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sábado, 18 de junho de 2011

A LENDA DA ÁRVORE


No princípio do mundo, quando os vários reinos da Natureza já se achavam apaziguados e enquanto o ouro e o ferro repousavam no subsolo, o homem, os animais de grande porte, os passarinhos, as borboletas, as ervas e as águas viviam na superfície da Terra... E o Supremo Senhor, notando que os serviços planetários se desdobravam regularmente, chamou-os ao seu Trono de Luz, a fim de ouvi-los.


A importante audiência do Todo-Poderoso começou pelo Homem, que se aproximou do Altíssimo e informou:


— Meu Pai, o globo terrestre é nossa gloriosa oficina. Minha esposa, tanto quanto eu, se sente muito feliz; entretanto, experimentamos falta de alguém que nos faça companhia, em torno do lar, e nos auxilie a criar os filhinhos.


O Todo-Misericordioso mandou anotar a referência do Homem e continuou a ouvir as outras criaturas.


Veio o Boi e falou:


— Senhor; estou muito bem; contudo, vagueio sem descanso durante as horas do sol. Grande é a minha fadiga e a resistência cada vez menor...


Veio o Cavalo e reclamou:


— Eu também, Grande Rei, sinto aflitivo calor cada dia...


Aproximou-se a Corça e rogou:


— Poderoso, estou exposta à perseguição de toda gente. Não terei a graça de um ser amigo que me proteja e defenda?


Logo após, surgiu gracioso passarinho e suplicou:


— Celeste Monarca; recebi a bênção da vida, mas não tenho recursos para fazer meu ninho. Nas pastagens rasteiras, não posso construir a casa...


Adiantou-se a Borboleta e implorou:


— Meu Deus, tudo é belo no muno; todavia, onde repousarei?


Em último lugar, chegou o Rio e disse:


— Grande Senhor; venho cumprindo os meus deveres na Terra, escrupulosamente, mas preciso de alguém que me ajude a conservar as águas...


O Supremo Soberano ficou pensativo e prometeu providenciar.


No dia imediato, toda a Terra apareceu diferente.


As árvores robustas e acolhedoras haviam surgido, representando a sublime resposta de Deus.


Livro: Alvorada Cristã – Médium: Chico Xavier – Espírito: Néio Lúcio.
Fonte da imagem: Internet

sábado, 11 de junho de 2011

O ELOGIO DA ABELHA


Grande mosca verde-azul, mostrando envaidecida as asas douradas pelo Sol, penetrou uma sala e encontrou uma abelha humilde a carregar pequena provisão de recursos para elaborar o mel.


A mosca arrogante aproximou-se e falou, vaidosa:


- Onde surges, todos fogem. Não te sentes indesejável? Teu aguilhão é terrível.


- Sim – disse a abelha com desapontamento -, creia que sofro muitíssimo quando sou obrigada a interferir. Minha defesa é, quase sempre, também a minha morte.


- Mas não podes viver com mais distinção e delicadeza? – tornou a mosca – por que ferretoar, a torto e a direito?


- Não minha amiga – esclareceu a interlocutora -, não é bem assim. Não sinto prazer em perturbar. Vivo tão-somente para o trabalho que Deus me confiou, que representa benefício geral. E, quando alguém me impede a execução do dever, inquieto-me e sofro, perdendo, por vezes, a própria vida.


-Creio, porém, que se tivesses modos diferentes... Se polisses as asas para que brilhassem à claridade solar, se te vestisses em cores iguais às minhas, talvez não precisasses alarmar a ninguém. Pessoa alguma te recearia a intromissão.


- Ah! Não posso despender muito tempo em tal assunto – alegou a abelha criteriosa. – O serviço não me permite a apresentação exterior muito primorosa, em todas as ocasiões. A produção de mel indispensável ao sustento da nossa colméia, e necessária a muita gente, não me ofereces ensejo a excessivos cuidados comigo mesma.


- Repara! – disse-lhe a mosca, desdenhosa – tuas patas estão em lastimável estado...


- Encontro-me em serviço – explicou-se a operária humildemente.


- Não! Não! – protestou a outra – isto é monturo e relaxamento.


E limpando caprichosamente as asas, a mosca recuou e aquietou-se, qual se estivesse em observação.


Nesse instante, duas senhoras e uma criança penetraram o recinto e, notando a presença da abelha que buscava sair ao encontro de companheiras distantes, uma das matronas gritou, nervosa:


- Cuidado! Cuidado com a abelha! Fere sem piedade!...


A pequeninha trabalhadora alada dirigiu-se para o campo e a mosca soberba a exibir-se, voando despreocupada.


- Que maravilha! – exclamou uma das senhoras.


- Parece uma jóia! – disse a outra.


A mosca preguiçosa planou... planou... e, encaminhando-se para a copa, penetrou o guarda-comida, deitando varejeiras na massa dos pastéis e em pratos diversos que se preparavam para o dia seguinte.


Acompanhou a criança, de maneira imperceptível, e pousou-lhe na cabeça, infeccionando certa região que se achava ligeiramente ferida.


Decorridas algumas horas, sobravam preocupações para toda a família. A encantadora mosca verde-azul deixara imundície e enfermidade por onde passara.


Quantas vezes sucede isto mesmo, em plena vida?


Há criaturas simples, operosas e leais, de trato menos agradável, à primeira vista, que, à maneira da abelha, sofrem sarcasmos e desapontamentos por bem cumprir a obrigação que lhes cabe, em favor de todas; e há muita gente de apresentação brilhante, quanto a mosca, e que, depois de seduzir-nos a atenção pela beleza da forma, nos deixa apenas larvas da calúnia, da intriga, da maldade, da revolta e do desespero no pensamento.


Livro: Alvorada Cristã – Médium: Chico Xavier – Espírito: Néio Lúcio.
Fonte da imagem: Internet

sábado, 4 de junho de 2011

DÁ DE TI MESMO




Declaras não possuir dinheiro para auxiliar.


Acreditas que um pouco de papel ou um tanto de metal te substituem o coração?


Esqueces-te, meu filho, de que podes sorrir para o doente e estender a mão ao necessitado?


A flor não traz consigo uma bolsa de ouro e, entretanto, espalha perfume no firmamento.


O céu não exibe chuvas de moedas, mas enche o mundo de luz.


Quanto pagas pelo ar fresco que, em bafejos amigos, te visita o quarto pela manhã?


O oxigênio cobra imposto?


Quanto te custa a ternura materna?


As aves cantam gratuitamente.


A fonte que te oferece o banho reconfortador, não exige mensalidade.


A árvore abre-te os braços acolhedores, repletos de flor e fruto, sem pedir vintém.


A benção divina, cada noite, conduz o teu pensamento a bendito repouso no sono e não fazes retribuição de espécie alguma. Habitualmente sonhas, colhendo rosas em formoso jardim, junto de companheiros felizes; no entanto, jamais te lembraste de agradecer aos gênios espirituais que te proporcionam venturoso descanso.


A estrela brilha sem pagamento.


O Sol não espera salário.


Por que não aprenderes com a natureza em torno?


Por que não te fazeres mais alegre, mais comunicativo, mais doce?


Tens a fisionomia seca e ensombrada por faltar-te dinheiro excessivo e reclamas recursos materiais para ser bom, quando a bondade não nasce dos cofres fortes.


Sê irmão do teu irmão, companheiro de teu companheiro, amigo de teu amigo.


Na ciência de amar, resplandece a sabedoria de dar.


Mostra um semblante sereno e otimista, aonde fores.


Estende os braços, alonga o coração, comunica-te com o próximo, através dos fios brilhantes da amizade fiel.


Que importa se alguém te não entende o gesto de amor?


Que seria de nós, meu filho, se a mão do Senhor se recolhesse a distância, por temer-nos a rudeza e a maldade?


Dá de ti mesmo, em toda a parte.


Muito acima do dinheiro, pairam as tuas mãos amigas e fraternais.




Livro: Alvorada Cristã – Médium: Chico Xavier – Espírito: Néio Lúcio.
Fonte da imagem: Internet