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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

A HISTÓRIA DA LOURDINHA

Lourdinha era uma menina de 07 anos e cursava a primeira série do Grupo Escolar Maria Madalena e sempre ia para a escola com o uniforme desarrumado e sujo, os cabelos despenteados...

Marta também estudava na mesma escola e na mesma sala da Lourdinha e ia sempre arrumada, cheirosa, de banho tomado, com o uniforme limpinho e bem passado e cabelos penteados...

Os amiguinhos da sala nunca chegavam perto de Lourdinha, caçoavam dela, faziam ficar sempre sozinha.

Marta sempre observava como Lourdinha era triste, como ela parecia se sentir muito, muito só , pois sempre estava ao longe observando os amiguinhos brincarem e rirem juntos.

Marta era uma menina super alegre, bondosa, amiga e nunca gostava de ver crianças tristes e sempre que observava que alguém estava triste dava um jeitinho de ir se chegando, se aconchegando para saber o que é que estava havendo e estava querendo fazer isso com Lourdinha: queira saber por que ela era tão triste e tão mal arrumada...

Daí que Marta se pôs a campo para saber tudinho sobre Lourdinha, só para poder ajudá-la, mas sem que ela percebesse... Sabem o que ela descobriu?

Marta descobriu que Lourdinha morava numa casa bem, bem longe da escola. Descobriu também que ela morava só com seu pai, pois sua mãe já havia desencarnado e morava agora no Mundo Espiritual.

E o pai da Lourdinha saia muito, muito cedo para ir trabalhar e era Lourdinha sozinha quem se arrumava para ir à escola e como não havia quem lhe orientasse para tomar banho antes de ir para a escola, para pentear os cabelos, para lavar seu uniforme e passá-lo, por isso que ela chegava suada ao colégio, amarrotada e com um cheirinho meio esquisitinho...

Descoberto isso Marta se pôs a ver como poderia ajudar Lourdinha e foi falar com sua mãe sobre a coleguinha triste e de que forma elas poderiam ajudá-la.

Dona Vera, então, combinou com Marta de irem fazer uma visita para a Lourdinha, mas em uma hora em que o pai dela estivesse por lá.

Que será que aconteceu nessa visita? Vocês sabem?

Pois é, isso mesmo Dona Vera propôs ao pai de Lourdinha que ela Vera e Marta poderiam ajudá-lo a orientar a Lourdinha nos cuidados que ela deveria ter. O que o pai da Lourdinha agradeceu muito, pois precisava realmente trabalhar para poder manter o sustento da casa e não estava conseguindo orientar bem a filha.

Assim, Dona Vera e Marta trataram de conversar com a Lourdinha, que ficou muito feliz em poder contar com quem pudesse lhe ajudar e tirar suas muitas dúvidas e foram as três separar as roupas da Lourdinha na gaveta, tirar as que estavam sujas , passar as que estavam amarrotadas...

No outro dia, ao chegar à escola, qual não foi a surpresa de todos: óh, diziam; como estava cheirosa e arrumada a Lourdinha e como estava mais bonita com um ar de felicidade e um sorriso grandão, grandão no rosto!

E com isto Lourdinha passou a, ao invés de ficar longe observando as crianças brincarem, ficar juntinho delas brincando também.

E Marta também ficou super feliz em ter podido ajudar alguém e trazer alegria também.
Fonte: - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo

Imagem: Internet Google

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

A GARDÊNIA BRANCA

Todo ano em meu aniversário, desde que fiz 12 anos, uma gardênia branca me era entregue anonimamente em minha casa. Nunca havia um cartão ou uma nota, e as chamadas à floricultura eram em vão porque a compra era feita sempre em dinheiro.

Após um tempo, eu parei de tentar descobrir a identidade do remetente.

Me deliciava apenas com a beleza e o perfume mágico daquela perfeita flor branca suavemente envolvida em papel rosa. Mas eu nunca parei de imaginar quem poderia ser o remetente.

Passei alguns de meus mais felizes momentos em devaneios sobre alguém maravilhoso e emocionante, mas demasiado tímido para tornar conhecido sua identidade.

Em minha adolescência, era divertido especular que o remetente poderia ser um menino apaixonado.

Minha mãe sempre contribuía com minhas especulações. Perguntava-me se haveria alguém para quem eu tivesse feito uma bondade especial, que pudesse demonstrar a apreciação anonimamente.

Lembrou-me dos tempos em que eu deixava minha bicicleta para ajudar nosso vizinho a descarregar o carro e cuidar para que as crianças não fossem para a rua.

Ou talvez o misterioso remetente fosse o senhor idoso do outro lado da rua.

Eu frequentemente recolhia sua correspondência na caixa e o entregava, assim ele não teria que se arriscar descendo a escada gelada.

Minha mãe fez o melhor que pôde para aguçar minha imaginação sobre a gardênia.

Queria que suas crianças fossem criativas.

Também queria que tivéssemos a sensação de sermos estimados e amados, não apenas por ela, mas pelo mundo todo.

Quando fiz 17 anos, um menino machucou meu coração. Naquela noite tudo o que eu queria era dormir.

Quando acordei pela manhã, havia uma mensagem, feita com batom, em meu espelho:

"Saiba, quando meio-deus se vai, os deuses chegam".

Pensei sobre essa frase por muito tempo, e a deixei onde minha mãe a escreveu até que meu coração se curasse.

Quando eu limpei o vidro, minha mãe sabia que tudo estava bem, novamente.

Mas havia algumas feridas que minha mãe não poderia curar.

Um mês antes de minha formatura, meu pai morreu, repentinamente, de um ataque de coração. Me desinteressei completamente por minha formatura e pelo baile, pelo qual eu tinha esperado muito.

Minha mãe, em meio à seu próprio sofrimento, não admitia que eu faltasse.

Um dia antes da morte de meu pai, ela e eu saímos para comprar um vestido para o baile e encontramos um espetacular. Mas era do tamanho errado, e quando meu pai morreu, no dia seguinte, eu me esqueci do vestido.

Minha mãe não.

Um dia antes do baile, eu encontrei o vestido esperando por mim no tamanho certo.

Eu posso não ter me importado em ter um belo vestido novo, mas minha mãe se importou. Ela se importava em como suas crianças se sentiam sobre si mesmas.

Ela nos imbuiu com um sentido mágico e nos deu habilidade de ver a beleza mesmo na hora da adversidade.

Na verdade, minha mãe queria que suas crianças se vissem como a gardênia - encantadora, forte, perfeita, com uma aura mágica e um pouco de mistério.

O ano em que minha mãe morreu foi o ano em que pararam de chegar as gardênias.


Marsha Arons - Tradução de Sergio Barros