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sábado, 15 de abril de 2017

A LIÇÃO DO JABUTI

A águia abriu as grandes asas e ergueu voo. E viu na Floresta Maravilhosa vários porquinhos brincando de rolar pela grama.

"Onde estará a mãe deles?" - pensou ela.

E, como não visse Dona Porca pelas redondezas, voou com rapidez em direção aos porquinhos e... zás! Levou um para o seu ninho na Montanha Azul.

- Pare de chorar, disse a águia. Não vou lhe fazer mal. Eu vivo sozinha e você será tratado como se fosse um filhote meu.

Mas o porquinho continuava a chorar, cada vez mais alto, chamando pela verdadeira mãe.

- Já lhe disse para não chorar nem gritar. Não quero ficar irritada e castigar você.

Enquanto isso, lá em baixo, Dona Porca e seus filhinhos continuavam desesperados com o que acontecera. Foi quando vários animais, ouvindo lamentações, aproximaram-se, perguntando o que houve.

- A águia levou para o pico da montanha um de meus filhinhos!

Ajudem-me! Por favor, ajudem-me! Quero meu filhinho mais novo de volta!

Os animais entreolharam-se...

- Eu gostaria de ajudá-la, disse o tamanduá. Mas não posso, não tenho forças para subir a montanha, que é muito alta!

- E o senhor Quati?

- Eu?

- Sim, pode me ajudar?

O Quati sacudiu a cabeça, negativamente.

- Ah, não posso... Tenho medo de dona Águia!

Nesse momento, aproximou-se devagarzinho o jabuti conhecido pelo apelido de "Capacete", devido à sua casca. E foi logo dizendo:

- Se a dona Porca quiser, estou aqui para ajudá-la.

Os animais deram uma gargalhada.

- Ajudar com essas pernas curtinhas e esse corpo pesado? Exclamou o tamanduá rindo.

- Você não conseguirá com essas perninhas e com esse peso chegar ao pico da montanha! É melhor desistir, acrescentou o quati, achando, também graça.

O jabuti, muito sério, respondeu:

- Deus ajuda quem tem boa vontade. Eu sou pesado e tenho as pernas curtas, é verdade. Mas com minha vontade hei de trazer de volta o filhinho de dona Porca.

E começou lentamente a subir a montanha. Gastou muito tempo para chegar ao alto. A águia, felizmente, fora buscar alimentos, longe... O porquinho, ao ver o jabuti, saiu do ninho e correu ao seu encontro.

- Graças a Deus alguém veio me salvar! Rezei tanto para isso! Como está minha mãezinha?

- Sua mãe e seus irmãos estão bem, respondeu o jabuti, respirando com dificuldade. Eu é que não estou... Deixe-me respirar um pouco... Pronto! Agora sim, estou ótimo!

- Como fugir daqui? Não sei o caminho de volta e você, Capacete, não consegue correr. A águia nos pegará... Ela vai voltar de um momento para o outro!

- Tenha fé em Deus e encontraremos uma solução.

- Olhe! Exclamou de repente o porquinho, arregalando os olhos. Veja aquela nuvem negra... É a águia! Ela chegará dentro de pouco tempo! O que fazer?

- Orar meu amiguinho. A prece remove montanhas! E nós estamos em uma montanha... Oremos já!

E começaram a orar o Pai Nosso. Após a prece, ambos viram aparecer o espírito luminoso do pai do jabuti, que disse:

- Ouvi o pedido de socorro e vou ajudá-los. Ao pé desta montanha existe um grande lago de águas azuis.

Vocês devem mergulhar nele.

- Eu sei nadar muito bem. Foi o senhor que me ensinou! Respondeu o jabuti.

- Depressa meu filho. Faça o que eu disse! A águia já está chegando. Mergulhe no lago com seu amiguinho... Coragem!

O jabuti pediu que o porquinho se agarrasse firme em seu casco.

- Segure com mais força. Assim!

E ambos se atiraram no lago... Tibum! Exatamente quando a águia pousava no ninho.

Dona porca, quando viu o filhinho chegar carregado pelo jabuti, correu ao seu encontro, chorando de alegria.

O jabuti, humilde, olhava os dois.

- Deus lhe pague pelo que fez! Disse dona Porca. Realizou uma façanha que muitos animais grandes e ligeiros não seriam capazes!

Como conseguiu?

- Com a minha fé! Respondeu o jabuti.

E, lentamente, afastou- se, enquanto pensava:

- Eu nada sou, mas, estando com Deus, que pode o mundo contra mim?


Livro "O Besouro Casca Dura" – Fonte da imagem: Internet Google.

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