe uma caixa de chocolates? Seu pai gostava de música; quem sabe um CD de músicas resolveria a questão?

As dúvidas eram muitas, e os preços também.

Na verdade, olhando as vitrines das lojas, Julinho pensava... pensava... Ele queria dar algo ao seu pai, a quem amava tanto, mas que ele pudesse se lembrar dele para sempre. Que o presente o acompanhasse por toda a vida!

Desse modo, as coisas de comer estavam descartadas. Uma gravata, uma caixa de lenços ou um par de meias, ele usaria por algum tempo, depois iria deixar de lado por terem ficado velhos. O CD, ele poderia não gostar das músicas.

Com a cabecinha cheia de dúvidas, Julinho passou por uma livraria e seus olhos se arregalaram:

— Um livro! Por que não pensei nisso antes?

Decidido, entrou na livraria e, no meio dos livros que estavam em exposição, achou um perfeito e com desconto! Era exatamente o que ele queria, e ao preço de dez reais! Seu pai iria adorar!

Mandou embrulhar para presente, pagou e saiu da loja todo feliz.

No domingo, Dia dos Pais, Julinho levantou-se cedo e, passando a mão no pacote, correu a abraçar seu pai. Com o presente escondido nas costas, ele chegou ao quarto do pai todo sorridente.

— Papai, parabéns pelo seu dia! Trouxe uma coisa para você. Olhe!

E estufando o peito com orgulho, entregou ao pai o lindo pacote amarrado com bela fita vermelha.

— Obrigado, filhinho. Mas, o que será? — disse o pai, mostrando curiosidade.

Ao abrir o pacote deparou-se com um livro.

— Meu filho! É um presente muito valioso. Adorei a ideia!

— Fui eu que escolhi, papai. Queria dar-lhe um presente que fosse útil em todas as ocasiões e que, cada vez que o abrisse, se lembrasse de mim.

Comovido, ele exclamou:

— Acertou em cheio, meu filho! Não poderia ter escolhido melhor. Obrigado!

Deu um grande e carinhoso abraço no pequeno Júlio. Depois, mostrou o livro à mãe.

— Veja, querida. É um exemplar de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”!

A mãe, também comovida, abraçou-se aos dois e ficaram os três enlaçados.

— Sabia que você iria gostar, papai. Certo dia, ouvi você dizer para a mamãe que este livro traz muito conhecimento para quem o lê e serve em todos os momentos: na alegria e na tristeza, na saúde e no sofrimento. Que ele consola, alegra, dá paz e esperança a quem precisa.

— Isso mesmo, meu filho. Você lembrou muito bem. Nesta obra estão contidas as lições que Jesus nos deixou para servir-nos de guia na existência.

Emocionado, naquele momento o pai pediu que orassem juntos para agradecer a Deus o filho tão especial que lhe dera, e também o dia que estava apenas começando, mas que prometia ser feliz e cheio de bênçãos.

Célia Xavier Camargo

Fonte da imagem: Internet Google.

sábado, 1 de agosto de 2020

Corpo Morada do Espírito


Muriel é um menino de cinco anos muito inteligente e que possui muitos amigos na escola. Mas ele tem um probleminha... não gosta de tomar banho, de lavar o cabelo, nem de limpar as orelhas.

Todo dia, na hora do banho, é a mesma coisa: ele reclama, se esconde, chora para não tomar banho. Não importa se o banho é de banheira ou de chuveiro, ele foge da água! E sempre, depois de muita discussão, ele toma banho, janta e vai dormir.

Uma noite, porém, quando Muriel começou a reclamar, perguntando porque tinha que tomar banho todos os dias, a mãe concordou que ele ficasse sem banho, lavando apenas as mãos para o jantar.

Na manhã seguinte, o menino não tomou banho para ir à escola e, quando vestiu o uniforme não percebeu que suas pernas e braços estavam bastante sujos, das brincadeiras do dia anterior. E assim, sujinho, ele foi para a escola.

No meio da manhã, Muriel ligou para a mãe ir buscá-lo, chorando. Quando a mãe chegou, ele disse, em meio a lágrimas:

- Não sou Cascão! Não sou porquinho! Não cheiro a lixo!

E assim, meio conversando, meio chorando, ele contou que os colegas, quando viram que ele tinha os braços e as pernas sujos, começaram a colocar apelidos e dizer que ele cheirava mal, pois não tinha tomado banho.

A mãe levou Muriel para casa, sem nada dizer. E, pela primeira vez, ele tomou banho sem reclamar.

Quando o menino se acalmou, a mãe explicou:

- Filho, o corpo é um presente de Deus para a morada do Espírito que somos. Precisamos do corpo para viver no planeta Terra, lugar em que aprendemos muitas coisas importantes para a nossa evolução espiritual. Cada Espírito reencarna em um corpo físico adequado a sua evolução, e é importante cuidar do corpo para que ele cumpra sua função: abrigar o Espírito enquanto está encarnado.

O menino ouvia atento, com os olhos vermelhos de tanto chorar.

- É preciso manter o corpo limpo para não sermos alvo de apelidos, mas também para não ficarmos doentes, porque a sujeira é porta de entrada para muitas doenças. Somos responsáveis por nossas atitudes, e cabe a cada um escolher tomar banho, limpar as orelhas, fazer exercícios e comer comidas saudáveis, para que o corpo possa cumprir a sua função adequadamente.

A partir daquele dia, quando Muriel começava a reclamar porque tinha que tomar banho, a mãe lembrava que ele era responsável pelos cuidados como seu corpo e, se fosse chamado de Cascão, que não ligasse pra ir buscá-lo na escola. E o menino, lembrando da lição, tomava um banho caprichado, limpava as orelhas, e até colocava perfume...


Claudia Schmidt

Fonte da imagem: Internet Google.