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quinta-feira, 15 de setembro de 2022

O Esquilo Fujão

Numa clareira da floresta, habitava uma família de esquilos que vivia em paz e harmonia.

A pequena família era constituída do papai Esquilão, da mamãe Esquila e de um casal de filhotes muito obedientes. Todos se estimavam sinceramente, pois entre eles havia compreensão e amizade.

Enquanto papai Esquilão saía em busca do sustento da família, mamãe Esquila permanecia em casa cuidando dos filhos e dos afazeres domésticos.

Certo dia, Esquila descobriu que ia ser mãe novamente. Todos ficaram muito felizes. Afinal, as crianças estavam crescidinhas e um bebê fazia falta em casa.

Dentro de pouco tempo, a família aumentou. Era um lindo filhotinho!

O filhote crescia rápido e se tornava cada vez mais exigente. A pequena família vivia em função dele, fazendo-lhe todas as vontades.

Mas nem tudo podia ser permitido! E cada vez que sua mãe o repreendia, ele ficava revoltado e infeliz.

Com o passar do tempo, começou a achar que ninguém o amava. Sempre viviam ralhando com ele: “Não faça isso, Esquilino! Não faça aquilo! Arrume suas coisas!”

Um dia, cansado de tudo, sentindo-se muito triste, foi embora resolvido a viver livre na floresta. Sua mãe sempre o alertara para os perigos que encontraria, mas ele nunca se importou. O pai também jamais permitira que ele se internasse na mata sozinho preocupado com sua segurança. Agora, no entanto, ele estava livre e não precisava obedecer a ordens de ninguém.

— Ufa! Afinal vou levar a vida que sempre desejei. Já sou bastante crescido para cuidar de mim mesmo! — pensou.

Andou bastante pela floresta, satisfeito da vida.

Aos poucos foi escurecendo e o pequeno esquilo não tinha encontrado ainda local onde pudesse se abrigar. Os ruídos da mata o assustavam e ele desejou estar ao lado de sua mamãe, sempre tão amorosa.

Mas agora estava perdido. Não sabia mais voltar. E, além de tudo, estava com uma fome terrível!

A escuridão foi ficando cada vez maior e mais apavorante.

Cansado de tanto andar, Esquilino aninhou-se no tronco de uma grande árvore e adormeceu depois de muito chorar.

De manhãzinha, acordou ouvindo o ruído de folhas secas. Alguém se aproximava. Levantou-se rápido. Quem sabe era alguém que poderia ajudá-lo?

Era um lobo enorme e ameaçador!

Quando o lobo uivou, arregaçando os dentes perigosamente, o esquilinho saiu em grande disparada.

Ao perceber que não estava mais ao alcance do lobo, parou para descansar.

— Ufa! Que sufoco! — disse mais aliviado.

Nisso, ouviu um ruído estranho, como se fossem guizos. Olhou para o chão e se deparou com uma enorme cobra pronta para dar o bote.

Apavorado, fugiu novamente tão rápido quanto lhe permitiam as pernas.

Com o coração aos saltos e a respiração ofegante, parou junto a uma árvore. Suas pernas estavam bambas! Encostou-se nela para recuperar o fôlego, quando escutou um zumbido diferente.

O que seria? Olhou para o lado e percebeu que quase tocara num grande cacho de abelhas. E elas pareciam realmente enfezadas!

Reunindo as forças, fugiu de novo procurando escapar do enxame que vinha em sua direção.

Olhando para trás, não viu um riacho logo à sua frente. Caiu dentro dele, ficando todo molhado.

Felizmente, as abelhas o perderam de vista e Esquilino pôde sair da água tranquilamente.

Olhando em volta, reconheceu o lugar. Sim! Estava próximo de casa!

Mais confiante, tomou uma pequena trilha e em poucos minutos chegou à clareira onde residia.

Todos ficaram felizes e aliviados com sua volta e o abraçaram e beijaram repetidas vezes.

Mais refeito, após se alimentar convenientemente, Esquilino disse à sua mãe:

— Sabe, mamãe, descobri que nada é melhor do que o lar da gente! Pensei que não me amassem, porque viviam me repreendendo. Agora, sei que é justamente por me amarem muito que agiam assim. Passei por muitos perigos, sentindo-me só e desamparado. Apenas aqui, junto de vocês, estou seguro e tranquilo.

E a mamãe, com lágrimas nos olhos, afirmou risonha:

— É verdade, meu filho. Nada como o amor da família. Porém, jamais esteve desamparado. Deus velava por você e o trouxe são e salvo para o nosso convívio.

E Esquilino, baixando a cabeça, disse comovido:

— Obrigado, meu Deus, pela família maravilhosa que o Senhor me concedeu!

Autoria: Célia Xavier Camargo – Imagem meramente ilustrativa - Fonte: Internet Google.
 

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Luz interior

Prisma era um peixinho que vivia solitário em um pequeno rochedo submerso. Quase não saia de casa, devido a uma deficiência motora, que dificultava a sua locomoção.

Quando nasceu ninguém sabia dizer, e muito menos dizer quem eram seus pais.

Muitos moradores daquela aldeia sabiam apenas que Prisma era uma criaturinha diferente dos outros de sua espécie.

Às vezes o peixinho colocava sua cabecinha para fora do pequeno rochedo para abocanhar algas frescas.

Eu sabia da sua vida e das suas dificuldades, porque Prisma era meu vizinho.

Quem sou eu?

Meu nome é Conchilda e sou uma concha velha, mas muito observadora. Via Prisma sair quase todas as noites e ficar olhando para o grande clarão da lua que refletia nas águas, e isso chamava minha atenção.

Às vezes eu me perguntava o quê será que Prisma pensava!

Um dia tomei coragem e aproximei-me do peixinho, que estava envolto em seus pensamentos, a olhar distante para a luz, e disse:

- Por que olha tanto?

Sem tirar os olhos da luz, delicadamente disse:

- Procuro respostas.

- Respostas para quê?

- Resposta para compreender a minha existência – e prosseguiu: Às vezes a luz se torna forte, dando-me uma grande sensação de segurança, e posso até me sentir vitorioso.

Eu pensei: Como vitorioso?! Afinal, o pobre mal podia bater sua barbatana!

Dei um pequeno sorriso e tentei conter minha emoção, e lhe disse:

- Não compreendo você!

- Nem queira Conchilda, porque para sermos vitoriosos precisamos aceitar o inevitável.

Pensei... O quê seria inevitável?!

- Conchilda, nossa existência é a obra máxima do Criador.

- Como?!

- Olha, imploramos para ser criados e pouco agradecemos pela nossa existência. A vida, por si só, já é uma benção, e devemos agradecê-la sempre, ainda que não sejamos perfeitos, pois deve haver uma razão justa para isso.

- Você agradece ao Pai Criador, Prisma?

- Sim, todas as noites venho aqui e fico a admirar a luz, e oro ao Criador pelas dádivas maravilhosas que Ele nos concede.

Fiquei calada. Como podia um peixe feio, defeituoso e solitário pensar ainda em agradecer ao Criador?! Muitos outros sadios vivem a cobrar do Criador!

Mas refleti profundamente sobre como Prisma aceitava a sua vida, e reconheci a grandeza de sua alma superava as suas limitações físicas. Naquela noite, aprendi com ele a despertar para a vida e acender a minha luz interior, pela oração ao Pai.

Hoje, já sem Prisma ao meu lado, procuro ajudar meu semelhante, ensinando sobre o poder da prece e falando da importância da confiança na luz que existe em nós.

Crianças:

Para conquista a luz interior é necessário abrir o coração para Deus, agradecendo sempre a Sua Luz, que nunca nos falta.

Tiamara – Imagem meramente ilustrativa: Fonte: Internet Google.