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terça-feira, 1 de abril de 2025

O Amor Transforma

Em uma cidade pequena, mas populosa, cheia de enormes prédios, com muito fluxo de carros, caminhões, motos circulando, com constante e intenso barulhos de buzinas e sirenes, os dias passavam voando, parecia que o relógio andava mais rápido e que as horas passavam depressa, com uma velocidade assustadora.

As pessoas eram impacientes, irritadas, rancorosas e egoístas. Elas não se cumprimentavam, não eram solícitas umas com as outras, não sorriam e eram embrutecidas.

O lugar era triste, porque refletia as atitudes dos moradores daquela região. Tudo parecia sombrio.

Mas um dia, um ônibus com crianças e jovens da cidade vizinha, utilizaram a praça local para se reunir e foi então que tudo mudou!

A mudança começou pela observação, olhares atentos e curiosos avistavam de longe o que acontecia.

Como a cidade era pequena, a notícia se espalhou velozmente...

Naquela praça, estavam reunidas evangelizados e evangelizadores, alegres, solícitos, pacientes, bondosos e amorosos.

Eles transformaram aquele lugar pelo exemplo, pois onde passavam cultivavam o verdadeiro amor!

Aquelas crianças, jovens e evangelizadores, estavam felizes pela oportunidade do aprendizado, pelo Estudo do Evangelho e por seguirem os passos do Mestre Jesus. Todos já eram conscientes do Amor de Deus e pelas atitudes demonstravam a gratidão pelo Nosso Pai Amoroso!

Realmente o amor e o exemplo transformam.

Amar de todo coração, esta é a lição!

Autora: Aline Radde de Castro
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

sábado, 15 de março de 2025

A Lição da Formiga

Na escola de Otávio organizava-se uma festa e os alunos, animados, ultimavam os preparativos. Alguns penduravam enormes cordões de bandeirinhas coloridas, outros faziam cartazes, outros varriam o chão, outros ainda limpavam as mesas e cadeiras.

Na cozinha, preparavam-se bolos e tortas, doces e salgados, para serem servidos durante a festa.

Trabalhavam com amor, enquanto conversavam e se divertiam.

Otávio era o único que não quisera colaborar em nada.

A professora, atenta e dedicada, solicitou-lhe várias vezes que ajudasse nesse ou naquele setor de serviço, mas ele recusava-se terminantemente a auxiliar no esforço de todos.

Certo momento, a professora ordenou-lhe, severa:

— Já que você se recusa a colaborar na organização de nossa festa, a exemplo dos demais, terá uma outra tarefa: deverá entregar-me amanhã, sem falta, uma redação sobre o tema: A Vida das Formigas.

— Mas professora, isso não é justo! — reclamou o garoto. — Só eu tenho que fazer esse trabalho?

— Engano seu, Otávio. Não é justo é você estar sem fazer nada enquanto seus colegas trabalham e se esforçam a benefício de todos.

Fez uma pausa e, vendo a indecisão de Otávio, completou:

— Pode começar já, caso contrário não conseguirá terminar até amanhã.

— Mas, como fazer isso? Não sei por onde começar! — retrucou o garoto.

— É simples. Observe as formigas no jardim!

Muito embaraçado, Otávio encaminhou-se para o jardim da escola. Suspirando, sentou-se no chão e pensou: Bolas! Onde é que vou encontrar formigas?

Nisso, viu uma formiguinha que passou apressada entre seus pés. Seguiu-a com o olhar e logo em seguida reparou em duas outras que seguiam apressadas, no mesmo sentido.

Curioso, levantou-se e acompanhou-as. Um pouco adiante, viu uma formiga que voltava carregando um pedaço de pão que, não obstante pequeno, era muitas vezes maior do que ela.

Sorriu, divertido, e, ao mesmo tempo, admirado: — Aonde será que ela vai levar aquele pedacinho de pão duro? — pensou.

Olhou em volta e, um pouco à frente, viu um grande pedaço de sanduíche que alguém jogara. Em torno dele, dezenas de formigas trabalhavam diligentes. Algumas cortavam em pedaços menores e outras os transportavam.

Quando o pedaço era ainda muito pesado para suas pequenas forças, uniam os esforços e carregavam juntas.

Seguindo o trajeto que faziam, Otávio percebeu que entravam num formigueiro, deixavam a carga e retornavam ao trabalho.

— Que interessante! — murmurou Otávio, impressionado com a cooperação e a união existente entre as pequenas operárias. — São tão pequenas e tão unidas e trabalhadeiras!

Nesse momento, lembrou-se da festa da escola e que só ele não estava colaborando. Levantou-se, envergonhado, procurou a professora pedindo que lhe desse uma tarefa.

Sorridente, a mestra perguntou:

— Muito bom! Mas o que fez você mudar de ideia, Otávio?

— As formigas que a senhora mandou que eu pesquisasse. Vivem unidas num sistema de cooperação fraterna e amiga. Se elas podem trabalhar, eu também posso.

Parou de falar, fitando a professora e disse:

— Só que, ajudando na festa, não terei muito tempo para preparar a redação. Preciso mesmo entregar amanhã cedo?

A mestra sorriu, satisfeita, e, colocando a mão sobre a cabeça do menino falou, com carinho:

— Não, Otávio. Não há necessidade de fazer a redação. Você já aprendeu sua lição.

Autoria: Célia Xavier Camargo
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

sábado, 1 de março de 2025

Aproveitando as Férias

Caminhando pela rua, Celso ia desanimado. Chutou uma lata e pensou:

— As férias não estão sendo como eu sonhei.

Durante o ano letivo, tendo que fazer tarefas e enfrentar provas, ele ansiava pelas férias escolares prometendo a si mesmo não fazer nada, nadinha. Queria descansar!

Até para a sua mãe Celso avisou, irredutível:

— Mamãe, nas férias não quero fazer nada. Nada de trabalho, nada de atividades. Não me acorde! Quero dormir bastante!

A mãe concordou. Agora, Celso dormia até o meio-dia, acordando somente à hora do almoço. Depois, ficava o resto do dia sem fazer nada. No começo achava essa vida ótima, depois, sem saber por que, começou a sentir-se irritado e descontente, reclamando de tudo.

Os colegas insistiam para que fosse com eles jogar futebol ou ir à piscina, mas o menino recusava dizendo:

— Não vou, não. Quero descansar!

Certo dia uma amiguinha de Celso, passando por sua casa e vendo-o no portão, convidou:

— Tem um grupo que vai levar sopa numa favela e estou indo juntar-me a eles. Quer ir também?

— Está brincando? Com esse sol e esse calor que está fazendo? Nem pensar!

Passou-se uma semana... Duas semanas...

Na terceira, Celso não aguentava mais a monotonia.

Observando a mãe lavar roupas, o menino desabafou:

— Mamãe, não sei o que está acontecendo comigo. Estou sem ânimo. Perdia a fome. Não tenho conseguido dormir direito à noite. Passo horas acordado, sem sono. E, o pior, é que vivo cansado!

A mãezinha enxugou as mãos no avental, olhou o filho desanimado e sorriu, compreensiva:

— É exatamente porque você não está tendo nenhuma atividade útil, meu filho, Quanto menos fizer, mais cansado ficará.

Sentou-se ao lado de Celso num banco ali perto e continuou:

— Para podermos viver, Deus nos dotou de energias. Essas energias têm que ser bem utilizadas por nós. Por isso sentimos necessidade de trabalho, de movimento, de atividades.

— Mas quando terminou o ano letivo eu estava muito cansado e não queria ver livros na minha frente!

— Muito justo, porque você estudou e se esforçou bastante durante o ano, meu filho, e precisava descansar. Agora, já está descansado e precisando movimentar o corpo e a mente. Existem outros tipos de atividades que nos distraem, alegram e animam. Ler um bom livro, fazer um esporte, uma visita, ajudar alguém, são coisas úteis e agradáveis.

Celso pensou um pouco e concluiu que a mãe tinha razão.

Naquela tarde, acompanhou os amigos ao clube para uma partida de futebol. Voltou para casa com outro aspecto.

No dia seguinte encontrou a menina que ia levar sopa na favela e dispôs-se a acompanhá-la. Viu tanta necessidade e sofrimento, que se comoveu. Ajudou a distribuir a sopa e o pão, conversou com as crianças, visitou as famílias e voltou para casa, com novo ânimo.

Corado e sorridente, entrou em casa e relatou à mãe tudo o que fizera. Estava com outro aspecto e tinha um brilho diferente no olhar.

Sentou-se e comeu sem reclamar. Com as atividades do dia, sentia-se cansado, mas satisfeito. Naquela noite dormiu logo e teve sono tranquilo. No dia seguinte acordou cedo, bem disposto e animado, afirmando:

— Mamãe, eu quero aproveitar minhas férias!

Autoria: Célia Xavier Camargo
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

sábado, 15 de fevereiro de 2025

Ano Novo, vida nova!

Caminhando pela rua, sem pressa, Roberta, de oito anos, encaminhou-se para o parquinho próximo de sua casa. Sentou-se no balanço preferido e ali ficou quieta, pensando na vida.

O ano tinha sido bom. Apesar de não ter se dedicado especialmente aos estudos, havia sido aprovada na escola, e sentia-se aliviada.

A festa de Natal tinha sido muito boa, com comida à vontade, frutas, doces, chocolates e balas. Além disso, ganhara vários presentes, inclusive uma nova bicicleta, exatamente a que desejava.

No entanto, apesar de estar tudo bem, algo a incomodava. Lembrando do Natal, cuja data representava o aniversário de Jesus, chegou à conclusão de que só pensara em si mesma. O ano estava para terminar e isso lhe dava certa tristeza.

Como o ano novo chegaria dentro de alguns dias, Roberta pensou que gostaria de mudar sua vida para que ela fosse melhor ainda.

Mas mudar o quê?

Em relação à escola, deveria estudar mais, não apenas para passar de ano, mas para aprender realmente.

Ao pensar na escola, imediatamente a imagem de Tereza surgiu em sua mente. Era uma colega com quem teve uma briga por um motivo qualquer, e não tinham se falado mais. E ela sentia falta da amiga.

Lembrando da festa de encerramento do ano letivo, Roberta reviu o momento em que um grupo de alunas apresentou lindos números de dança. Ela tinha se emocionado porque o balé era seu sonho! Sempre quis aprender a dançar! Quem sabe a hora tinha chegado?

Nesse momento, Roberta viu uma garotinha bem pobre que chegou ao parquinho, tímida, sem saber o que fazer. Enquanto a mãe dela, parada na calçada, entretinha-se a conversar com uma moça, a menina ficou parada, indecisa.

Intimamente, Roberta tomou uma decisão:

— Isso mesmo! O ano novo será diferente! E vou começar agora.

Então, Roberta deixou o balanço e aproximou-se da menina, convidando:

— Quer balançar? Venha, eu ajudo você!

Sentou a garotinha e pôs-se a balançá-la, enquanto a menina ria, feliz. Logo estavam amigas. Roberta ficou sabendo que o nome dela era Carolina, tinha 4 anos e morava num bairro bem distante. Quando a mãe da garotinha chegou, elas conversaram e Roberta disse:

— Tenho alguns brinquedos e quero dar para Carolina. Tenho também roupas e calçados que não me servem mais, além de doces e balas que ganhei no Natal. Venham comigo até minha casa. É aqui pertinho.

A mãe ficou toda contente e agradecida:

— Você não imagina o que isso significa para nós. Sem dinheiro, nada pude comprar para Carolina no Natal. Nem comida nós temos em casa.

Penalizada, Roberta levou mãe e filha até sua casa, apresentou-as a sua mãe e, como o almoço estivesse pronto e seu pai já tivesse chegado, sentaram-se e almoçaram todos juntos.

Ao se despedir, a mulher estava emocionada. Sentia-se agradecida pela ajuda e pelo acolhimento que tivera naquele lar. Carolina jogou-se nos braços de Roberta e disse:

— Obrigada, Roberta. Você agora é minha amiga do coração!

Ao receber o abraço a garotinha, Roberta sentiu que jamais tinha experimentado tal sensação de bem-estar, paz e felicidade.

Mais tarde, ela foi até a casa de Tereza. Tocou a campainha e, para sua surpresa, foi a própria colega que abriu a porta. Ao vê-la, a menina arregalou os olhos, surpresa.

— Roberta! Você, aqui em casa?...

— Vim para lhe pedir desculpas, Tereza. Sinto muito o que aconteceu naquele dia.

— Roberta, eu é que devo lhe pedir desculpas. Falei coisas que não devia e acabamos brigando. Você me perdoa?

As duas trocaram um olhar e caíram na risada.

— Bem, acho que somos amigas de novo, não é?

Elas se abraçaram com carinho, contentes por terem resolvido a questão.

Deixando a casa de Tereza, Roberta voltou para seu lar e contou a sua mãe o que tinha acontecido, que tinha feito as pazes com Tereza e concluiu:

— Mamãe, graças a Deus agora está tudo bem entre nós.

— Fico feliz, minha filha, que você e Tereza tenham se acertado. Nunca estaremos bem se alguém tiver algo contra nós.

— Tem razão, mamãe. Estou aliviada. Ah! Também resolvi que o ano novo seja diferente, por isso gostaria de lhe pedir: posso estudar balé no ano que vem?

— Se você realmente deseja, é claro que pode!

— Obrigada, mamãe! Vou telefonar para a professora e me matricular no curso.

Nos próximos dias, Roberta fez uma programação de tudo o que gostaria de fazer para o próximo ano, e aproveitou para realizar algumas coisas que estavam faltando antes do fim do ano: fez visita aos seus avós e a um colega que estava enfermo, deu banho no cachorro; arrumou seu quarto separando o que iria precisar daquilo que poderia dispor e muitas outras coisas.

No dia 31 de dezembro, sentia-se em paz consigo mesma e com o mundo.

Quando soou a meia-noite e os festejos começaram, o céu ficou todo iluminado com a queima de fogos de artifício. A cidade ganhou vida nova, com buzinas de carros soando, gritos de alegria e pessoas que deixavam suas casas para cumprimentar vizinhos, parentes e amigos.

Sob o céu iluminado, a mãe olhou para a filha e disse com amor:

— Feliz Ano Novo, minha filha!

— Feliz Ano Novo, mamãe!

Roberta agora tinha certeza do que queria: ANO NOVO, VIDA NOVA!

Autoria: Célia Xavier Camargo
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

sábado, 1 de fevereiro de 2025

A Caminho da Praia

Gabriel estava muito contente. Tinham tido um belo Natal em família e o Ano Novo começava bem.

Seu pai tinha resolvido que iriam passar alguns dias na praia e era preciso correr com os preparativos.

Tanta coisa para arrumar! Tanta coisa para levar! Roupas, calçados, esteira, guarda-sol, cadeiras. Ah! Não poderiam esquecer a bola, os patins, as raquetes, o boné e o protetor solar! — pensava Gabriel.

Na véspera do dia combinado todos se deitaram cedo. Sairiam antes de o sol raiar. Gabriel nem conseguiu dormir. Estava ansioso demais e não via a hora de colocarem o pé na estrada.

Depois de muita confusão, acomodaram-se no carro e partiram eufóricos.

Viajaram muitas horas sem problemas. Tudo era festa.

Por volta do meio-dia já estavam todos cansados e com fome. O pai prometeu que parariam para almoçar no primeiro restaurante que encontrassem.

Nisso, viram um carro estacionado à beira da estrada. Pareciam estar com problemas e Jorge, o pai de Gabriel, resolveu parar e ver se eles precisavam de ajuda.

Roberto, o irmão mais velho, reclamou:

— O senhor vai parar, papai? Ah! Não para não! Estamos cansados e com fome. Além disso, nem conhecemos essa gente!

Jorge virou-se para o filho e afirmou, sério:

— Roberto, temos que ser solidários, meu filho! E se fôssemos nós que estivéssemos em dificuldade numa estrada deserta? Também não gostaríamos de receber ajuda?

— Claro! — respondeu o garoto de má vontade, suspirando.

Jorge desceu, enquanto a família ficou no carro aguardando. O outro veículo estava com defeito e Jorge, que entendia de mecânica, dispôs-se a examinar.

Não demorou muito, e as famílias estavam conversando fora dos carros. As mães trocavam informações, enquanto as crianças brincavam, comiam bolachas e bebiam água.

Descobriram, por coincidência, que iriam para a mesma cidade do litoral.

Jorge terminou o conserto e despediram-se, já como velhos amigos. Cláudio abraçou Jorge dizendo:

— Nem sei como lhe agradecer, Jorge. Se não fosse você, não sei o que faria. A cidade mais próxima está longe e o socorro demoraria a chegar.

— Não me agradeça, Cláudio. Tenho certeza de que faria o mesmo por mim.

Reiniciaram a viagem e algumas horas depois chegaram ao destino.

Ver o mar é sempre uma alegria e eles estavam muito animados.

O dia ensolarado era um convite que eles não podiam deixar de aproveitar. Não viram mais a família de Cláudio e até se esqueceram do incidente na estrada.

Certa manhã, a praia estava cheia de gente e de guarda-sóis. Gabriel estava brincando com um baldinho cheio de água, quando viu um siri. Saiu correndo atrás do bichinho, mas por mais que se esforçasse, não conseguia alcançá-lo.

Quando cansou da brincadeira, Gabriel quis voltar para junto dos pais e dos irmãos, mas só viu gente desconhecida. Não sabia mais onde estava.

Era muito pequeno e estava exausto. Olhava para cima, e o sol a pino não deixava que visse o rosto das pessoas.

Desesperado, sem saber para onde ir, pôs-se a chorar gritando:

— Mamãe! Papai!...

Mas ninguém atendia aos seus chamados.

Gabriel estava cansado de gritar quando ouviu uma voz conhecida dizer:

— Ei, menino, onde estão seus pais?

— Não sei. Estou perdido. Buáááá! Buááááá!

Olhando-o atentamente, o homem perguntou:

— Mas você não é o Gabriel?!...

— Sou.

— Então não se preocupe. Pare de chorar. Vamos procurar seus pais. Lembra-se de mim? Sou Cláudio, o homem que vocês ajudaram na estrada.

Cláudio dirigiu-se a um alto-falante ali perto e mandou avisar Jorge que o pequeno Gabriel estava com ele.

Logo em seguida apareceram os familiares do menino. Mostrando grande alívio, a mãe abraçou o filhinho, chorando de alegria.

Jorge, surpreso, agradeceu o amigo Cláudio.

— Graças a Deus que você encontrou meu filho. Estávamos desesperados e já não sabíamos onde procurar. Nem sei como lhe agradecer!

Cláudio abriu um grande sorriso e respondeu:

— Não precisa! Tenho certeza de que faria o mesmo por mim.

Roberto olhou para o pai com lágrimas nos olhos:

— Ainda bem que Cláudio reconheceu Gabriel. E isso foi graças a você, papai! Agora entendo que tinha toda razão quando parou à beira da estrada para ajudar aquelas pessoas. É dando que recebemos.

Autoria: Célia Xavier Camargo
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Natal Com Jesus

Aproveitando a aproximação de dezembro, a professora falava sobre o assunto, ponderando com os alunos:

— Nossas aulas estão terminando e logo vocês estarão de férias. Natal está chegando e hoje vamos falar sobre esse assunto tão importante para nós que somos cristãos. Todos os dias devemos nos lembrar de Jesus e procurar estar junto dele! Contudo, Natal é um momento especial porque toda a cristandade comemora nesse dia a vinda do Cristo ao mundo. Então, gostaria de saber: Como vocês esperam comemorar o Natal?

O entusiasmo foi geral. O assunto era palpitante! Cada criança falou sobre suas expectativas para a festa: As visitas de parentes que viriam de longe, os preparativos e as compras que estavam sendo feitos para o grande momento e, especialmente, os presentes que esperavam ganhar.

A professora ouviu com atenção as informações infantis, deixando que falassem à vontade. Depois, considerou, com um sorriso:

— Ótimo! Vejo que estão animados e sabem o que querem! Mas será que alguém se lembrou de que o aniversariante é Jesus, e, portanto, a festa é para Ele?

Silêncio geral. Os alunos trocaram entre si olhares surpresos e constrangidos. Ninguém havia pensado nisso!

Um aluno quebrou o silêncio, arriscando:

— Bem, se o aniversariante é Jesus, então, devemos pensar como Ele gostaria que preparássemos a comemoração, não é?

Todos concordaram. Porém, como fazer isso? Perguntar a Jesus?

Um outro garoto, que ouvia pensativo, disse:

— Bem, professora, acho que só podemos fazer isso buscando nos ensinamentos de Jesus. Minha mãe me ensinou que o Cristo gostava de estar sempre junto com os sofredores e necessitados do mundo.

— Excelente, Joãozinho. Alguém se lembra de mais alguma coisa?

Dorinha, menina estudiosa e disciplinada, comentou:

— Professora, outro dia abri a Bíblia ao acaso e li um trecho que Jesus dizia que, ao darmos uma festa, não deveríamos convidar os ricos, mas os que não nos poderiam retribuir a gentileza.

— Muito bom, Dorinha. Você provou que entendeu a mensagem do Mestre.

Ismael, o menorzinho da turma, que acompanhava tudo com atenção, levantou-se e disse:

— Professora, meu pai fala que Jesus ama a todo mundo: as pessoas, os bichinhos, as plantas. É verdade?

— Sem dúvida, Ismael. O amor do nosso Mestre se reflete em toda a natureza.

— Então, acho que Jesus não gostaria de chegar em nossa casa e encontrar a mesa cheia de animais mortos. Eu não gosto!

Diante da ponderação daquela criança, que lembrava o respeito à vida, os demais se calaram. A professora passou o olhar pela sala, onde os alunos se mantinham em silêncio, pensativos, e sugeriu:

— A classe já se manifestou abordando coisas importantes que devem ser analisadas com seriedade. Gostaria que o grupo refletisse sobre o assunto e encontrasse a melhor solução para festejarmos o Natal de Jesus. Vocês terão até o final desta aula para resolver, está bem? Depois desse tempo, voltarei para saber o que decidiram.

As crianças passaram a refletir no assunto, cada um dando sua sugestão. Afinal, depois de muita conversa, resolveram. A decisão foi unânime e estavam todos entusiasmados.

Retornando, a mestra olhou para a classe e indagou:

— E então? Chegaram a uma decisão?

O líder a turma, levantou-se e informou:

— Sim, professora. Depois de tudo o que foi falado, decidimos que a melhor maneira de festejarmos o Natal, é fazer visitas aos hospitais. Jesus cercava-se especialmente dos sofredores e doentes, e onde encontrá-los em maior número a não ser num hospital? Deve ser muito triste ser criança e ter que passar o Natal separado da família, não é? Podemos ensaiar um teatro, levar alegria, músicas, brincadeiras e algumas guloseimas que eles possam comer. O que a senhora acha?

A professora acompanhava comovida a explicação do aluno, que era interrompida pelos demais com palmas e gritos de alegria. Com lágrimas nos olhos, ela aprovou:

— Parabéns, vocês decidiram sabiamente. Por certo este ano teremos um Natal diferente!

A partir daquele dia, com a cooperação das famílias que aderiram eufóricas à ideia dos filhos, arrecadaram recursos para realizar o projeto, ganharam doces e presentes. Cada aluno contribuiria com suas tendências, mostrando o que tinha de melhor. Assim, surgiram atores para um pequeno teatro; palhaços, mágicos e, como não poderia faltar, ensaiaram músicas natalinas.

Chegou o grande dia.

Era véspera de Natal. Em um grande comboio se dirigem para o primeiro hospital. Foi um momento inesquecível! Médicos, enfermeiras, atendentes, todos aprovaram a iniciativa. Os pacientes, então, nem se diga! Acompanhavam com olhos brilhantes de animação e alegria as apresentações variadas e cheias de humor. Receberam presentes, balões coloridos e doces. Naturalmente, os alunos haviam se informado antes para saber o que os pacientes poderiam comer, inclusive os diabéticos, que receberam guloseimas especiais.

Notadamente no Hospital do Câncer, a emoção foi maior, diante das crianças pálidas, abatidas, muitas sem cabelos, com feridas, mas todas demonstrando no olhar a felicidade daquele momento.

O ambiente saturado de luz se derramava em bênçãos de paz, de amor e de alegria para todos.

Certamente, tanto as crianças enfermas quanto os alunos daquela classe, jamais esqueceriam esse Natal, quando tiveram a oportunidade de sentir a presença de Jesus, tão viva e tão forte entre eles!

Autoria: Célia Xavier Camargo
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.