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quarta-feira, 15 de abril de 2020

FRED O GAROTINHO FEIO


Era uma vez um garotinho que se chamava Frederico, mas todos o conheciam como Fred. Ele era o caçula de nove irmãos. Mas Fred era diferente, ele era feio, muito feio. O coitado tinha as pernas e braços tortos, o rosto esquisito, parecia um monstrinho.

Os irmãos não brincavam muito com ele, porque Fred era muito lento e desengonçado. Não conseguia correr, pular, jogar bola como os outros. Alguns até riam dele e debochavam do seu jeito de andar.

Não adiantava muito as recriminações de seus pais, que sempre diziam:

- Não façam isso, ele é uma criança como vocês.

Nem na escola ele ia, porque nenhum colégio queria aceitar um menino tão feio e esquisito, para não espantar os outros alunos.

Tinha que aprender tudo em casa mesmo, com sua mãe.

Fred quase não saia de casa. Os olhares das pessoas às ferem mais do que as palavras. Todos pareciam achar que a feiura de Fred era contagiosa. Os vizinhos não brincavam com ele, porque suas mães não deixavam.

Como sofria aquele garotinho. Sofria e chorava pelos cantos da casa ou nos braços de sua mãe. E os dois choravam juntos...

- Como os seres humanos podem ser tão desumanos? - pensavam – Quando começarão a ver os deficientes como pessoas normais, que lutam pelo seu espaço? Choram, sofrem e amam como todos nós?

E o tempo foi passando. Ele foi crescendo, sua aparência foi piorando, mas em compensação ele foi ficando mais bonito por dentro.

Ele conseguia escrever poemas cheios de ternura e amor, pintar lindamente mesmo com seus braços defeituosos e mãos tortas. Era amigo de todos, amava a vida, tratava a todos com carinho e atenção.

Sempre quando algum irmão seu tinha problemas, ia à sua procura para desabafar. Ele escutava com atenção e procurava ajudar.

- Esse Fred é um amigão - diziam.

E ajudava a todos que batiam à sua porta, com seu jeito especial.

Até os vizinhos agora gostavam dele....

Fred não ficava mais só em casa, porque as pessoas começaram a vê-lo de maneira diferente.

- Fred não é feio, é lindo - pensavam.

- Quem dera se todos fossem iguais a ele, esse mundo seria tão diferente...

Mas, um dia...

Um dia ele acordou sentindo muita dor, seus pais preocupados chamaram o médico.

- O que será que está acontecendo?

- Será que é grave? - pensavam.

A doença era grave.

Foi uma tristeza geral.

Ele que sempre cuidou de todos com carinho e atenção agora necessitava de cuidados.

Fred, sempre sorrindo, não deixava que ninguém percebesse a gravidade de seu problema, a intensidade de suas dores.

- Oh Deus! Que eu tenha forças para suportar esse sofrimento até o fim... e, Senhor, cuide de todos por mim. Agora que não posso mais.

- Orava em seu quartinho.

Suportou até o fim, sem se queixar ou lamentar.

Deixou muitas saudades...

Saudades daquele garotinho feio, tão desprezado, mas que com o passar do tempo, amado por todos.

Um patinho feio por fora, que por dentro, se transformou num lindo cisne.

UM CISNE DE BONDADE, AMOR E LUZ, QUE TODOS NÓS PODEREMOS SER. BASTA QUERER.

QUERER COM O CORAÇÃO E FAZER COM AMOR.

Quem sabe, um dia... seremos todos cisnes?

Autora Luciana - Fonte: CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo.
Fonte da imagem: Internet Google.

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Viver de lá pra cá, de cá pra lá...


Era uma vez um menino chamado Alfredo.

Ele era muito legal, e fazia o que toda criança de sua idade – oito anos – costuma fazer: ia à escola, brincava, praticava esporte... Só que ele tinha uma característica especial...

Qual será? Vocês sabem? Nãããoo?? Vamos ver?!

Alfredo não enxergava, ele nasceu com deficiência visual.

Alfredo estudava em uma escola destinada a deficientes visuais e, entre todas as matérias ali ensinadas, a música era a de que mais gostava.

Rita, a sua professora, tinha um carinho especial por Alfredo, achando-o uma criança muito alegre e esforçada.

Um dia, no intervalo de aulas, Rita estava no pátio, ouvindo um CD que ganhara de presente e, como Alfredo se aproximava, ela o chamou para ouvirem juntos as músicas que eram bastante alegres.

O CD que Rita ouvia era com músicas espíritas e a música que Rita estava ouvindo chamava-se “Sempre Viver”.

Alfredo adorou a música e chegou a cantarolar um pedacinho, mas, como ele não era espírita, ficou sem entender direito a letra.

- Puxa, Rita, que música legal! A gente aprende num instante! Só que eu não entendi muito bem esse negócio de viver de lá pra cá, de cá pra lá...

A professora, que era espírita, viu que aquele momento poderia ser muito importante para Alfredo, se ela lhe desse algumas informações que o Espiritismo nos fornece a respeito da vida, da eternidade, do Espírito, do nosso objetivo na Terra... E falou a ele, com muito carinho:

- Alfredo, esta música fala sobre reencarnação, que é um ensinamento de Jesus e também da Doutrina Espírita. Nós fomos criados por Deus para sermos perfeitos, e como em uma só vida não dá pra aprender tudo, a gente nasce várias vezes!

A cabeça de Alfredo fervilhou de curiosidade! Ele já ouvira falar em Espiritismo, tinha até um tio que frequentava um Centro Espírita.

Interessado que ficou, fez uma porção de perguntas para a professora...

- O Espírito é criado por Deus na hora do nascimento da criança? Que acontece com o Espírito quando o corpo morre? Por que, quando a gente reencarna, fica um corpo diferente do que a gente tinha? Um defeito que a gente tem, como a minha cegueira, quando desencarnamos, ele continuará a existir? Por que umas pessoas nascem de um jeito e outras de outro jeito? Eu posso encontrar as pessoas de quem eu gosto, e as de quem eu não gosto, na minha próxima reencarnação? Como vou saber isso? Quando a gente encontra dificuldades numa reencarnação é porque não fomos bons na outra passada? O defeito que a gente tem, como a minha cegueira, eu vou ter na próxima reencarnação?

Uuffaaa..., quantas perguntas que o Alfredo fez num fôlego só, né mesmo?

Que tal vocês mesmos responderem ao Alfredo?

Passado algum tempo, depois que o Alfredo recebeu todas as respostas e que a Rita foi explicando mais miuçadinho; Fred estava muito feliz com as respostas, porque assim ele percebeu que Deus não o “castigava” com a deficiência visual; aquela era uma oportunidade para aprender outras coisas, outras habilidades, e ele, como Espírito, não era cego, existindo aquela limitação apenas no corpo físico.

Uma grande esperança começou a nascer naquele coraçãozinho, fazendo Rita também muito feliz.

- Sabe, Rita, gostei desses ensinamentos do Espiritismo! Quando o Tio Jorge for lá em casa poderei conversar com ele um pouco mais.

- Isso mesmo, Alfredo. Tenho certeza que você aproveitará bastante! E também, quando quiser, poderemos continuar nosso papo, pois há muita coisa na Doutrina Espírita que você gostará de aprender!

Como estivesse acabado o intervalo da aula, os dois, abraçados, seguiram cantarolando para a sala de aula:

- Eu sei que vou viver de lá pra cá, de cá pra lá ... Eu sei que vou viver, aprendendo sem parar!

Fonte: CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo.
Fonte da imagem: Internet Google.